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DePIN: conheça o setor trilionário de alto valor para o mundo real

Redes de Infraestrutura Física Descentralizadas (DePIN) são consideradas uma nova fronteira cripto e estão entre as narrativas mais quentes para o novo ciclo. Entenda.

Data stream, conceptual illustration. (Getty Images/Reprodução)

Data stream, conceptual illustration. (Getty Images/Reprodução)

FP
Felippe Percigo

Especialista em criptoativos

Publicado em 6 de abril de 2024 às 10h00.

Com a correção do mercado e os ânimos um pouco mais calmos, quem está fora da criptoesfera ganha mais uma oportunidade de entrar. Já quem está dentro pode aproveitar para engordar o portfólio antes da chegada do halving.

Ao fazer sua pesquisa de ativos para montar ou complementar a sua cesta, considere colocar o setor de DePIN na lista. Este é um campo com alto potencial de crescimento e uma narrativa forte para o ciclo, ao lado de RWA, restaking, segundas camadas, oráculos e até, com extrema cautela, memecoins.

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O que é DePIN?

DePIN significa Redes de Infraestrutura Física Descentralizadas (DePIN). Você pode encontrar por aí também como Token Incentivized Physical Infrastructure Networks (TIPIN), Proof of Physical Work (PoPW) e EdgeFi.

O segmento não é novo, mas só recentemente os projetos do tipo começaram a ser categorizados sob o acrônimo DePIN. Assim, seu conceito foi mais bem recebido e digerido pelo mercado, e tem chamado bastante a atenção dos investidores nos últimos meses.

Segundo a empresa de pesquisa e análise cripto Messari, a estimativa é que o setor alcance uma avaliação de até US$ 3,5 trilhões nos próximos quatro anos. A projeção mostra também que o DePIN pode contribuir, na próxima década, com US$ 10 trilhões ao PIB global, podendo chegar a US$ 100 trilhões na década seguinte.

A tendência vem sendo notada pelos investidores e muitas criptomoedas do nicho já apresentam altas significativas, como por exemplo Render (RNDR) e Theta (THETA), com valorizações em torno de 150% nos últimos três meses. Mas existe ainda uma grande diversidade de projetos interessantes e extremamente promissores.

Como funciona o DePIN?

Todos nós hoje dependemos de infraestruturas essenciais, como wifi, transporte, energia, armazenamento de dados, streaming e computação, oferecidas e geridas por grandes corporações, ou seja, centralizadas. São serviços que envolvem uma grande complexidade tanto para serem criados, pois tem custo inicial alto, quanto para mantê-los. Por esses motivos, as operações acabam limitadas a grandes players.

A boa notícia é que a blockchain conseguiu trazer um fôlego totalmente novo ao setor. Ao integrar blockchain à infraestrutura física, esses serviços começaram a ser oferecidos de maneira descentralizada, apoiados na transparência e na segurança que a tecnologia oferece, e automatizados via contratos inteligentes.

O conceito chega para redefinir a propriedade e o controle sobre a infraestrutura do mundo real, desafiando o modus operandi tradicionalmente centralizado de indústrias como telecomunicações, energia e coleta de dados, por exemplo. Nesta nova configuração, as pessoas participantes das redes têm um papel vital para as operações acontecerem.

Um exemplo prático. Se você tem internet em casa, usando DePIN é possível compartilhá-la com outras pessoas e ainda ganhar por isso. A participação é incentivada por meio de tokens e qualquer um pode colaborar. Assim, quem contribui com recursos próprios para a rede é remunerado com tokens como recompensa. Os tokens motivam os participantes a expandir a rede até que ela ganhe corpo e esteja robusta o suficiente para gerar receitas regulares com o crescimento da demanda pelo serviço.

Neste modelo, então, vemos que existe o lado da oferta, ou seja, pessoas que desejam usar infraestrutura física própria e integrá-la ao sistema para participar da rede, e o lado da demanda, quando os usuários finais, com a rede já plenamente operacional, começam a pagar pelos serviços ou dados. Isso cria um ciclo virtuoso que atrai novos interessados em fornecer infraestrutura e ainda mais investidores, ampliando a adoção da rede.

Agora, por que sair de uma infraestrutura física centralizada que está aí há tempos para o DePIN?

Para eliminar problemas como:

Monopólio: o modelo de negócio centralizado coloca a infraestrutura sob domínio das grandes corporações. Isso mina a participação de outros provedores menores, tira o poder de negociação de quem usa os serviços e contribui para o desperdício de recursos, já que sabemos que grande parte acaba não sendo utilizado.

Privacidade e segurança de dados: os grandes players monopolizam também os dados sensíveis do usuário, criando riscos para a privacidade e um ambiente suscetível à violação de dados.

Falta de transparência e responsabilidade: as gigantes acabam tomando decisões alheias aos interesses dos usuários e não deixam muitas portas abertas para contestações. Isso gera um sentimento de impotência entre os participantes.

Risco de ponto único de falha: essa concentração cria um ponto único de falha, aumentando o risco de interrupção do serviço e perda de dados por conta de ciberataques ou falhas operacionais.

A aposta no DePIN, portanto, torna esse ambiente mais democrático, transparente, escalável, eficiente e seguro.

Agora, vamos ver alguns projetos da categoria. Lembrando que a lista a seguir não é uma recomendação de investimento, tem apenas objetivo educativo.

Helium: é um projeto pioneiro em redes sem fio descentralizadas, baseado em um modelo incentivado por tokens para a criação e manutenção de uma infraestrutura de comunicação global. A iniciativa propõe não só expandir a cobertura de redes IoT (Internet das Coisas), como também gerar um ecossistema mais robusto e colaborativo para dispositivos conectados.

Filecoin: projeto que está ajudando a reinventar a forma como os dados são armazenados, reduzindo significativamente os custos associados ao armazenamento em nuvem tradicional. Os usuários podem comprar e vender espaço de armazenamento de forma mais eficiente e mais barata, otimizando os recursos de armazenamento disponíveis na rede.

Render Network: primeira plataforma descentralizada de renderização de GPU. Cria um mercado blockchain para computação de GPU ociosa, ajudando artistas, criadores de conteúdo e empresas a ter uma melhor experiência de renderização e a custos mais baixos.

Theta Network: Focada em mídia e entretenimento, a plataforma permite que os usuários compartilhem largura de banda e recursos computacionais no estilo peer-to-peer. Assim, além de reduzir os custos de largura de banda para provedores de conteúdo, aumenta a eficiência e a qualidade da entrega de mídia para os usuários finais, proporcionando uma experiência melhor de streaming.

As quatro iniciativas que eu acabei de citar estão entre as mais populares do DePIN, mas existe ainda um ecossistema bastante amplo e vibrante a ser explorado. Minha recomendação é que você estude o segmento com profundidade, avalie as propostas, entenda se elas se encaixam na sua estratégia e se o seu perfil tolera o nível de risco que os projetos oferecem.

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