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Criptomoedas hoje: o que esperar da semana após queda generalizada e conflitos no Oriente Médio

Bitcoin e as principais criptomoedas sinalizam recuperação após despencarem com ataques de mísseis do Irã em Israel

Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 7 de outubro de 2024 às 10h44.

Última atualização em 7 de outubro de 2024 às 11h17.

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Nesta segunda-feira, 7, o bitcoin inicia a semana acima dos US$ 63 mil e as principais criptomoedas sinalizam recuperação após uma forte turbulência nos mercados gerada pelos recentes ataques de mísseis do Irã contra Israel na última semana.

No momento, o bitcoin é cotado a US$ 63.105, com alta de 1,3% nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinMarketCap. Nos últimos sete dias, a maior criptomoeda do mundo em valor de mercado ainda acumula queda de 1,4%.

"Após um início de semana marcado por fortes quedas devido à escalada dos conflitos no Oriente Médio, os criptoativos mostraram uma recuperação significativa a partir de quinta-feira, 3. Desde então, a capitalização do mercado cripto aumentou em US$ 118 bilhões, com o bitcoin apresentando alta de 5,5%", disseram João Galhardo e Matheus Parizotto, analistas de research da Mynt, plataforma de criptoativos do BTG Pactual.

Apesar das recentes quedas e uma expectativa de escalada de conflito no Oriente Médio, especialistas acreditam na resiliência das criptomoedas e em uma possível recuperação da classe de ativos diante deste cenário e de fatores macroeconômicos dos EUA que seguem impactando o setor.

"Dados do mercado de trabalho, como o relatório Payroll, superaram as expectativas e indicaram resiliência na semana passada, afastando temores de recessão e favorecendo ativos de risco, especialmente diante do atual ciclo de flexibilização monetária", acrescentaram João Galhardo e Matheus Parizotto.

"Os comentários de Powell na conferência da Associação Nacional de Economia Empresarial sugeriram uma postura de política mais neutra, mas acreditamos que isso se alinha com um ritmo gradual de ajustes de taxas. As expectativas do mercado ainda preveem cortes nas taxas até 2024, tornando cruciais os próximos lançamentos de dados econômicos", disse Fábio Plein, diretor regional da Coinbase para as Américas.

Fatores que podem fazer o bitcoin disparar

João Galhardo e Matheus Parizotto apresentaram em um comentário semanal de mercado enviado à EXAME, os fatores que podem fazer com que o preço do bitcoin dispare esta semana.

"Em primeiro lugar, é fundamental que haja uma entrada de fluxo institucional, medido principalmente pelos fluxos nos ETFs de bitcoin. Esse movimento indicaria um aumento no apetite ao risco dentro da classe de criptoativos. Além disso, a ausência de novas notícias sobre a escalada do conflito geopolítico no Oriente Médio será determinante para manter a estabilidade do mercado", disseram eles.

"Outro ponto relevante a ser monitorado é a precificação da liderança de Donald Trump na corrida eleitoral dos EUA, dado seu posicionamento mais favorável ao setor cripto. Caso essa vantagem se consolide e o mercado reaja positivamente a essa narrativa, o bitcoin poderá se beneficiar ao longo da semana".

Nessas condições, o bitcoin pode ultrapassar o patamar atual de US$ 63 mil, voltando a subir para a casa dos US$ 66 mil.

"Se essas condições se concretizarem, o bitcoin deverá testar a resistência em US$ 63.650, rompendo essa faixa e dando continuidade ao movimento de alta iniciado na última quinta-feira, 3. O próximo nível a ser testado seria a região de US$ 66.300, representando uma valorização de 5,40% em relação ao preço atual", disseram Galhardo e Parizotto.

Outras criptomoedas além do bitcoin, conhecidas como "altcoins", também poderiam ser beneficiadas caso haja um movimento de alta no bitcoin, maior criptomoeda do mundo em valor de mercado.

"Esse movimento poderia também impulsionar o restante do mercado, especialmente as altcoins. Por outro lado, caso algum desses fatores não se materialize, o suporte em US$ 61.100 deve ser observado como um nível chave de defesa. Se o preço romper abaixo desse patamar, o suporte em US$ 59.330 será crucial para evitar uma queda prolongada abaixo de US$ 60 mil, caso o apetite ao risco no mercado continue a diminuir", concluíram Galhardo e Parizotto.

No que ficar de olho essa semana

“Na quinta-feira, o relatório do CPI (equivalente ao IPCA nos EUA) revelará se a inflação continua desacelerando, o que será crucial para o mercado, pois a próxima decisão do Fed pode ser influenciada por essa atualização, afetando o tamanho do corte”, disse Julio Andreoni, especialista de criptoativos do Bitybank.

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“Na quarta-feira, a divulgação das atas do FOMC fornecerá pistas sobre a visão do banco central em relação à economia. Os dados de pedidos de auxílio-desemprego e o PPI também serão importantes para o sentimento econômico nos EUA”, acrescentou.

“Além disso, dois eventos podem influenciar os preços de alguns criptoativos: a Tesla deve apresentar seu ‘robôtaxi’ autônomo, e a AMD, uma das grandes concorrentes da Nvidia, realizará um evento de IA”, concluiu o especialista.

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