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BlackRock descarta criar novos ETFs de criptomoedas e diz que foco está em bitcoin e ether

Em primeira entrevista a veículos brasileiros, Jay Jacobs falou sobre a visão da maior gestora de ativos do mundo sobre criptomoedas

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 4 de outubro de 2024 às 11h47.

Última atualização em 7 de outubro de 2024 às 13h42.

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A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, não tem planos no momento de lançar ETFs de outras criptomoedas e quer focar no bitcoin e no ether. É o que afirma Jay Jacobs, head de Thematics and Active ETFs da gestora, em sua primeira entrevista a veículos de imprensa do Brasil.

O executivo falou sobre o tema durante a Digital Assets Conference Brazil 2024, promovida na última quinta-feira, 4, pelo Mercado Bitcoin. Questionado sobre a possibilidade da BlackRock entrar com pedidos nos Estados Unidos para lançar ETFs de Solana ou multiativos de cripto, Jacobs afirmou que isso não está nos planos da gestora no momento.

"O nosso foco está nos dois maiores criptoativos do mercado. O bitcoin e o ether juntos correspondem a 75% de todo o mercado cripto. É onde vemos mais liquidez, mais demanda dos clientes e mais apetite regulatório. O nosso foco está nesses dois ativos no momento", reforçou.

Jacobs também comentou sobre a adoção de criptomoedas por investidores institucionais. Ele pontuou que "algumas instituições já estão adotando", mas "está cedo" para uma adoção em massa pela categoria. "Falta um processo educacional. Os institucionais querem saber mais sobre o investimento, o mundo de ativos digitais e como inclui-los em seus portfólios", disse.

"As instituições não tem pressa nesse processo de adoção. Pode demorar 1 ano ou até mais. Mas elas estão interessadas e estão iniciando um movimento de saber mais sobre [as criptomoedas]", destacou o executivo da BlackRock.

Mesmo assim, Jacobs afirma que a resposta obtida pela BlackRock ao lançar seus ETFs de bitcoin e ether neste ano foi "enorme": "A resposta [do mercado] tem sido maior do que a gente esperava, mas mais de curiosidade e de como os ETFs podem oferecer uma exposição a cripto. Ainda estamos no começo, o interesse é o primeiro estágio no processo de adoção".

Já sobre a regulação de criptomoedas, o executivo avalia que "é importante que os reguladores entendam como regular e proteger os consumidores, seja no Brasil ou em qualquer outro país". No caso brasileiro, ele afirma ver um "apetite regulatório" maior em entender mais sobre essa classe de ativos e elaborar uma regulação benéfica para o setor.

Ainda sobre o mercado do Brasil, Jacobs reconheceu que o país é um "mercado grande, em crescimento". Ele destacou a "demanda enorme" dos investidores brasileiros pelos BDRs lançados pela BlackRock dos ETFs de bitcoin e de ether e comentou que o foco da gestora está em "oferecer uma forma eficiente dos investidores terem exposição" a esses produtos.

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