(Binance/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 2 de junho de 2023 às 13h45.
Última atualização em 2 de junho de 2023 às 14h31.
A Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo, perdeu quase um quarto de sua participação no mercado cripto nos últimos três meses. É o que aponta um estudo realizado pela CCData e divulgado pelo jornal "Financial Times", apontando um efeito negativo de ações de reguladores que atingiram empresas do segmento.
Os dados mostram que a fatia de mercado controlada pela exchange chegou a um pico de 57,5% no mês de fevereiro. Desde então, porém, ela iniciou uma trajetória de queda, chegando a 43% no final do mês de maio. Apesar disso, ela ainda é a maior corretora centralizada do ecossistema cripto.
O estudo aponta que a queda coincidiu com uma intensificação das ações de reguladores contra o setor de criptomoedas, em especial nos Estados Unidos. Também foi nesse período que a Binance encerrou uma promoção iniciada em 2022 de isenção de cobrança de taxas nas negociações na exchange.
Para a CCData, um dos eventos que mais prejudicaram a empresa foi o anúncio da Paxos de fim da emissão do Binance USD (BUSD), uma stablecoin pareada ao dólar. A decisão ocorreu após reguladores nos EUA ameaçarem a empresa com um processo, alegando que o ativo seria um valor mobiliário.
Apesar do nome, o BUSD não é controlado diretamente pela Binance, mas é importante para a corretora de criptomoedas. Segundo a CCData, ele correspondia a cerca de 40% de todo o volume mensal de negociações na plataforma. Com o fim da emissão, ele acabou perdendo investidores e espaço no mercado.
"O fim da emissão do BUSD teve um impacto na quantidade de liquidez na exchange, o que aumenta a pressão sobre a Binance, sabendo que uma stablecoin ligada à marca estava na mídia e eles foram forçados a abandoná-la", afirmou ao "Financial Times" o analista Ilan Solot, da empresa Marex.
Solot também avalia que o fim da isenção de taxas acabou contribuindo para uma queda no volume de negociações e, por consequência, na fatia de mercado controlada pela corretora de criptomoedas. Isso abriu espaço para o crescimento de concorrentes, como a OKX, a Bybit e a BitMex, afirma a CCData.
O processo está em andamento, mas as punições podem chegar a um cessamento das operações no país. Além disso, a empresa é investigada nos EUA por possível facilitação de lavagem de dinheiro por clientes, mas desde então afirma ter implementado medidas para coibir a prática.
No Brasil, a corretora de criptomoedas também enfrenta problemas jurídicos. Atualmente, ela negocia um termo de compromisso com a Comissão de Valores Mobiliários enquanto enfrenta um processo semelhante ao dos EUA, com acusação de ter ofertado ilegalmente contratos futuros de bitcoin.
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