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Brasil tem novo recorde e chega a 1,9 milhão de CPFs com investimentos em criptomoedas

Dados da Receita Federal mostram que interesse por criptoativos está em alta entre os brasileiros, com expansão também em empresas

Tether lidera em valor movimentado, mas bitcoin teve mais operações no Brasil (Reprodução/Reprodução)

Tether lidera em valor movimentado, mas bitcoin teve mais operações no Brasil (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 12 de junho de 2023 às 11h21.

O Brasil registrou no mês de abril um novo recorde no investimento em criptomoedas. Dados da Receita Federal mostram que os números de investidores por CPF e por CNPJ atingiram os maiores valores da história, no segundo crescimento consecutivo do setor no país. Ao todo, foram 1,99 milhão de CPFs que reportaram operações para o órgão e 65,6 mil CPNJs.

Os números superaram os recordes anteriores, de 1,61 milhão de CPFs registrados em março e de 65,3 mil CPNJs reportados em dezembro de 2022. Em relação ao mês de março, o crescimento foi de 23,8% no número de investidores pessoa-física e de 6,4% na quantidade de pessoas jurídicas com operações reportadas à Receita Federal.

Por outro lado, a participação das mulheres no mercado brasileiro de criptomoedas atingiu em abril o menor nível desde maio de 2021. Segundo a Receita Federal, elas foram responsáveis por 10,53% das operações, contra 89,47% por homens. Mesmo assim, elas mantiveram uma participação no valor das operações semelhante ao de abril, com 15,59% do total.

O levantamento da Receita Federal também mostrou um crescimento no total geral movimentado pelos investidores e reportado ao órgão. Em abril, os valores chegaram a R$ 19,61 bilhões, maior valor desde maio de 2021, mas ainda distante do recorde registrado naquele mês, de R$ 25 bilhões.

Em relação ao mês anterior, o crescimento foi de 5,7%. A movimentação por meio de corretores de criptomoedas no exterior teve a maior alta, passando de R$ 1,2 bilhão para R$ 4,5 bilhões. As operações sem uso de exchanges caíram de R$ 2,8 bilhões para R$ 2,1 bilhões, e as com uso de corretoras com operação no Brasil recuaram de R$ 14,4 bilhões para R$ 12,9 bilhões.

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Criptomoedas favoritas dos brasileiros

Na divisão por criptomoedas, o bitcoin manteve a liderança em relação ao número de operações declaradas à Receita Federal. Ao todo, foram 1,6 milhão de movimentações, que totalizaram R$ 1,2 bilhão. Os números foram inferiores aos de março, com 2,2 milhões de operações e R$ 1,6 bilhão movimentado.

O segundo lugar ficou com o ether, com 634 mil operações declaradas e R$ 267 milhões movimentados. Os números também foram menores que os do mês anterior, quando foram reportadas 819 mil operações e R$ 372 milhões movimentados com o ativo.

Porém, considerando o valor total das operações, a liderança, com folga, é da USDT, também conhecida como Tether. A stablecoin - um tipo de criptomoeda - é pareada ao dólar, ou seja, 1 unidade dela equivale a US$ 1. Em abril, ela teve 154 mil operações, mas movimentou R$ 16,4 bilhões. Apesar das operações terem caído em relação a março, o valor subiu em relação aos R$ 14 bilhões reportados.

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