(Tomaz Silva/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 7 de janeiro de 2025 às 14h01.
Última atualização em 7 de janeiro de 2025 às 15h38.
Embora o bitcoin tenha registrado alta de cerca de 140% em 2024, ele não foi o melhor investimento do ano perdendo para o cacau, que conseguiu valorização de mais de 185% no período e, assim como o bitcoin, a previsão é que em 2025 o ativo continue subindo.
A valorização da commodity agrícola foi motiva por questões ambientais como as temperaturas recordes do oceano, ventos secos e alterações climáticas que estão afetando as plantações de cacau e, com isso diminuindo o volume de produto colhido, enquanto da demanda pelo produto da indústria continua em crescimento.
Somente em dezembro o preço do cacau subiu cerca de 25% no mercado e inclusive afetou economias nacionais, como o caso de Gana, que viu sua moeda nacional sofrer forte desvalorização no começo do ano passado devido à baixa produção de cacau do país com as condições climáticas adversas.
"Isso pressionará ainda mais os suprimentos próximos, mas estamos em preços historicamente altos e a questão é se a demanda do consumidor diminuirá em algum momento", disse James Roemer, editor do boletim Weatherwealth.
Além do cacau, outras commodities agrícolas também tiveram desempenho positivo em 2024. Os preços do suco de laranja concentrado atingiram níveis históricos em agosto, impulsionados por colheitas ruins afetadas pelo greening dos cítricos, doença que dizimou essas plantações no Brasil e na Califórnia.
Para 2025, enquanto as projeções indicam o bitcoin perto de US$ 200 mil, alta de 100%, a valorização da criptomoeda pode ganhar um novo concorrente, o café que já teve alta de mais de 70% impulsionada pela previsão adversa do dólar e uma redução projetada na produção em países como Brasil e Vietnã.
O preço do café no Brasil tem registrado aumentos significativos nos últimos meses, e as projeções indicam que essa tendência deve persistir em 2025. Entre janeiro e novembro de 2024, o café moído acumulou alta de aproximadamente 33%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Nos supermercados, o pacote de 1 kg, que custava em média R$ 35,09 no início do ano, alcançou R$ 48,57 em novembro. Especialistas do setor preveem que os preços continuarão elevados até 2026, dependendo das condições climáticas nos próximos anos. As principais causas para essa escalada nos preços são:
Condições climáticas adversas: o primeiro semestre de 2024 foi marcado por períodos prolongados de seca e altas temperaturas em regiões produtoras como Minas Gerais e São Paulo. Essas condições estressaram as plantas de café, levando-as a abortar frutos para sobreviver, o que resultou em menor produção.
Incertezas futuras: nos últimos quatro anos, a produção de café tem sido afetada por eventos climáticos extremos, como geadas e ondas de calor, quebrando o ciclo de bienalidade típico da cultura. Essa imprevisibilidade gera insegurança no mercado, pressionando os preços para cima.
Aumento do consumo: apesar dos preços elevados, o consumo de café no Brasil cresceu 0,78% entre janeiro e outubro de 2024. No mercado internacional, a demanda também segue em alta, com países como a China ampliando suas importações em cerca de 17% ao ano.
Custos logísticos: conflitos internacionais, como as guerras no Oriente Médio, elevaram os custos de embarque e dos contêineres utilizados nas exportações, impactando os preços finais do produto.
Diante desse cenário, grandes empresas do setor anunciaram reajustes significativos. A 3Corações, líder de mercado, comunicou aumentos de 20% em dezembro de 2024 e prevê novo reajuste de 21% a partir de janeiro de 2025. A JDE Peet's, detentora da marca Pilão, anunciou elevação média de 30% nos preços para o início de 2025.
Com base nessas informações, estima-se que o preço do café, para o consumidor, possa subir até 40% entre o final de 2024 e o início de 2025.
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