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Como a infraestrutura vai definir o futuro do mercado cripto

Em 2025, a inovação financeira deixa de ser exceção: o sistema tradicional avança em infraestrutura digital e eleva o padrão de maturidade exigido do mercado cripto

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Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 29 de dezembro de 2025 às 14h00.

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Por Jeff Bergamo*

Quando falamos em evolução do sistema financeiro, normalmente pensamos em solidez: infraestrutura regulatória, trilhas de auditoria, mecanismos de controle, padrões operacionais. Tudo isso continua essencial, mas em 2025, o sistema financeiro tradicional deixou de ser apenas um ambiente consolidado e passou a ser um vetor ativo de inovação.

Esse avanço muda o eixo da discussão: agora, o que separa um mercado institucional maduro de um mercado ainda experimental é a capacidade de acompanhar o ritmo da modernização financeira que já está ocorrendo fora do universo cripto.

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Nos últimos anos, o Brasil acelerou a transformação do seu arcabouço financeiro: Open Finance, tokenização regulada, ambientes de testes estruturados, camadas mais avançadas de supervisão e integração digital entre instituições.

Esse movimento elevou a régua de forma definitiva. Se o sistema financeiro brasileiro já é reconhecido por sua robustez, em 2025 ele também passou a ser referência em infraestrutura digital integrada. E isso cria uma consequência inevitável: o ecossistema cripto que pretende dialogar com esse novo padrão precisa evoluir, não apenas na tecnologia em si, mas principalmente na maturidade operacional que o acompanha.

O desafio, portanto, não é só inovar: é operar com disciplina, previsibilidade e escala, nos mesmos termos que o restante do sistema já alcançou.

É aqui que o conceito de “infraestrutura” muda a conversa. No sistema financeiro tradicional, infraestrutura não é um produto, mas um conjunto de capacidades interoperáveis que permite que bancos, gestoras, fintechs e instituições funcionem com precisão e transparência.

Ao transportar essa lógica para o mercado cripto, fica evidente que tecnologias isoladas — por mais sofisticadas que sejam — não respondem sozinhas às exigências de um ambiente institucional moderno. A operação com ativos digitais, para ser reconhecida no mesmo patamar, precisa oferecer auditoria, conformidade, segregação, governança, monitoramento e eficiência operacional. A tecnologia cripto pode ser o núcleo, mas o valor real está na estrutura completa que se cria em torno desse núcleo.

Por isso, o debate mais relevante hoje não é “cripto vs. sistema tradicional”, mas sim a constatação de que incidentes, falhas e perdas em cripto seguem acontecendo justamente nas fronteiras entre tecnologia e processo.

Na prática, o problema quase nunca é apenas o ativo digital em si: é como se define governança, como se autorizam operações, como se monitora risco, como se documentam políticas e como se integra tudo isso a ambientes regulados. Em outras palavras: não basta discutir segurança de protocolos; é preciso discutir segurança institucional, exatamente como o sistema tradicional faz há décadas.

Quando uma empresa decide atuar com ativos digitais — seja em investimentos, tesouraria, tokenização ou produtos — ela se vê diante de uma pergunta que o sistema financeiro tradicional já resolveu: como transformar tecnologia em capacidade empresarial, e não em exceções operacionais?

A resposta depende de soluções que sejam nativamente integradas, reduzam riscos de fricção, eliminem remendos entre sistemas e criem fluxos auditáveis, repetíveis e compatíveis com os padrões que as instituições financeiras já utilizam em suas operações.

Esse é o motivo pelo qual, cada vez mais, faz sentido entender infraestrutura cripto sob a ótica do sistema financeiro: não como um serviço isolado, mas como uma plataforma completa, capaz de garantir integração, governança e eficiência.

No cenário atual, em que o sistema tradicional avança para um patamar de digitalização altamente sofisticado, a evolução natural é que o mercado cripto faça o mesmo, migrando de soluções pontuais para arquiteturas completas que realmente se conectem ao restante da nova economia digital.

O Brasil tem todas as condições de liderar essa convergência e já demonstrou, com o Pix, o Open Finance e iniciativas reguladas de tokenização regulada, que é capaz de operar sistemas digitais de alto impacto com escala e confiabilidade.

Isso cria uma expectativa clara: ativos digitais, para serem incorporados à infraestrutura financeira moderna, precisam operar no mesmo nível de maturidade. Para o ecossistema cripto, isso significa abandonar o modelo fragmentado e adotar uma visão de "stack": governança, compliance, observabilidade, integração e resposta a riscos funcionando de forma coordenada, como já acontece no sistema tradicional.

No fim, o futuro do mercado não será decidido pela narrativa mais ousada do setor cripto, mas pela sua capacidade de alcançar o padrão que o sistema financeiro tradicional já atingiu. Em 2025, o mercado financeiro deu um salto de modernização; agora, o próximo capítulo depende da habilidade do ecossistema cripto de evoluir para operar com a mesma previsibilidade, rigor e escala, para que só assim ativos digitais deixem de ser uma ilha tecnológica e passem, de fato, a fazer parte da infraestrutura financeira contemporânea.

*Jeff Bergamo é diretor de vendas da BitGo no Brasil.

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