Brasil é o sétimo maior mercado de criptomoedas do mundo, à frente de vizinhos na América Latina (SOPA Images/Getty Images)
O Brasil movimentou cerca de US$ 140 bilhões (R$ 731 bilhões, na cotação atual) em criptomoedas entre julho de 2021 e junho de 2022, de acordo com dados da plataforma Chainalysis divulgados nesta quinta-feira, 20.
A plataforma destaca que o país é, atualmente, o sétimo maior mercado do setor, à frente de outros países da América Latina como a Argentina (13º), a Colômbia (15º) e o México (28º). A região movimentou US$ 562 bilhões no mesmo período.
Os dados apontam ainda que, em geral, brasileiros aplicam em fundos de criptomoedas como forma de investimento especulativo, uma característica que, segundo a Chainalysis, é observada também em mercados mais desenvolvidos.
Em outros países da região, os níveis elevados de inflação fizeram com que os investidores optassem mais por stablecoins, criptoativos atrelados a outras moedas, como o dólar. Nesses casos, o investimento tem caráter de proteção de flutuações cambiais.
Um dos exemplos é a Argentina, com inflação acumulada em 66% no ano. No país, 31% das transações inferiores a US$ 1 mil foram feitas com stablecoins, contra 26% no Brasil e 18% no México.
A plataforma destaca um grau de adoção elevado das chamadas finanças descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês) em território brasileiro. O país perde apenas para o Chile na implementação ao redor da região, com mais de um terço das transações sendo realizadas a partir de serviços DeFi.
Outro destaque do levantamento é o engajamento de brasileiros em jogos ligados ao DeFi, que são hospedados em blockchains e oferecem recompensas financeiras. Em um dos jogos mais famosos, o Axie Infinity, o Brasil possui a quinta maior comunidade de jogadores ativos.
“O Brasil é um mercado crescente de criptomoedas e, mesmo com o inverno que o setor observou neste ano, o número de usuários continua a crescer. Com a chegada de grandes players no mercado, os criptoativos devem se popularizar ainda mais”, diz a a diretora de pesquisa da Chainalysis, Kim Grauer.
Segundo o levantamento da plataforma, a adoção dos criptoativos na América Latina envolve três atividades principais: armazenamento em fundos, envio de remessas e investimentos especulativos.
Grauer considera que "à medida que as criptomoedas evoluem e as necessidades dos usuários latino-americanos mudam, será interessante ver quais casos de uso surgem para atender às suas necessidades".
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