Países do Brics querem criar sistema de pagamentos com moeda digital e blockchain
Grupo que inclui Brasil, China, Índia e Rússia vai trabalhar na criação de um sistema próprio para pagamentos transfronteiriços
Redação Exame
Publicado em 6 de março de 2024 às 16h33.
Última atualização em 6 de março de 2024 às 16h34.
Os países do Brics , grupo que reúne nove das principais economias emergentes do mundo, estão trabalhando na criação de um sistema de pagamentos transfronteiriços que vai incluir o uso de moedas digitais e a tecnologia blockchain . A informação foi revelada pela agência estatal russa Tass nesta semana.
Em entrevista à agência, Yury Ushakov, um assessor da presidência da Rússia , afirmou que a criação de um "sistema de pagamentos independente" pelo grupo é uma "meta importante para o futuro". Ele avalia que o sistema precisaria contar com "tecnologias mais recentes", como o blockchain.
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"O principal é garantir que [o sistema seja conveniente para os governos, as pessoas comuns e as empresas, bem como que seja rentável e livre de política", comentou Ushakov na entrevista. Ele não deu mais detalhes sobre o grau de desenvolvimento do sistema.
A criação faz parte de uma força tarefa criada em 2023 pelos países que compõem o Brics e que tem como foco o sistema monetário internacional. Países que integram o grupo sinalizaram nos últimos meses o desejo de criar uma alternativa ao dólar para pagamentos internacionais e entre governos.
Na semana passada, a Tass informou que o Ministério das Finanças da Rússia, o Banco da Rússia e alguns parceiros dentro do Brics pretendem criar uma plataforma de pagamentos multilateral com o objetivo de "melhorar o sistema monetário global".
Ainda não está claro até que ponto a tecnologia blockchain poderia ser integrada ao sistema, mas ela já é usada para realizar pagamentos transfronteiriços por meio de criptomoedas . Além disso, não foram divulgados detalhes sobre quais moedas digitais poderiam ser usadas neste sistema.
Em teoria, os países do Brics poderiam tanto permitir o uso de qualquer criptomoeda quanto restringir o uso no blockchain escolhido para moedas digitais específicas, incluindo versões digitais de suas próprias moedas fiduciárias, as chamadas CBDCs .
Atualmente, o Brasil está desenvolvendo o Drex , uma plataforma que usa a tecnologia blockchain para criar uma nova versão digital do real. Anteriormente, o Banco Central citou que há potencial de uso para transações internacionais, mas ainda existem empecilhos como integração entre diferentes CBDCs e uma legislação sobre o tema.
O Brics é composto pelo Brasil, a Rússia, a Índia, a China, a África do Sul e por mais quatro países que ingressaram no grupo neste ano: Etiópia, Egito, Emirados Árabes Unidos e Irã. A Arábia Saudita está em processo de adesão.
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