É o fim do ciclo de alta do bitcoin? Entenda o que fazer neste momento do mercado
Emoção à flor da pele com a queda do bitcoin e as desvalorizações acentuadas das altcoins. Há um novo inverno cripto no horizonte?
Especialista em criptoativos
Publicado em 7 de julho de 2024 às 11h45.
O medo retornou ao mercado. O bitcoin engatou queda e as altcoins estão sofrendo desvalorizações significativas, uma das maiores correções vistas nos últimos dois anos. Será que estamos entrando em um novo ciclo de baixa ?
É natural você pensar assim. Quando a emoção entra em jogo no mercado, fica mais difícil ativar a razão.
Fique tranquilo, você não está sozinho. Quer uma prova? Dá uma olhada no Índice de Medo e Ganância no momento em que escrevo.
O indicador aponta para 29, medo. Um mês atrás, apontava para 75, valor que representa ganância. Uma mudança e tanto de humor. Quais seriam os motivos por trás da queda no mercado?
Início de despejo de bitcoin no mercado pela extinta corretora Mt Gox, que está reembolsando clientes.
Um despejo também por parte do governo alemão, que detém cerca de 42 mil bitcoin e vem se desfazendo de dezenas de milhões de dólares na moeda.
Mais uma declaração do presidente do banco central americano de que o corte dos juros pode levar mais tempo para acontecer.
Liquidações de posições alavancadas. Como mostra o mapa a seguir (fonte: Coinglass), nas últimas 24 horas, foram liquidados mais de US$ 200 milhões em posições alavancadas de bitcoin.
Depois de tudo isso, soa normal temer, certo?
Mas como eu estou enxergando tudo isso?
Na minha opinião, o cenário atual está repleto de boas oportunidades para os investidores.
Vamos desviar um pouco o olhar desse curto prazo conturbado.
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Se avaliarmos os indicadores on-chain, ou seja, dados da blockchain que mostram informações, tendências e comportamentos dos criptoativos, conseguimos ter uma ideia de que posição estamos no ciclo atual: início, meio ou fim.
Os indicadores em geral mostram que estamos em um estágio mediano do ciclo de alta, eu diria por volta dos 55%.
Uma métrica simples de observar e que pode nos trazer uma boa noção é o MVRV ou Market Value to Realised Value. Por meio dela, conseguimos detectar se o bitcoin está sobrevalorizado ou subvalorizado. Falo com mais detalhes do indicador nesta coluna.
O valor do MVRV atualmente está circulando em torno de 2,3. Na história da criptoesfera, sempre que o indicador ficou abaixo de 1, como acontece no inverno cripto, foi um ótimo momento de compra. Na contramão, sempre que o indicador superou 3,5, foi um ótimo momento de venda.
Ao fazermos um paralelo com o patamar atual de 2,3, podemos considerar que nos encontramos um pouquinho além do meio do ciclo.
Não só o MVRV, mas outras métricas muito usadas nas minhas análises indicam que estamos nesse estágio mediano.
Então, tomem muito cuidado com informações que querem disseminar medo, “prevendo” coisas como “o bitcoin agora vai despencar para os US$ 20 mil”. Até porque ninguém tem bola de cristal. Se alguém tivesse mesmo, dificilmente passaria informação, aproveitaria para ganhar sozinho, certo? Portanto, filtrem bem o que escutam.
Vamos olhar o gráfico do bitcoin historicamente. Existem pessoas do mercado afirmando que estamos em um ponto do ciclo que se assemelha ao ponto B (em laranja) da temporada de 2021, movimento que antecedeu a queda do mercado naquele ano e resultou em um novo ciclo de baixa.
Na minha visão, porém, estamos passando por momento semelhante ao que aconteceu no ponto A (assinalado em azul no canto inferior esquerdo da tela), e vamos seguir para uma grande alta. Notamos que existiu uma recuperação do mercado antes do ponto A, emendada com uma correção, principalmente por conta da Covid, e na sequência vemos que o mercado sobe novamente.
Acredito que ainda teremos uma alta bastante significativa, talvez não da magnitude do verão cripto de 2021. Essa nova alta será, naturalmente, pontuada de correções, mas não acredito que o bitcoin cairá abaixo de US$ 50 mil, muito menos abaixo de US$ 40 mil.
Particularmente, acho que, como assinalei em azul no canto direito superior da tela, vamos nos movimentar para um topo de mercado por volta dos US$ 130 mil/ US$ 140 mil.
Olhando assim para o macro temos uma visão mais clara. Agora, quem foca no micro, de fato, se assusta com as quedas e as desvalorizações acentuadas.
Como, então, aproveitar as oportunidades que estão aí e, ao mesmo tempo, não sofrer tanto com quedas?
A estratégia é montar uma carteira inteligente e defensiva, fazendo um mix entre big caps e small caps - big caps, como o nome sugere, são criptos de alta capitalização de mercado (market cap) e small caps, de baixa capitalização de mercado.
Entenda nesta minha coluna anterior como comparar os market caps dos ativos para lucrar.
Assim, no momento da alta, você consegue surfar a onda com um desempenho mais afiado e, em um momento de baixa, tem uma proteção maior contra as desvalorizações.
Períodos de baixa geram as melhores oportunidades de compra de altcoins. Isso porque esses ativos acabam sofrendo mais por conta de sua alta volatilidade.
Vivemos um momento muito interessante para acúmulo de altcoins. Vejam acima o Altcoin Season Index (fonte: Blockchaincenter.net), gráfico que indica se é temporada de bitcoin ou altcoins.
Podemos notar que estamos muito longe de uma altseason, na altura do 27% (assinalado em preto). É considerada altseason ou altcoin season quando 75% (por isso a marcação “75” no gráfico) das criptomoedas ou mais performam melhor que o bitcoin em uma janela de noventa dias.
Isso reforça o meu entendimento de que ainda teremos tanto alta no bitcoin quanto altas explosivas nas altcoins em breve.
Por isso, estude, aprenda a escolher os ativos e aproveite os descontos. Essa oportunidade é rara e pode não acontecer novamente.