Mercado de criptomoedas poderá ter valorização em 2024 (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 13 de dezembro de 2023 às 10h00.
O Mercado Bitcoin divulgou nesta quarta-feira, 13, suas 10 teses para o mundo das criptomoedas em 2024. No relatório, a exchange aponta os fatores principais que deverão mexer com esse setor ao longo do próximo ano, podendo atuar as grandes causas para movimentações significativas no preço de ativo.
André Franco, head of research do Mercado Bitcoin, destaca que "em 2024, veremos uma combinação de elementos positivos que raramente acontece nos mercados. No caso do bitcoin, teremos a soma de aumento na demanda, com os ETFs à vista e com queda na oferta por causa do halving. É difícil ir contra a lei de oferta e demanda".
"O mesmo fenômeno deve se repetir com a Ethereum, já que é uma questão de tempo para o mercado criar um ETF à vista de ETH e que a criptomoeda continuará se tornando mais escassa por causa da[atualização] Merge de setembro de 2022 e do aumento do uso da rede no ano que vem”.
Confira as 10 teses, compartilhadas em primeira mão com a EXAME:
De acordo com o Mercado Bitcoin, o mercado cripto já opera com a expectativa de que um fundo negociado em bolsa (ETF) de preço à vista de bitcoin será aprovado nos Estados Unidos em janeiro de 2024 ou, "no mais tardar", em março do próximo ano. Entre os pedidos em análise, está o da gigante BlackRock, maior gestora do mundo.
"A entrada de players como a BlackRock, maior gestora de recursos do mundo com US$ 14 trilhões sob administração, pode elevar o fluxo para bitcoin em algo entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões nas primeiras quatro semanas após a aprovação", comenta a equipe de analistas da corretora, indicando o seu potencial de impacto no preço do ativo.
Além do ETF de bitcoin, outro fundo de preço à vista que poderá ser aprovado nos Estados Unidos em 2024 é o de ether, com a própria BlackRock já tendo manifestado interesse em lançar um produto do tipo. "A aprovação do ETF à vista de BTC deve estimular o mercado a criar instrumentos semelhantes para outros ativos digitais", ressalta a exchange
Segundo os analistas, "até julho de 2024 poderemos ter a aprovação desse instrumento. O aumento na demanda poderá levar a uma valorização do ether de 32,3% em 2024. Esse impacto positivo se estenderia até pelo menos 2026, com uma alta acumulada até lá de 82,7%, apenas devido a inauguração desse instrumento de investimento".
Outro evento altamente aguardado pelos investidores é o chamado halving do bitcoin, previsto para ocorrer em abril de 2024. Nele, a quantidade de unidades da criptomoeda distribuídas a mineradores como recompensa pela atividade cai pela metade, reduzindo a oferta em circulação do ativo.
Os analistas do Mercado Bitcoin avaliam que, considerando o comportamento do ativo nos dois últimos ciclos de halving, "a criptomoeda quebrou seus recordes anteriores de preço em um intervalo entre 6 e 7 meses depois do corte da recompensa do minerador. Com isso, o bitcoin pode superar os US$ 70 mil até outubro do ano que vem".
Já no caso do ether, os analistas consideram que, após a atualização The Merge, a tendência é que a dinâmica de oferta da criptomoeda ganhe mais clareza após os 500 dias da atualização, que serão completados em 2024. Na visão deles, a Ethereum deverá manter sua posição como a rede com maior valor total bloqueado (TVL) do mercado, o que poderá influenciar na lógica de oferta e demanda do ativo e, com isso, no seu preço.
Um outro ponto de destaque para os analistas do Mercado Bitcoin em 2024 será observar a atividade nas chamadas redes de segunda camada, ou rollups, ligadas à Ethereum, "que foram bastante ativas este ano e devem se estender ao longo de 2024 com mais força ainda".
Para os analistas, "o valor bloqueado em 2024 pode mais do que dobrar, passando de US$ 14,5 bilhões em novembro de 2023 para US$ 33,6 bilhões no ano que vem, levando em consideração uma cotação média de US$ 3.500 para o ether", o que também refletiria no preço das criptomoedas nativas desses projetos.
O Mercado Bitcoin aposta em uma "depuração" no mercado de criptomoedas após a falência da FTX e o acordo entre a Binance e o governo dos Estados Unidos, em meio a uma postura mais rígida dos reguladores norte-americanos contra "maus atores do mundo cripto". "Essa depuração tende a estimular a entrada de investidores institucionais em 2024", projeta a equipe.
A expectativa dos analistas é que o Marco Legal das Criptomoedas seja "colocado totalmente de pé" em 2024, quando o Banco Central deverá concluir a chamada etapa infralegal de regulamentação das empresas desse setor que atuam no país.
Na visão do Mercado Bitcoin, as medidas que a autarquia deverá adotar no próximo ano deverão contribuir para um "um aumento da segurança para as empresas atuarem no Brasil, país onde ativos digitais são um assunto bastante popular".
Outra possível tendência em 2024 é a expansão dos chamados jogos Web3, que utilizam a tecnologia blockchain e oferecem elementos como NFTs. "A indústria dos jogos possui forte potencial rentável, devido à consolidação demonstrada: os US$ 6 bilhões investidos a partir de 2020 possivelmente renderão os primeiros frutos em 2024". destacam.
Para os analistas, esses jogos "levam entre três a cinco anos para serem desenvolvidos. Por isso, em 2024 teremos pela primeira vez um representante do setor atingindo o patamar de US$ 10 bilhões em receita".
O Mercado Bitcoin também acredita que a tokenização de ativos do mundo real (RWA, na sigla em inglês) deverá crescer em 2024, podendo chegar a uma capitalização total de US$ 6 bilhões até o fim do próximo ano, equivalente a uma alta de 300%.
Segundo os analistas, "a tokenização de ativos reais, fungíveis e ou não, é um mercado praticamente infinito, por permitir o fracionamento de bens que eram inacessíveis até então a investidores não qualificados". A expectativa é que "esse mercado ganhe maior tração, com destaque para 2027 e 2028, à medida que a regulação ficar mais clara, atraindo assim investidores institucionais".
Já no lado negativo, a expectativa dos analistas é que a valorização projetada para os criptoativos em 2024 também acabe aumentando a "a cobiça de um gigante que não dorme nunca: os hackers". Eles esperam que os ataques de hackers poderão bater em 2024 o recorde atingido em 2022, quando foram roubados US$ 3,8 bilhões em ativos. "A cifra pode chegar a US$ 4 bilhões no ano que vem, com uma média de 22 ataques por mês", projetam.
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