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Brasil tem 10 milhões de investidores de criptoativos, e isso ainda é pouco

País está se tornando referência no mercado de criptomoedas; entenda como o número de investidores cripto ainda pode subir no Brasil

 (Priscila Zambotto/Getty Images)

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Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 6 de agosto de 2023 às 10h27.

Por Vinicius Bazan*

O Brasil alcançou a marca de 10 milhões de investidores de criptoativos, segundo um estudo do Mercado Bitcoin. Ainda que represente "apenas" cerca de 5% da população, trata-se de um dado relevante frente aos 5,3 milhões de CPFs cadastrados na B3, no segmento de renda variável. Ou seja, praticamente a metade.

O que explica o sucesso de um mercado tão novo e peculiar? Alguns fatores são o apelo inovador e tecnológico dos criptoativos, o potencial exponencial de ganhos, e as facilidades em termos de experiência de usuário promovidas pelas plataformas chamadas de exchanges.

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Há, porém, outros elementos: o país vem aos poucos se tornando referência em mercado cripto no mundo. A popularização desta categoria de investimento ocorre em um cenário de ainda baixa penetração de investimentos em Bolsa, em um contraponto gritante com o mercado norte-americano.

Tudo isso acontece ainda em uma fase bastante inicial do ciclo de adoção de criptoativos, indicando que os números reportados podem crescer, e muito, nos próximos anos.

Cenário local: os brasileiros ainda investem pouco

O estudo do Mercado Bitcoin segue a tendência apontada por outros pares do mercado. A Chainalysis, empresa de pesquisa on-chain (dados disponíveis na blockchain de um certo ativo), publicou um relatório em 2022 que posicionava o Brasil na 7ª posição no ranking global de adoção de cripto.

A avaliação leva em conta pontos como valor gerado por serviços centralizados, de finanças descentralizadas e volume de negociação em exchanges peer-to-peer (P2P).

Trata-se de uma posição relevante mesmo frente ao líder do ranking: os EUA, que possui cerca de 20% da população com algum investimento em criptoativos, segundo um estudo de fevereiro deste ano encomendado pela Coinbase e realizado pela Morning Consult.

O que deixa a desejar no cenário local, por outro lado, é a proporção de investidores em ações na Bolsa, frente aos americanos. São 2,6% no Brasil, contra impressionantes 61% nos EUA.

Ou seja, o percentual americano é mais de 23 vezes maior que o brasileiro. A conclusão inevitável é a de que o Brasil ainda é um país com baixo grau de educação financeira e, como tal, pode ser lido — exageros à parte — como um ambiente de "8 ou 80”: ou poupança, ou cripto.

É notável o fato de que temos uma concentração muito grande de brasileiros com dinheiro alocado em produtos ruins de renda fixa (como a própria poupança) e, no outro extremo, em criptoativos, com pouca participação no meio do caminho.

A resposta é só uma: precisamos de mais informação de qualidade sobre finanças pessoais e investimentos disponíveis ao público. No caso dos criptoativos, é preciso mostrar o potencial de uso e crescimento oferecido pela modalidade.

O mercado de criptoativos ainda não chegou ao “ponto de virada”

O livro “O Ponto de Virada”, de Malcolm Gladwell, explica como uma nova ideia alcança o público: no início, apenas os usuários mais engajados e tecnologias estão dispostos a testar e adotá-la. Conforme se populariza, ela atinge outras camadas da sociedade, e atrai mais entusiastas. A adoção, segundo ele, segue uma “curva em S”.

No mercado de novas tecnologias, essa tendência de crescimento é parecida. Estima-se um perfil similar de adoção para o bitcoin, como uma proxy do restante do mercado de criptoativos. Em um estudo realizado em 2022 pela Blockware Solutions, concluiu-se de que cerca de 3% da população global adotou o Bitcoin.

Isso significa que, apesar do histórico de protocolo, da criptomoeda subjacente e dos 15 anos de operação, a fase do ciclo de adoção é ainda bem inicial. Observando estudos com tecnologias passadas, entende-se que o tal “ponto da virada”, quando a tecnologia é adotada por 10% da população, o bitcoin deve atingir esse patamar por volta de 2030.

Curiosamente, observadores do mercado projetam o preço do bitcoin significativamente maior do que o atual para a mesma data. É o caso, por exemplo, de Cathie Wood, da Ark Invest, que estima US$ 1,5 milhão por unidade de bitcoin até 2030, em um cenário otimista.

Embora não seja possível definir um valor preciso para um horizonte temporal tão distante, a partir do momento em que o bitcoin entrar em um regime de adoção em massa, o preço pode se multiplicar por dezenas de vezes o valor atual.

De fato, comparando a curva de adoção do Bitcoin à da Internet, o momento atual da moeda é similar ao que a web vivia logo antes dos anos 2000. A história nos ajuda a lembrar como o mercado de tecnologia ligado à Internet evoluiu em ferramentas e valor de mercado, em uma janela relativamente curta de 20 anos.

Os números de investidores de criptoativos no Brasil são expressivos, e eles se tornam mais impactantes pensando no alcance que Bitcoin e pares podem conquistar nos próximos anos.

Há muito pela frente, mas é certo que nos aproximamos de um ponto sem volta. Os criptoativos se tornarão elemento comum na vida dos brasileiros e cidadãos de todo o mundo.

* Vinicius Bazan é analista de criptoativos da Empiricus Research.

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