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Com queda generalizada no mercado, Chiliz despenca 51% e lidera perdas em junho; veja ranking

Pressão vendedora no bitcoin e incertezas macroeconômicas voltaram a prejudicar os criptoativos ao longo do mês de junho

Mercado de criptomoedas voltou a cair em 2024 (Reprodução/Reprodução)

Mercado de criptomoedas voltou a cair em 2024 (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 4 de julho de 2024 às 14h05.

O mercado de criptomoedas enfrentou um mês de junho difícil, marcado por fortes quedas em alguns dos principais projetos do segmento. E o quadro negativo se refletiu no ranking de maiores ganhos e perdas de criptoativos divulgado pela gestora QR Asset: o levantamento aponta que nenhuma das 40 maiores criptomoedas valorizaram no último mês.

Murilo Cortina, diretor comercial da QR Asset, avalia que "em junho, vimos o mercado de cripto sofrer uma correção mais acentuada. Apesar do bitcoin ainda se manter na faixa dos U$ 60 mil, projetos menores tiveram quedas fortes à medida que o mercado mostrava o seu receio em relação a eventos próprios do mercado de cripto, os quais impactam seu preço".

Entre eles, ele cita a futura distribuição de ativos da corretora falida Mt. Gox para seus antigos clientes, além das movimentações de bitcoin pelos governos da Alemanha e dos EUA. Além disso, "o ambiente macro ainda é de incertezas, mas não forte o bastante para provocar tamanha venda, dado que a bolsa americana atingiu novos recordes em junho".

"Em linhas gerais, após meses de sequentes altas, vimos a grande primeira correção generalizada do mercado de cripto", comenta. Entre os melhores desempenhos do mês, apenas a stablecoin pareada ao dólar DAI não teve desempenho negativo, exatamente pela característica de estabilidade que esses ativos precisam ter.

Já as menores quedas foram dos ativos Injective - de 6,94% -, Aave - de 7,23% - e MakerDao - de 8,93%. No caso da Injective, Cortina explica que o projeto realizou uma queima de 6 milhões de unidades do seu token, reduzindo sua oferta e ajudando a limitar a desvalorização do ativo.

"Este evento de queima foi programado e faz parte de uma estratégia contínua do protocolo para reduzir a oferta circulante de tokens, aumentando, assim, o seu valor​. Além disso, o lançamento dos futuros de perpétuo de INJ na Bitoro será mais um fator de atração para o token, com subsequente queima maior de INJ, criando um cenário positivo para o token", pontua.

Maiores quedas entre as criptomoedas

Já entre as maiores quedas, a liderança foi da Chiliz, que despencou 51,46%. O executivo da QR Asset atribuiu o movimento "à diminuição do interesse e da atividade nas plataformas de fan tokens. Embora estejamos em um mercado de alta, o interesse por fan tokens vem caindo significativamente nos últimos tempos e, com isso, projetos ligados a este setor também apresentam uma queda".

"Além disso, o projeto tentou implementar algumas novas funcionalidades na sua plataforma Socios.com, as quais apresentaram várias falhas, contribuindo para uma queda mais acentuada quando comparado a outros tokens no mercado", afirma.

A segunda maior queda foi do Blur, de 50,83%, que Cortina atribuiu a uma "vulnerabilidade de segurança descoberta em um dos seus contratos inteligentes, que levou à perda de fundos dos usuários e gerou uma crise de confiança na plataforma. Este incidente resultou em uma retirada massiva de liquidez na sua plataforma, pressionando significativamente o preço do token".

Outro destaque negativo foi o Echelon Prime, cuja criptomoeda recuou 49,02%. Cortina comenta que a queda ocorreu devido a uma "série de problemas operacionais na sua nova plataforma de negociação perpétua. A integração da plataforma com exchanges descentralizadas e centralizadas foi problemática, o que causou interrupções frequentes e atrasos nas transações".

Fecham, ainda, as cinco maiores quedas do mês os ativos Celestia, que desvalorizou 46,74%, e Curve, que recuou 41,59%.

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