(Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 12 de maio de 2023 às 15h44.
Há anos em funcionamento, a Lightning Network revolucionou a forma como pagamentos são feitos em bitcoin, a principal criptomoeda e a maior em valor de mercado. No entanto, especialistas ainda discutem se o seu uso é realmente de acordo com o propósito da rede criada por Satoshi Nakamoto e se ela realmente pode resolver todos os problemas.
O Bitcoin, apesar de inovador ao propor o primeiro uso em massa da tecnologia blockchain, possui diversas limitações que dificultam seu uso como meio de pagamento. As principais são a velocidade em que as transações acontecem e seu custo.
A maior causa disso é que cada transação é inserida como um bloco na cadeia, e como um bloco é adicionado a cada 10 minutos, muitas vezes a confirmação de um pagamento só acontece horas depois.
A Lightning Network surgiu como uma proposta para deixar o blockchain inalterado e com todos os seus benefícios, como a segurança e a privacidade, ao mesmo tempo em que transforma seu uso.
Enquanto uma transação normal na rede Bitcoin pode facilmente ultrapassar os 2 dólares de custo, na Lightning Network dificilmente ultrapassa 10 centavos.
Fundado em 2016 pela Lightning Labs, o protocolo de segunda camada funciona permitindo um canal de transferências entre duas partes, mas somente a primeira e a última são registradas no blockchain, ou seja, não ficam limitadas por esse protocolo.
Thaddeus Dryja e Joseph Poon, os desenvolvedores responsáveis pela criação da Lightning Network, argumentaram que uma rede de canais para micropagamentos poderia solucionar os problemas de escalabilidade da rede Bitcoin em vez de alterar a própria rede para permitir que haja mais transações.
Em março de 2018, a Lightning Labs, um laboratório de engenharia blockchain, ajudou a lançar uma versão beta da Lightning Network. Uma rodada seed de investimentos chegou a captar na época cerca de US$ 2,5 milhões. Um dos investidores da Lightning Network foi Jack Dorsey, criador do Twitter e da Block.
Atualmente, a Lightning Network se consolidou como uma das principais soluções de escalabilidade da rede Bitcoin, mas não a única. Outras soluções também surgiram para resolver outros problemas, como novos tokens e NFTs, que não integravam a rede até então e fazem muito sucesso em outros blockchains, como Ethereum e Solana.
"A Lightning Network, pensando principalmente em micropagamentos, pode ser uma solução interessante para a rede Bitcoin. Todavia, para o tipo de demanda que causou o congestionamento atual na rede, a Stacks é uma solução de escalabilidade melhor para casos de uso como novos tokens e NFTs", disse Lucas Josa, analista de ativos digitais do BTG Pactual, à EXAME.
No entanto, o uso de soluções de escalabilidade para trazer novas funções à rede do Bitcoin é questionado, já que pode fugir do proposto por Satoshi Nakamoto, a entidade anônima que criou o bitcoin em 2009 com a proposta de um “sistema monetário eletrônico ponto a ponto” e a sua tese de reserva de valor, ou “ouro digital”.
“A Lightning Network realmente é uma solução boa para a escalabilidade da rede, principalmente para facilitar transações rotineiras de baixo valor, mas aí vem a questão do objetivo principal do projeto. Se Bitcoin está tentando se posicionar como uma reserva de valor, faz sentido ter micropagamentos, NFTs etc?”, questionou Lucas Rangel, especialista de produtos da Mynt, plataforma cripto do BTG.
“Não sei, mas reitero que não acho ruim ter novas funcionalidades, até porque após anos sem muitas novidades na rede, ela traz a possibilidade da implementação de soluções de escalabilidada e pode fazer com que o Bitcoin volte para a sua narrativa inicial de um ‘sistema monetário eletrônico ponto a ponto’”, concluiu Lucas. Os NFTs surgiram recentemente na rede Bitcoin e fizeram bastante sucesso entre usuários.
Cansou de tentar falar com alguém da sua Exchange? Conheça a Mynt, a única no Brasil com atendimento 24 horas e todos os dias, feito por pessoas reais. Abra agora sua conta.
Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok