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Análise: bitcoin tem pior performance desde novembro com cenário global negativo

Tendência de médio prazo para a criptomoeda ainda é de alta, mas recuperação pode demorar para começar

Bitcoin e outras criptomoedas acumulam perdas na semana (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin e outras criptomoedas acumulam perdas na semana (Reprodução/Reprodução)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 23 de agosto de 2023 às 10h01.

Por Lucas Costa*

O bitcoin fechou a última semana com a pior performance desde novembro de 2022, com 10,55% de queda. O movimento observado parece ser explicado por uma piora no cenário global para os ativos de risco, com uma guinada altista do rendimento dos títulos americanos de 10 anos.

O S&P 500 fechou a última semana com 2,30% de queda e o dólar global subiu 0,56%, exercendo pressão no preço dos criptoativos. O índice iniciou um movimento de correção após a falha de superação do topo anterior em 4.620,00. O gráfico diário tem cruzamento de baixa das médias móveis de 21 e 50 períodos, indicando aumento da pressão vendedora.

A tendência de médio prazo é de alta, mas enxergamos espaço para mais correções no curto prazo. O próximo suporte é o topo anterior rompido em 4.290,00 e a média móvel de 200 períodos em 4.210,00.

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(TradingView/Reprodução)

O bitcoin fechou a última semana 10,54% de queda, considerada a pior semana desde novembro de 2022. A tendência de médio prazo é de alta, mas observamos um aumento da pressão vendedora desde o pregão do dia 9 de agosto, quando tivemos a confirmação do cruzamento das médias móveis e formação de um topo mais baixo que o anterior em US$ 30 mil.

Importante lembrar que o preço vinha trabalhando dentro de uma lateralidade entre US$ 29.800 e US$ 31.500, indicando uma contração de volatilidade perto das resistências formadas no final de maio de 2022. O fluxo vendedor da última semana foi forte e ainda não apresenta evidências de reverter para alta, apesar de parte do mercado estar acreditando em uma volta em “V” por conta da violência do movimento.

Apesar de não enxergarmos sinais de recuperação, é importante lembrar que o preço encontrou suporte perto dos US$ 25 mil (região que era uma resistência e agora pode atuar como suporte – troca de polaridade). O Índice de Força Relativa atingiu o valor de 20 (menor patamar desde março de 2020) e sugere uma recuperação, mas ressaltamos que a formação de uma lateralidade pode aliviar tirar a pressão do indicador.

Dependemos ainda da superação da média móvel de 50 dias para a construção de um cenário da retomada da tendência de alta anterior.

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(TradingView/Reprodução/Reprodução)

O ether teve um desempenho de preço similar ao bitcoin, sendo também impactado pelo movimento de alta dos juros de 10 anos e preocupações do ecossistema. O preço falhou em romper o topo em US$ 2.020 e se aproximou de formar um pivô de baixa. As médias móveis de 21 e 50 períodos tem cruzamento de queda, confirmando a reversão para baixa.

Os próximos suportes são US$ 1.580 e US$ 1.410. Movimentos de recuperação devem encontrar resistência na média móvel de 200 dias em US$ 1.800.

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(TradingView/Reprodução/Reprodução)

*Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.

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