Com quase 5 milhões, Brasil é o 2º país com mais investidores de NFTs e sai na frente de EUA e China
Pesquisa da Statista revela onde vivem os investidores de NFTs, e Brasil ganha destaque com aproximadamente 5 milhões de pessoas que apostam no futuro da tecnologia
Mariana Maria Silva
Publicado em 14 de junho de 2022 às 16h49.
Última atualização em 14 de junho de 2022 às 16h52.
Os tokens não fungíveis, mais conhecidos pela sigla NFT, se tornaram bastante populares em todo o mundo nos últimos dois anos. Ainda que não tenham dominado o público em massa, Neymar, Eminem, Madonna e Justin Bieber são apenas alguns nomes de uma lista extensa de celebridades que aderiram à nova tecnologia e convencem seus fãs a comprar o token de registro digital que rapidamente virou um investimento a partir das criptomoedas.
Cada NFT pode representar os mais diversos itens, sejam eles físicos ou virtuais, dentro do blockchain. Seu uso se tornou amplamente reconhecido como uma forma de garantir a autenticidade e a exclusividade de determinada coisa, e as artes digitais e itens de jogos online se tornaram os itens mais representados pelos NFTs. Coleções de arte digital como a Bored Ape Yacht Club e jogos online como Axie Infinity estão entre os NFTs mais famosos do mundo atualmente.
Uma pesquisa da Statista revelou a quantidade de investidores de NFTs em todo o mundo e colocou o Brasil em segundo lugar, com 5 milhões de pessoas adeptas aos tokens não fungíveis. A liderança ficou com a Tailândia por pouco: 5,65 milhões. Em seguida, estão Estados Unidos (3,81 milhões), China (2,68 milhões) e Vietnã (2,19 milhões), completando o top 5.
No Brasil, a adoção dos NFTs pode ser explicada pelo sucesso de jogos play-to-earn e a influência de famosos. Enquanto os jogos como Axie Infinity e Amber Sword entraram nas casas dos brasileiros a partir da pandemia, por conta de suas recompensas em criptomoedas, a opinião de influenciadores também ganhou força durante o período.
De acordo com uma outra pesquisa da Statista, realizada em 2021, o Brasil se tornou o país com a população mais influenciada pelo marketing do gênero. 40% das compras feitas pelo brasileiro foram pautadas de acordo com a orientação de influencers. Ainda que não atuem profissionalmente na área, a opinião de famosos como Neymar, que investe em uma série de NFTs e os divulga nas redes sociais, segue sendo muito importante.
No entanto, a pesquisa da Statista destaca que ao levar em consideração a população destes países, o leste e sudeste asiático ganham vantagem. Ainda em liderança, a Tailândia possui 8,08% de sua população investindo em NFTs, enquanto o Brasil fica com apenas 2,33%.
O boom nos países desta região da Ásia pode se explicar por conta do sucesso de Axie Infinity, desenvolvido no Vietnã. O próprio Vietnã tem sua parcela de destaque na pesquisa, em quinto lugar com 2,19 milhões de investidores de NFTs. O jogo se tornou uma verdadeira fonte de renda na região, com investidores utilizando a renda do jogo para comprar comida e investir nos estudos.
Em 2021, o mercado de NFTs cresceu tanto que chegou a quase rivalizar com o mercado de arte convencional. Chegando a uma capitalização de US$ 41 bilhões, faltaram “apenas” US$ 9 bilhões para que os NFTs alcançassem a arte digital, que tinha valor de mercado de US$ 50 milhões na época.
Em 2022, o cenário para os tokens não fungíveis não foi tão otimista: a negociação de NFTs caiu aproximadamente 92%. As razões podem ser várias, como a diminuição do hype, a queda generalizada do setor cripto, medo de fraudes e da inflação. No entanto, especialistas apontam que o mercado de NFTs “ainda não está morto”.
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