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Bancos centrais do Brasil e Hong Kong vão testar pagamentos internacionais com moedas digitais

Parceria terá como foco a integração entre os projetos do Drex e de criação de uma moeda digital de banco central em Hong Kong

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 29 de outubro de 2024 às 09h30.

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Os bancos centrais do Brasil e de Hong Kong anunciaram na última segunda-feira, 28, que firmaram uma parceria para integrar seus projetos de moedas digitais de bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês). Com isso, o Drex poderá ser testado para a prática de operações internacionais.

Em um comunicado conjunto, o Banco Central e a Autoridade Monetária de Hong Kong explicaram que o objetivo da colaboração é "conduzir experimentos de tokenização transfronteiriços" a partir da integração entre o Drex e o Project Ensemble, que busca, entre outras coisas, criar uma CBDC para Hong Kong.

A ideia é que os testes ocorram por meio do ambiente de testes do piloto do Drex e do sandbox do Project Ensemble para "explorar o uso de liquidação transfronteiriça de pagamento contra pagamento e entrega contra pagamento em áreas como financiamento do comércio e créditos de carbono".

A parceria é um novo capítulo da cooperação entre as duas autoridades monetárias, oficializada em um acordo em 2018. O foco é "promover a inovação nos serviços financeiros nos seus respetivos mercados", agora abrangendo as áreas de tokenização e CBDCs.

O atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a colaboração com Hong Kong "é um passo importante nesta nova fase da construção do Drex. A participação em experiências e debates transfronteiriços é fundamental para ajudar na criação de um mercado financeiro global ainda mais integrado. Assim, consideramos simbólica a ligação de duas jurisdições em lados opostos do globo".

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Já Eddie Yue, presidente da Autoridade Monetária de Hong Kong, disse que o Banco Central será um "excelente parceiro, especialmente porque compartilhamos uma visão comum de impulsionar o futuro do setor financeiro por meio da tecnologia. Estamos tomando medidas concretas para transformar essa visão em realidade".

Drex

Atualmente, o Drex está no começo da segunda fase de testes do seu piloto. O foco agora será nos testes de casos de uso práticos propostos por empresas do mercado financeiro. O BC já anunciou 13 casos que foram aceitos para testes, mas deverá integrar mais propostas de novos potenciais participantes do piloto.

A ideia é que o Drex seja tanto uma versão digitalizada do real, em blockchain, quanto uma plataforma que poderá ser a nova base do sistema financeiro brasileiro. Ainda não há uma data oficial para o lançamento do projeto, mas a expectativa é que ele chegue à população de forma escalonada.

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