Future of Money

Banco Central cria grupo de trabalho sobre tokenização de ativos financeiros em blockchain

Conforme resolução publicada na segunda-feira, o "GT Tokenização" será interdepartamental e fará estudos sobre as atividades de registro, custódia, negociação e liquidação de ativos financeiros em infraestruturas de registro distribuído, mais conhecido como blockchain

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília (Agência Brasil/Reprodução)

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília (Agência Brasil/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de dezembro de 2022 às 13h24.

O Banco Central (BC) criou na segunda-feira, 12, um grupo de trabalho dentro do órgão sobre tokenização, que é a representação digital de um ativo - físico ou não - em uma blockchain.

Conforme resolução publicada na segunda-feira, o "GT Tokenização" será interdepartamental e fará estudos sobre as atividades de registro, custódia, negociação e liquidação de ativos financeiros em infraestruturas de registro distribuído (Distributed Ledger Technologies, em inglês - DLTs), mais conhecido como blockchain.

LEIA TAMBÉM: 'Sistema financeiro está migrando para economia tokenizada', diz presidente do BC

Recentemente, foi aprovado no Congresso o projeto de regulação dos criptoativos. O texto não especifica um regulador, o que vai ser feito pelo presidente da República. Mas a expectativa é que o BC seja responsável ao menos pela parte da regulamentação que não tem relação com valores mobiliários, competência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Segundo a resolução, o grupo de trabalho, criado no âmbito do Comitê de Governança, Riscos e Controles (GRC) do BC, tem caráter multidisciplinar e natureza consultiva. O objetivo é propor recomendações e avaliar aspectos relacionados às atividades com ativos financeiros em uma blockchain.

Quer receber os fatos mais relevantes do Brasil e do mundo direto no seu e-mail toda manhã? Clique aqui e cadastre-se na newsletter gratuita EXAME Desperta.

Dentre as competências, estão comparar o cenário brasileiro e o internacional e a análise de resultados das iniciativas de sandbox e do laboratório do real digital, a futura moeda digital do Banco Central (CBDC, na sigla em inglês).

Além disso, o grupo de trabalho terá de estudar o impacto das tecnologias de blockchain sobre os serviços e a estrutura do mercado, inclusive com levantamento de ganhos de eficiência no Sistema Financeiro Nacional (SFN), bem como dos riscos financeiros, operacionais, reputacional e de negócio.

Também serão atribuições a avaliação do grau de segurança cibernética de presentes soluções de tokenização e o diagnóstico do arcabouço legal e eventual proposição de ajustes regulatórios.

A resolução entra em vigor no dia 1º de janeiro. O GT terá duração de 180 dias, podendo ser prorrogado pelo mesmo período de tempo, caso necessário. O grupo terá reuniões ordinárias a cada 15 dias, mas pode também se reunir de forma extraordinária. "O relatório final do GTI Tokenização deverá ser apresentado, até a primeira reunião do GRC após o prazo estabelecido no art. 8º 180 dias renováveis pelo mesmo período, com os resultados dos estudos", diz a resolução.

Nesta terça-feira, em evento do Poder 360, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o BC está trabalhando com a CVM sobre a regulamentação de criptoativos.

Campos Neto afirmou também que o órgão deve lançar um piloto do real digital no segundo semestre de 2023, fechado, só com algumas instituições. Já o lançamento oficial está previsto para 2024.

LEIA TAMBÉM:

Acompanhe tudo sobre:BlockchainCriptomoedasDrex (Real Digital)MoedasRoberto Campos Neto

Mais de Future of Money

Vitória de Trump aumenta demanda institucional por bitcoin, que negocia com prêmio na Coinbase

"Bitcoin não tem partido": perspectivas de crescimento e regulação com a vitória de Trump

Dogecoin dispara com vitória de Trump nos EUA: vale a pena investir em “memecoins”?

Após três máximas consecutivas em um dia, bitcoin vai continuar subindo? Especialista responde