Por Felippe Percigo*

@felippepercigo

O bitcoin voltou a subir, acumulando 40% de alta nas primeiras semanas de janeiro, e elevou o humor do mercado, que vem falando até em reversão do ciclo de baixa. Mas vamos com calma, porque o cenário macroeconômico segue delicado, a guerra não acabou e os efeitos das falências em cascata de 2022, como os casos FTX e Celsius, estão doendo em muitos bolsos e mentes ainda.

Voando ainda mais alto do que o bitcoin, estão algumas criptomoedas alternativas, conhecidas como altcoins. As valorizações podem chegar a centenas por cento, prato cheio para os especuladores sedentos por um novo verão no universo das moedas digitais.

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Mas será mesmo o começo de uma momento de destaque para as altcoins? Muitos estão se perguntando. Hora de comprar ou vender?

Vamos falar sobre isso.

As altcoins são ativos com um potencial multiplicador muito interessante, porque suas valorizações podem superar - e muito - as de criptos estabelecidas como o bitcoin e o ether. Assim, se o investidor souber escolher os projetos e tiver uma estratégia bem desenhada, tem chances de obter bons rendimentos.

A questão é: está longe de ser trivial separar os bons dos maus projetos. As criptomoedas vêm acompanhadas de muito risco, portanto estudo e preparo são fundamentais.

É difícil, mas não impossível. Vou deixar aqui um guia com cinco passos sobre como avaliar de forma eficiente uma criptomoeda. Essas orientações ajudam a detectar inclusive projetos fakes e potenciais golpes.

Passo 1 - Beba em fontes confiáveis

Os sites CoinMarketCap e CoinGecko são ótimos companheiros nessa jornada. Estão entre os mais respeitados e seguros do mercado cripto para consulta.

Eles funcionam como hubs de informação sobre os projetos, contendo páginas específicas sobre cada um, com preços, gráficos, históricos, detalhes sobre o funcionamento e história do projeto, indicadores, atualizações e também links úteis, como os sites oficiais, as redes sociais onde atua a comunidade, etc.

Está interessado em alguma criptomoeda específica? Olhe com calma as informações, que podem ser acessadas em diversos idiomas.

Passo 2 - Verifique indicadores essenciais

Procure começar a avaliação pela capitalização de mercado. O indicador mostra o quanto de capital está aplicado em um projeto, a partir da multiplicação do preço atual do ativo pelo seu fornecimento em circulação. Projetos com mais de US$ 300 milhões de capitalização de mercado estão mais estabelecidos. Abaixo disso, o risco aumenta bastante.

Na aba “Criptomoedas”, você encontra dados como preço, sua variação em 24 horas ou em sete dias, market cap, volume negociado em 24 horas, oferta em circulação e um gráfico da movimentação de preço no período de uma semana. Para ver além de 7 dias, é só clicar na cripto que te interessa e terá à disposição gráficos com variações de preço em períodos mais longos.

Observe também o indicador volume sobre capitalização de mercado. A partir dele, é possível saber se uma moeda está sendo negociada de forma sustentável ou se está sendo vítima de especulação. Resultados que variam entre 7% (0,07) e 20% (0,20) são considerados saudáveis.

Passo 3 - Investigue o projeto de seu interesse

Algumas perguntas devem ser feitas aqui:

• O que o projeto faz?
• Qual é a utilidade do projeto? Que problema ele resolve?
• Quem está por trás? Quem são os fundadores e os desenvolvedores-chave? Onde estudaram? Têm experiência no meio? Já faliram algum outro projeto? Têm boa reputação no mercado? Suas redes sociais são movimentadas?
• O que o projeto tem de diferente dos outros?

Use os links úteis relativos a cada projeto disponíveis no CoinMarketCap e no CoinGecko. Clique na criptomoeda que deseja estudar. Ali, em um clique, dá para acessar o site oficial da cripto, suas comunidades nas redes sociais, o whitepaper com todos os detalhes do projeto e o código fonte.

Passo 4 - Avalie a força da comunidade

Como as criptomoedas dependem do engajamento de suas comunidades para chegar mais longe, avaliar as mídias sociais e o engajamento do público que apoia o projeto é extremamente importante. O que estão falando sobre a cripto? E sobre os criadores e desenvolvedores? A equipe do projeto interage com a rede de apoiadores? Existe algum furo no projeto que está sendo questionado pela comunidade? Investigue.

Passo 5 - Checar onde o ativo é negociado

Informe-se sobre quais corretoras estão negociando o ativo que te chamou a atenção. As exchanges mais consolidadas no mercado costumam fazer um filtro rigoroso dos projetos que pretendem listar, mas fique sempre ligado, porque não existe garantia. Se o ativo que você está estudando é negociado em uma corretora com mais tempo de mercado, o risco é considerado menor, mas continua existindo.

Plataformas de negociação de cripto menores, como algumas DeFi, por exemplo, podem abrigar moedas mais exóticas e diferentes, mas, ao mesmo tempo, com potencial de risco elevado e ainda menor liquidez, o que torna difícil e demorado comprar e vender um ativo.

Com esses cinco passos, conseguimos separar nossas escolhas e ainda eliminar tanto os projetos com poucas chances de sustentabilidade no longo prazo quanto os que cheiram a golpe.

Seguindo adiante: a estratégia

Existe muita gente que baseia o investimento apenas no preço de tela do ativo. Investe quando o preço cai ou sobe.

Primeiro de tudo: o foco deve estar no longo prazo. O que acontece no curto prazo acaba sendo pouco relevante quando olhamos para o horizonte de anos, até décadas.

Precisamos entender que o preço deve ser a última coisa com que devemos nos preocupar.

Muita gente fica obcecada com topos, fundos, gráficos e só. Quem faz isso está olhando apenas para uma variável. Como vimos no passo a passo acima, existem diversos elementos na equação, não se limite. Caso contrário, você estará vulnerável a entrar em roubadas.

O que trago como aprendizado dos meus muitos anos de criação de riqueza e geração de patrimônio com criptomoedas é que as altcoins têm um potencial explosivo de ganhos não observados nem no Bitcoin nem no Ethereum. Mas o investimento nas moedas alternativas precisa ser dosado.

Suas valorizações estratosféricas são realmente tentadoras. No entanto, o trabalho do investidor está em resistir e se ater à estratégia. Altcoins podem, sim, proporcionar rendimentos substanciais à sua carteira, mas o plano deve contemplar projetos consolidados, que oferecem boa assimetria de ganhos e visibilidade de longo prazo, do nível de Chainlink, Polygon e Polkadot, por exemplo.

Sugiro manter em carteira entre 50% e 60% de BTC, 10% e 20% de ETH e o restante pulverizado em projetos alternativos sólidos como os que citei acima.

Agora, quem quer arriscar mais pode reservar uns 5% do montante para apostar nos projetos pequenos. Tenha em mente, porém, que está de fato fazendo uma aposta. Caso acerte, pode ver uma multiplicação incrível de capital. Por outro lado, há muitas chances de tudo dar errado e você perder a grana. Esteja preparado.

Tendo sucesso na empreitada, não se esqueça de fazer o balanceamento da carteira. Venda parte dessas altcoins e realoque o capital em outro projeto que aumente o seu nível de exposição a cripto e, assim, o seu potencial de ganho.

Só para vocês terem uma ideia, a minha carteira já chegou a multiplicar 13 vezes em um ciclo de alta. Quando o mercado reverteu para baixa, eu fiz o rebalanceamento e ainda terminei o ciclo com 900% de lucro. Um gerenciamento de riscos eficiente faz toda a diferença.

Investir ou não em altcoins agora?

Neste exato momento, eu não invisto em altcoins. Mas, no mercado, quem tem paciência chega mais longe.

Quando o próximo ciclo de alta estiver por aí, o bitcoin vai sinalizar a tendência nos gráficos, já que a cripto-gênese também é o grande mastro dos ativos digitais.

Com o bitcoin subindo, os investidores ficarão interessados em comprá-lo e, na contramão, as altcoins vão perder força. Este será o momento ideal para acumular altcoins. Quando a altseason chegar, teremos altcoins em carteira e poderemos lucrar com suas valorizações.

Enquanto isso, sigo acumulando bitcoin e ether, me preparando para o próximo verão cripto.

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