Future of Money

Corinthians dá mais um passo no mercado cripto e lança NFTs colecionáveis

Clube fecha parceria com a Sorare, plataforma em blockchain que mistura cards digitais colecionáveis com fantasy game e tem acordo com grandes clubes de futebol

Corinthians terá cards colecionáveis em plataforma de NFTs de futebol (Sorare/Divulgação)

Corinthians terá cards colecionáveis em plataforma de NFTs de futebol (Sorare/Divulgação)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 23 de setembro de 2021 às 10h01.

Última atualização em 23 de setembro de 2021 às 10h41.

O Sport Club Corinthians Paulista está realmente interessado no mercado de criptoativos - ou, pelo menos, nas receitas que o setor pode oferecer aos seus participantes. Depois de lançar o seu fan token e de fechar patrocínio com uma corretora cripto, o Timão anunciou nesta quinta-feira, 22, que também terá seus NFTs emitidos na rede Ethereum, através de uma parceria com a plataforma Sorare.

A Sorare - que se lê "so rare", em inglês, e que significa "tão raro", na tradução livre - é uma plataforma em blockchain que emite tokens não-fungíveis dos jogadores de futebol dos clubes parceiros - atualmente, a lista tem mais de 180 nomes, incluindo gigantes como Barcelona, Real Madrid, Bayern, PSG e muitos outros.

Esses NFTs e contam com foto, estatísticas e outros dados dos atletas e podem ser usados pelos colecionadores para montar um time de fantasy game semelhante ao Cartola FC, no qual o desempenho dos atletas no mundo real valem pontos no game.

“Com a chegada da Sorare, o Corinthians dá mais um passo na inovação de seus empreendimentos globais. Nessa parceria, vamos oferecer, por meio de fantasy game e de NFTs, novas maneiras de viver no dia a dia a paixão pelo Corinthians. Tenho certeza de que nossa torcida vai abraçar também essa iniciativa, que é parte da nossa prioridade em desenvolver a experiência e o produto digital Corinthians. Já contávamos com o fan token, agora com o NFT, e outras novidades virão”, disse o presidente do clube, Duílio Monteiro Alves.

O clube e a plataforma não confirmam detalhes financeiros do acordo, mas a Sorare afirmou à EXAME, em nota, que "existe uma divisão de lucros entre a Sorare e o Corinthians, mas os detalhes são confidenciais". O lucro da plataforma vem da venda dos tokens emitidos e colocados à venda e, depois, da comissão de 5% cobrada por todas as negociações no mercado secundário.

Coleção, game ou especulação?

Registrado no blockchain Ethereum, cada card colecionável da Sorare é um token não-fungível, único, indivisível e inalterável. Há, claro, cards (ou tokens) que visualmente são idênticos - os mesmos time, jogador e informações - mas cada um deles é único, já que é registrado em um contrato inteligente diferente e tem número de série distinto.

O número de série, aliás, é o principal fator para determinar qual card digital vale mais do que outro. Quanto menor a tiragem de um card, maior o seu valor. Isso se junta também ao jogador e o time retratados e ao próprio número de série, que vale mais quando é menor. O NFT mais caro da história da plataforma é um de tiragem única, do astro português Cristiano Ronaldo, vendido a quase 1,5 milhão de reais.

Na Sorare, os cards são vendidos em leilões, sejam os NFTs novos, recém-emitidos pela plataforma, ou os de segunda mão, que outros usuários colocam à venda no mercado secundário - na própria plataforma ou em sites como OpenSea, Rarible e afins.

Além de colecionar e participar das disputas de fantasy games, muitos usuários aproveitam a plataforma para especular e ganhar dinheiro com as negociações. O crescimento da plataforma é um fator que pode impulsionar os preços, assim como o aumento da procura por determinado atleta - por exemplo, comprar um NFT de uma jovem promessa pode ser rentável quando, ou se, ela de fato se tornar uma estrela.

O contrário, claro, também é possível e pode acarretar em prejuízo, e por isso quem quiser entrar nesse tipo de plataforma com objetivos financeiros deve fazer isso com conhecimento e cautela.

Álbum de figurinhas do futuro

Com a parceria entre a Sorare e o Corinthians, os torcedores alvinegros ou quaisquer interessados em ter cards digitais dos jogadores do clube poderão encontrar NFTs de nomes como Cássio, Willian, Renato Augusto e Jô na plataforma a partir de 5 de outubro.

Com mais de 600 mil usuários registrados, 130 mil usuários ativos por mês e volume de negociação mensal que superou 130 milhões de dólares em junho, a Sorare quer expandir sua atuação no Brasil, onde o único parceiro até agora era o Atlético Mineiro.

Apesar de ter usuários em 160 países, a plataforma conta com apenas 15 mil brasileiros, um número bastante modesto para uma plataforma do gênero no "país do futebol" - como referência, a cada rodada do Brasileirão, o Cartola FC, da Globo, conta mais de 1 milhão de times escalados.

“Estamos muito satisfeitos com a parceria com o Corinthians, um dos clubes mais prestigiados do Brasil”, disse Nicolas Julia, CEO da Sorare. “O time já tem um grande número de torcedores no mundo todo e esta parceria aumentará ainda mais sua base de fãs internacionais, ao mesmo tempo que ajuda a Sorare a continuar construindo uma experiência de jogo global. O game nasceu do nosso amor pelo futebol e da nossa experiência em blockchain, mas acreditamos que há uma grande oportunidade de levar a Sorare para mais fãs de futebol em todo o mundo, assim como de ampliar o modelo para outros esportes”.

No início desta semana, a plataforma anunciou a captação de 680 milhões de dólares - ou mais de 3,5 bilhões de reais - em uma rodada de investimento Série B que avaliou a empresa em 4,3 bilhões de dólares e foi liderada pelo Softbank. Segundo a Sorare, o valor servirá justamente para acelerar a expansão da plataforma em outros mercados e para outros esportes. Além da instituição japonesa, a plataforma tem entre seus investidores alguns atletas famosos, como Piqué e Griezmann; fundos renomados como o Benchmark; investidores-anjo como Gary Vee; e a brasileira Go4it Capital.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube

Acompanhe tudo sobre:BlockchainCorinthiansCriptoativosCriptomoedasNFTs

Mais de Future of Money

Stablecoins: o dólar digital sem fronteiras?

ETFs de cripto: entendendo a tese de investimento em ativos digitais para 2025

Fundador do LinkedIn diz que bitcoin valerá US$ 200 mil em 2025 e que investiu no ativo em 2013

"Drex é o início da tokenização do sistema bancário", diz Campos Neto em despedida do BC