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De US$ 0,03 a US$ 26 mil: há 13 anos, bitcoin tinha primeiro registro "oficial" de preço

Primeiro registro "oficial" de preço do bitcoin completa 13 anos; criptomoeda valia apenas 3 centavos

(Reprodução/Reprodução)
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 26 de maio de 2023 às 15h00.

Última atualização em 26 de maio de 2023 às 15h07.

Criado em 2008 por uma figura anônima sob o pseudônimo “Satoshi Nakamoto”, o bitcoin teve o seu primeiro registro oficial de preço em 25 de maio de 2010, quando era cotado a US$ 0,03.

Nestes 13 anos, a criptomoeda já atingiu a máxima histórica de US$ 69 mil e se tornou uma opção de investimento na renda variável oferecida por bancos e grandes instituições. No momento, é cotado a US$ 26.793 com alta de mais de 60% desde o início de 2023.

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Mesmo estando em menos da metade de sua máxima histórica, o bitcoin ainda desbanca a performance de todos os outros investimentos, tendo multiplicado seu valor em mais de 550 mil vezes em 13 anos.

Como a primeira criptomoeda inventada, o bitcoin emplacou a tecnologia blockchain, que, para além das criptos, também tem muitas outras aplicações devido ao seu caráter transparente e imutável, servindo até mesmo no registro de vacinas do Conecte SUS, por exemplo.

Além disso, o bitcoin se consolidou como a maior criptomoeda do mundo em valor de mercado. Atualmente, são quase US$ 520 bilhões em valor de mercado, mas este número já chegou a ultrapassar a casa de US$ 1 trilhão.

Bitcoin como investimento sério

Se em 2010 o bitcoin se restringia a um grupo pequeno de pessoas mais interessadas em tecnologia ou então em uma alternativa ao sistema financeiro tradicional, hoje em dia a criptomoeda se tornou um investimento oferecido e apoiado por grandes bancos e instituições.

Lucas Rangel, especialista de produto na Mynt, plataforma cripto do BTG Pactual, enxerga três fases na tese de investimento do bitcoin.

“A primeira fase foi quando ele foi lançado em 2008, que foi um momento muito pertinente para o lançamento de um novo sistema financeiro, já que a crise do subprime criou um questionamento sobre a capacidade dos bancos de gerir o nosso dinheiro, fazendo o bitcoin ganhar vários usuários iniciais, chamados de 'early adopters'”, disse Rangel à EXAME.

Entre a primeira e a segunda fase, o bitcoin conquistou mais usuários e teve a obteve uma valorização surpreendente, saindo dos centavos para novos patamares de preço, o que chamou ainda mais a atenção do mundo para as criptomoedas.

“A segunda fase foi definida por muita empolgação e especulação. 2017 foi marcado pela primeira grande entrada em massa de investidores eufóricos com a possibilidade de multiplicar seu patrimônio”, disse Lucas Rangel.

Agora, o bitcoin se consolida como uma opção de investimento séria para diversificar a carteira dos investidores mais arrojados e dispostos a arriscar sem precisar se envolver com ativos que oferecem risco de perda ou fraude, cujos projetos ainda não se provaram no mercado.

“Na terceira e atual fase, eu vejo grandes passos para a consolidação do bitcoin como uma opção de ativo alternativo na carteira de investidores, começando a conseguir um espaço como reserva de valor”, disse Lucas.

“O grande teste foi recentemente com a quebra de alguns bancos nos EUA, várias ações e ativos despencaram, já o bitcoin conseguiu desgrudar do S&P 500 e fazer um movimento parecido com o do ouro, que também valorizou durante a crise bancária”, acrescentou.

Próximos passos

Daqui para a frente, o bitcoin ainda tem um caminho a percorrer para conquistar a adoção em massa e protagonizar o futuro do dinheiro. Mas acontecimentos da macroeconomia global podem impulsar essa adoção, inclusive nos pagamentos.

Para Max Krupyshev, da CoinsPaid, a crise econômica global ainda não afetou as criptomoedas. “Os dados mostram que a indústria de pagamentos em criptomoedas ainda está crescendo, apesar do sentimento negativo nas notícias”.

Krupyshev afirma ainda que, depois da pandemia, houve uma pressão pela descentralização como resultado. “Espera-se que a demanda por pagamentos em blockchain aumente significativamente já que a máquina gigante e desajeitada da centralização parece estar a caminho do fim, e a pandemia recente tem parte nisso. No Brasil, por exemplo, vimos o Banco do Brasil liberar, de maneira inédita, o pagamento de impostos com criptomoedas”.

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