BNP Paribas é o segundo maior banco da Europa (Benoit Tessier/Reuters)
Repórter do Future of Money
Publicado em 2 de maio de 2024 às 17h40.
O banco BNP Paribas, considerado o segundo maior da Europa, revelou nesta semana que possui agora investimentos em bitcoin. Na divulgação do seu balanço trimestral referente aos primeiros três meses de 2024, a instituição indicou pela primeira vez um investimento na criptomoeda, por meio de um fundo negociado em bolsa (ETF, na sigla em inglês).
A informação foi disponibilizada pelo banco em documentos enviados para a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a SEC. Segundo o material, o BNP Paribas comprou no primeiro trimestre o equivalente a US$ 41 mil (mais de R$ 200 mil, considerando a cotação atual) em participações no ETF da BlackRock, lançado em janeiro deste ano.
O aporte pelo banco é mais um sinal da crescente adoção do bitcoin por parte de agentes institucionais do mercado financeiro. O movimento ganhou força principalmente após a aprovação dos ETFs pela SEC e posterior lançamento nos Estados Unidos em 11 de janeiro. Atualmente, as bolsas do país contam com 11 fundos diferentes de investimentos no ativo.
A temporada de divulgação de balanços também fez com que outros bancos importantes no mercado divulgassem suas participações nos ETFs. Foi o caso do BNY Mellon, o mais antigo banco ainda em atividade nos Estados Unidos, que revelou que possui US$ 1,2 milhão (R$ 6 milhões, na cotação atual) investido em ETFs do ativo.
De acordo com o documento, o BNY Mellon comprou cerca de US$ 448 mil em participações no fundo da Grayscale, que já existia no mercado há alguns anos antes da conversão em um ETF. Já o montante aportado no ETF de bitcoin da BlackRock é ainda maior, totalizando mais de US$ 800 mil.
No caso do Brasil, os bancos BTG Pactual e Banco do Brasil estão entre os principais investidores institucionais do ETF de bitcoin da BlackRock. Dados da Bloomberg apontam que o BB investiu mais de US$ 1,5 milhão no fundo, enquanto o BTG aportou US$ 275 mil.
Para o analista de ETFs da Bloomberg Eric Balchunas, esse movimento é "apenas a ponta do iceberg" dos aportes institucionais, antevendo um crescimento significativo nos aportes desta classe de investidores no futuro. Ele citou como exemplo o ETF de futuros de bitcoin da ProShares, o primeiro fundo com exposição a criptomoedas lançado nos Estados Unidos e que tem atualmente 42% das suas cotas em posse de investidores institucionais.