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BlackRock: "bitcoin aumenta mais o retorno que os riscos em portfólios de investidores"

Jay Jacobs, head de Thematics and Active Equity ETFs da BlackRock, falou sobre papel da criptomoeda como diversificador de investimentos

BlackRock: gestora vê bitcoin como diversificador de portfólios (Bloomberg/Bloomberg)
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 3 de outubro de 2024 às 15h24.

O bitcoin é capaz de aumentar mais o retorno que o risco de portfólios de investidores. É o que aponta um estudo da BlackRock divulgado nesta quinta-feira, 3, durante a Digital Assets Conference 2024, promovida pelo Mercado Bitcoin. O ativo foi tema de uma palestra de Jay Jacobs, head de Thematics and Active Equity ETFs da BlackRock.

Segundo Jacobs, a adoção e crescimento da criptomoeda estão ligadas principalmente a uma desconfiança crescente ao redor do mundo com relação a bancos centrais e governos, levando à demanda por uma alternativa de investimento que tem sido cada vez mais atendida pelo ativo digital.

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"Quanto mais as pessoas usarem o bitcoin como umapotencial reserva de valor e um hedge da geopolítica global, mais a volatilidade tende a cair, mas ele vai continuar sendo esse hedge. É o caso do ouro", compara. Para ele, essa trajetória só seria interrompida se houvesse uma recuperação da confiança nessas instituições, mas esse não parece ser o caso. Por isso, o bitcoin seria um "diversificador único" de portfólios.

O levantamento da BlackRock apontou que as maiores vantagens da criptomoeda em portfólios foram observadas quando a alocação fica restrita aaté 5% do portfólio total do investidor. Nesses casos, o ativo "aumenta os retornos do portfólio, e os riscos também. Mas ele consegue aumentar mais os retornos que os riscos".

Quando a alocação em bitcoin supera os 5% "o bitcoin vira o portfólio, e aí você perde a vantagem". Além disso, a gestora observou que, independentemente do período de compra analisado, o comportamento da criptomoeda foi "consistente" e positivo.

"No caso dos investidores brasileiros tem ainda mais vantagens na diversificação com bitcoin. Em pouca quantidade ele chega até a reduzir a volatilidade, mas conforme aumenta você vê mais volatilidade. O ideal é umaalocação abaixo de 5%, e retornos maiores foram observados em uma alocação abaixo de 3%", disse Jacobs.

O ideal, segundo o executivo da BlackRock, é trabalhar com uma " alocação de longo prazo ", com retornos positivos sendo observados principalmente emperíodos superiores a três anos. "A chance de ter uma contribuição positiva no portfólio aumenta quanto maior for o período em que você 'segura' o ativo", destaca.

Em geral, o levantamento da gestora aponta um impacto semelhante em portfólios na adoção do bitcoin ou do ether. Entretanto, Jacobs acredita que o ether tem potencial para ocupar uma parte do espaço ocupado por ações de tecnologia, enquanto o bitcoin teria espaço como alternativa a títulos.

ETFs e adoção

Jacobs avalia que o lançamento dos ETFs de bitcoin e ether pela BlackRock e outras gestoras neste ano representou o "início de uma jornada para muitos investidores em cripto. Os ETFs são uma nova forma de investir e ter exposição a cripto. Existia toda a uma ampla gama de investidores que não tinha exposição a bitcoin e ether e agora pode considerar ter".

"Cada vez as pessoas estão entendendo o que cripto significa e os benefícios no portfólio, especialmente com relação aos ativos tradicionais, ações e títulos.O cliente do futuro vai questionar as empresas sobre ativos digitais, e as empresas precisam saber responder a essas perguntas e saber como ajudar os clientes a investir", ressalta.

Na visão de Jacobs, "a maior adoção de ativos digitais surgiu pela demanda por uma alternativa líquida. Os clientes querem um tipo diferente de ativo nos seus portfólios, diferente de ações e títulos. A correlação entre ações e títulos têm aumentado, em especial em momentos de altas taxas de juros, então a demanda por uma alternativa tem crescido".

"Não sabemos se o bitcoin vai disparar, massabemos que ele se comporta de forma diferente que outros ativos, e isso por si só já é vantajoso para o portfólio", ressalta. Ao mesmo tempo, ele lembra que "o que medimos nos últimos 10 anos pode ser diferente do que vai acontecer nos próximos. Podemos ter mais volatilidade, novas correlações".

O executivo da BlackRock pontua que "não temos um preço-alvo para o bitcoin, mas acreditamos que é nosso dever dar acesso a ele para os investidores. Agora que temos os ETFs, o próximo passo é sobre educação, ajudar as pessoas entender qual papel os criptoativos devem ter em seus portfólios".

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