Bitcoin dispara, ultrapassa US$ 28 mil e analistas esperam novas altas
Analistas apontam que reunião de juros do banco central dos Estados Unidos vai determinar comportamento futuro da criptomoeda
Repórter do Future of Money
Publicado em 20 de março de 2023 às 11h29.
Última atualização em 20 de março de 2023 às 11h38.
O bitcoin mantém uma trajetória de alta nesta segunda-feira, 20, apoiado na continuidade do otimismo entre investidores sobre a política de juros do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. O mercado de criptomoedas como um todo tem sido beneficiado pela perspectiva de um abrandamento do combate à inflação no país.
De acordo com dados do CoinGecko, a maior criptomoeda do mercado acumula uma alta de 2,6% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 28.196. Já o setor cripto como um todo acumula uma valorização de 1,6%, com um valor de mercad0 superior a US$ 1 trilhão. Dentre as 15 maiores criptos, o sol, do blockchain Solana, lidera com ganhos de 8,1%, a US$ 23,61.
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A última vez em que o bitcoin atingiu o nível de preço atual foi em junho de 2022, antes de uma intensa queda gerada pela junção do início do ciclo de alta de juros nos Estados Unidos e problemas internos do segmento cripto. Em sete dias, a criptomoeda já valorizou 28,4%, superando os patamares atingidos durante a valorização em janeiro deste ano. Além disso, o ativo supera outros investimentos mais tradicionais, como o ouro e o Ibovespa.
Ayron Ferreira, analista-chefe da Titanium Asset, destaca que a criptomoeda "se descolou dos índices acionários" e avança mesmo diante de um "cenário turbulento na economia". "Se antes a correlação era forte com o S&P500 e o Nasdaq, agora o preço do bitcoin parece ter criado vida própria, pelo menos nesse momento, e sobe junto com o puro, ativo historicamente conhecido por ser uma reserva de valor e que está indo rumo bater novas máximas históricas".
"Devemos entender melhor os motivos para esse descolamento nos próximos meses e entender se o bitcoin está sendo observado como uma reserva de valor ou é um movimento temporário. O fato é que o bitcoin surgiu justamente durante uma crise bancária, onde o Fed e demais BCs foram obrigados a intervir", explica o analista.
Especialistas têm apontado que um dos principais motivos para a valorização recente do ativo é a busca de investidores por alternativas seguras de investimentos e independentes em relação a intervenções de bancos centrais. Outros destacam também a perspectiva de que a crise bancária levará a um ciclo de alta de juros mais suave nos EUA, o que beneficia ativos considerados de risco.
Reunião do Fed e o bitcoin
Nesse sentido, Ferreira observa que será importante ficar atento à reunião de definição de juros do Federal Reserve, que terminará na próxima quarta-feira, 22. O mercado espera agora uma alta de 0,25 ponto percentual e sinalizações de uma postura mais branda pela autarquia. "A situação do sistema bancário deve permanecer no radar do mercado, já que não se sabe os desdobramentos e se mais bancos terão que ser socorridos", complementa Ferreira.
Já a corretora de criptomoedas Bybit avalia que "a semana promete grandes movimentos para o bitcoin, já que os touros passaram por cima da resistência de US$ 25 mil, tornando ela suporte e já buscam elevar o bitcoin acima do suporte psicológico de US$ 30 mil".
"Fatores macroeconômicos devem ser favoráveis ao bitcoin nesta semana, já que a crise bancária nos EUA acabou fortalecendo as criptomoedas. Neste domingo, os principais bancos centrais do mundo anunciaram a coordenação para aumentar o fornecimento de liquidez por meio de acordos permanentes de linhas de swap em dólares americanos", ressalta a empresa.
A exchange afirma ainda que o último período de injeção de liquidez no mercado, entre 2020 e 2021, ajudou na forte alta das criptomoedas, e que esse movimento pode se repetir agora. E um elemento central para confirmar isso será a reunião do Fed nesta semana, que pode "favorecer ainda mais" o setor de criptomoedas.
"Ao contrário das semanas anteriores, nas quais havia medo com relação ao desenvolvimento do mercado, esta semana promete ser de alta para o bitcoin, que já iniciou a segunda com forte valorização. Nada impede que os touros consigam romper a resistência de US$ 30 mil e encontrem um topo na semana próximo de US$ 32 a 33 mil", ressalta a exchange.
Entretanto, caso a reunião do Fed não siga as expectativas do mercado, a Bybit acredita que a criptomoeda pode retroceder para um patamar inferior a US$ 25 mil, mas ainda acima de US$ 23 mil. Mesmo assim, no momento, ela diz que "é difícil imaginar um cenário de baixa", já que a cripto tem sido vista cada vez como uma reserva de valor.
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