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Bitcoin atinge maior valor em 9 meses e ronda US$ 27 mil com Fed no radar

Maior criptomoeda do mercado acumula uma valorização de quase 32% em sete dias, beneficiada por crise bancária nos EUA

Bitcoin iniciou nova tendência de alta em março (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin iniciou nova tendência de alta em março (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 17 de março de 2023 às 10h53.

O bitcoin tem uma forte alta nesta sexta-feira, 17, apoiado pela mudança de perspectiva entre investidores sobre o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos. Após o fechamento de bancos regionais no país e uma possível crise envolvendo o Credit Suisse, o mercado agora passou a esperar um Federal Reserve mais suave no combate à inflação, o que ajuda o mercado de criptomoedas.

De acordo com dados do CoinGecko, a maior criptomoeda do mercado acumula uma valorização de 6,8% nas últimas 24 horas, cotadas a US$ 26.678. Com isso, o ativo já registra o seu maior valor desde junho de 2022, quando iniciou uma forte tendência de queda que perdurou pelo resto do ano. Outras altas de destaque são do MANA (8,4%), link (8,1%) e dot (7,2%).

No acumulado de sete dias, o bitcoin acumula ganhos de 31,8%, ainda segundo dados coletados pelo CoinGecko. Com isso, a criptomoeda conseguiu não apenas compensar as perdas entre o fim de fevereiro e o início de março - quando o mercado esperava um Fed mais agressivo nas altas de juros -, como também superou os patamares alcançados na valorização do início de 2023.

O novo movimento de alta no mercado de criptomoedas começou depois que o mercado passou a apostar em uma alta menor nos juros dos Estados Unidos na próxima reunião do Federal Reserve, que começa na próxima terça-feira, 21. Dados do CME Group apontam uma mudança de posição majoritária, com apostas em uma alta de 0,5 ponto percentual sendo substituídas por uma de 0,25 p.p.

Além disso, nos últimos dias as apostas de que o Fed pode acabar mantendo a taxa atual de juros, sem elevações, também ganharam mais espaço, passando de 20,3% para 28,4% do total. O cenário é favorável para ativos considerados de risco, incluindo o bitcoin e as criptomoedas, já que reduzem a atratividade da renda fixa norte-americana.

Nova alta do bitcoin

Thiago Rigo, analista da Titanium Asset, afirma que o bitcoin está sendo "impulsionado por sinais mais positivos na macroeconomia e no mercado financeiro, além das projeções de cortes de juros cada vez maiores e mais próximas". A expectativa agora, ressalta, é de que o Fed já comece a reduzir os juros dos Estados Unidos em setembro, com um corte de 0,25 p.p.

"Os mercados tentam balizar suas apostas levando em conta a preocupação do Fed quanto à situação do sistema bancária do país, que é um problema mais iminente. Apenas na última semana, o banco central americano aumentou seu balanço em mais de US$ 300 bilhões, num movimento que vai na direção contrária da que o Fed seguia" ressalta o analista.

Para ele, "essas expectativas são boas para os ativos de risco em geral, mas as criptomoedas saem mais beneficiadas por diversos motivos. Dentre eles, a solidificação da tese do bitcoin, que surgiu exatamente como uma resposta à crise do sistema bancário em 2008, sendo uma solução para os problemas do mercado tradicional".

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