A Bolsa de Valores do Brasil, B3, vai lançar produtos ligados a bitcoin, ether e outras criptomoedas em 2022 e, entre eles, ainda deve anunciar em breve futuros de bitcoin e ether tal qual oferecido desde 2017 pelas bolsas norte-americanas.

Segundo revelou Jochen Mielke de Lima, diretor da operadora da bolsa ao Valor, os anúncios serão feitos em "pipeline" e não em um só grande lançamento, e que os primeiros produtos já devem estrear nos próximos meses.

O executivo destacou que desde 2016 a bolsa brasileira olha com atenção para o mercado de criptomoedas do ponto de vista tecnológico. Porém, em 2017 a companhia já havia dito que estudava um possível lançamento de um produto do tipo no país.

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Segundo a B3, uma das questões ainda a ser definida é se as negociações seriam realizadas contra o dólar norte-americano ou contra o real. Contratos futuros precisam de um ínidice de referência, então, caso opte pela moeda brasileira, será preciso compor um índice de criptoativos em reais, algo que hoje não existe.

Além de futuros de bitcoin e ether, a B3 também pretede oferecer serviços para as corretoras de criptomoedas nacionais e ser uma espécie de "centralizadora" das operações de custódia e liquidação.

“Temos em torno de 30 corretoras de cripto nacionais, fora as internacionais que atuam aqui. Poderíamos oferecer um serviço para facilitar e padronizar as operações delas. Acredito que tenha algo a explorar em fornecimento de serviços de custódia e no processo de liquidação.”

Ao Valor, Mielke, afirmou que o mercado de criptomoedas é muito parecido com o mercado regulado de ações, por envolver emissão, negociação, liquidação e custódia e, portanto, a B3 poderia ajudar a resolver problemas comuns entre as corretoras cripto.

“Estamos identificando pontos de atrito que podemos ajudar a resolver para fazer frente, como ajudar os nossos clientes a fornecer o melhor acesso a seus clientes finais", disse.

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B3 abraça criptomoedas

Além disso a B3 planeja outros produtos baseados em criptomoedas e blockchain para lançar em 2022. Entre eles, há estudos sobre uma plataforma para tokenização de ativos, negociação de criptoativos, custódia de criptomoedas, entre outros.

"Negociação e acesso a centros de liquidez: isso significa mitigar as complexidades de acesso a um mercado fragmentado, global e 24×7; Custódia de ativos digitais: fornecer custódia confiável (portanto, finalidade das transações em blockchain); Facilitação de balcão: dessa forma, quer dar mais segurança e eficiência na movimentação e no DVP de ativos digitais; Ganhos de eficiência de capital: assim, quer mitigar a natureza pre-funded das operações e "Cripto as a service": facilitar para clientes a exploração do mercado cripto com baixo atrito", destaca a B3.

Para 2022 a B3 prevê ainda o lançamento oficial de uma plataforma de resseguros, que vai funcionar na blockchain Corda, da R3 e é uma parceria entre a Bolsa e a IRB Brasil. O produto deve ser chamado de Câmara Digital de Resseguro.

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