"Apenas no começo", diz fundo que investiu em FB e Twitter sobre cripto
O a16z, famoso por investir em empresas como Facebook, Twitter e Airbnb em estágios iniciais, divulgou em relatório sua visão para o mercado de criptoativos e web3 em 2022
Gabriel Marques
Publicado em 17 de maio de 2022 às 19h21.
O a16z, um dos principais fundos de investimento em startups, que investiu em empresas como Facebook, Twittter, AirBnb e várias outras gigantes em seus estágios iniciais, e que atualmente conta com empresas como a plataforma OpenSea, o protocolo Avalanche, a Dapper Labs e o blockchain Solana no seu portfólio, lançou a primeira edição do seu novo relatório anual sobre o mercado cripto que, segundo a empresa, está "apenas começando".
“Esse relatório é para qualquer um que procure entender a evolução da internet e onde estamos no caminho até uma alternativa descentralizada e controlada por uma comunidade à web2 – especialmente no que se refere aos criadores de conteúdo e outros construtores”, diz o texto, que passa pelos cinco temas mais relevantes deste mercado em 2022.
O quarto ciclo de "preço-inovação"
De acordo com os analistas da a16z, os números são o principal gancho do mercado cripto, são eles que geram interesse, que geram ideias e atividade, acabando em inovação. Esse ciclo foi chamado por eles de “ciclo de preço-inovação”. “Essa é a força motriz que moveu a indústria ao longo de várias ondas desce a criação do bitcoin em 2009”, explicam.
“Considere que quaisquer fundadores que zombaram de tecnologia e da internet no começo dos anos 2000 durante a bolha.com perderam as melhores oportunidades da década: computação na nuvem, redes sociais, streaming de vídeo, smartphones, etc. Agora é a hora de considerar que os sucessos equivalentes estarão na Web3”, completa a empresa.
Web3 é melhor para criadores de conteúdo do que a web2
O time da investidores conduziu uma análise de dados para descobrir quanto mais a web3 paga seus criadores de conteúdo comparado a web2 – em 2021, as vendas de NFTs na plataforma OpenSea, assim como royalties de vendas secundárias, geraram um total de US$ 3,9 bilhões para criadores de conteúdo, quase 4 vezes mais do que o US$ 1 bilhão pago pela Meta. Esse valor fica ainda mais distante levando em conta a quantidade de criadores em cada plataforma: enquanto mais de 3 bilhões de usuários usam o Facebook e o Instagram, somente 23.400 criadores de conteúdo para a web3 foram identificados.
Cripto já tem impacto no mundo "real"
Algumas das empresas investidas pelo fundo já estão causando impacto no mundo real, conforme mostra um dos slides da apresentação, como é o caso da Sound.xyz, que com o uso de um blockchain, permite que músicos monetizem sua arte sem um intermediário, como os serviços de streaming, ou a Goldfinch que usa cripto para possibilitar empréstimos à países emergentes.
“A lista continua”, diz o relatório. “Organizações autônomas descentralizadas (DAOs) mostram como estranhos podem coordenar e cooperar economicamente para atingir objetivos. NFTs garantem às pessoas propriedade virtual de fotos de perfil, artes, música, itens dentro de jogos, passes de acesso, terrenos em mundos virtuais e outros bens digitais. Cripto é muito mais do que uma inovação financeira – é social, cultural e tecnológica”, completa.
Ethereum é líder, mas enfrenta competição
Conforme explica a a16z, a popularidade da rede Ethereum, Ethereum mais usado por desenvolvedores com larga vantagem, pode ser uma faca de dois gumes.
Já que priorizou a descentralização à escalabilidade, outros blockchains como Solana, Polygon e Avalanche estão crescendo rapidamente com promessas de maior rapidez nas transações por taxas menores. Para efeitos de comparação, o texto explica que enquanto a rede do ether tem quase 4.000 desenvolvedores, Solana tem quase 1.000 e o Bitcoin 500.
Ainda é cedo (e cheio de oportunidades)
“Enquanto é difícil saber exatamente o número de usuários da web, estimamos que existam entre sete e cinquenta milhões de usuários ativos na rede Ethereum hoje, baseado em vários dados on-chain. Fazendo uma analogia com o início da internet, isso nos coloca em cerca de 1995 em termos de desenvolvimento”.
Segundo estimativas de uma das empresas que mais se faz presente no ecossistema cripto, a web3 pode atingir 1 bilhão de usuários até 2031.
“Você ainda está adiantado. Ainda há muito para ser feito. Vamos continuar construindo”, finaliza o relatório, fazendo um contraponto à ideia de que o "bonde" das criptos já passou.
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