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Ryan Gosling arranca suspiros, mas filme divide crítica

Recebido com entusiasmo, o ator Ryan Gosling foi a estrela do festival de Cannes na terça, mas seu filme dividiu a crítica


	Ryan Gosling: vaias e aplausos foram ouvidos após a projeção do filme de Gosling
 (Loic Venance/AFP/AFP)

Ryan Gosling: vaias e aplausos foram ouvidos após a projeção do filme de Gosling (Loic Venance/AFP/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2014 às 13h36.

Cannes - Recebido com entusiasmo por centenas de mulheres que o aguardavam em frente ao hotel, o ator Ryan Gosling foi a estrela, nesta terça-feira, do Festival de Cannes, mas seu filme, "Lost River" - o primeiro que dirige -, dividiu a crítica.

O escuro e sangrento longa-metragem, apresentado nesta terça-feira na seleção oficial "Um Certo Olhar", com a sedutora Christina Hendricks , da série "Madmen", era um dos mais esperados deste 67º Festival, e uma fila gigantesca se formou em frente ao teatro duas horas antes da exibição.

Vaias e aplausos foram ouvidos na sala após a projeção do filme, uma espécie de metáfora rodada perto de um povoado submerso em um rio e em casas em péssimo estado nos arredores de Detroit, que evocam o colapso dos bancos e o fim da bolha imobiliária nos Estados Unidos.

Muitos críticos se lançaram às redes sociais para expressar sua aprovação ou rejeição, e alguns se perguntavam se o filme - que também conta em seu elenco com Eva Mendes, namorada de Gosling, que executa danças sangrentas em um sórdido clube - estaria na seção oficial de um dos festivais mais prestigiados do mundo se o seu diretor não fosse um dos atores mais cotados de Hollywood.

Essa foi a opinião de Peter Bradshaw, do jornal britânico The Guardian. "Se Ryan Gosling não fosse um astro, nunca teriam deixado ele dirigir", escreveu o crítico de cinema.

Quase todos concordam que a obra-prima do ator canadense de 34 anos tem a influência do cineasta dinamarquês Nicolas Winding Refn, que dirigiu Gosling em "Drive" - com o qual o diretor ganhou o prêmio de melhor direção em Cannes, em 2011. No ano passado, Refn levou a Cannes o violento "Only God Forgives", também com Gosling, apresentado no concurso pela Palma de Ouro, mas saiu de mãos vazias.

"Gosling absorveu as lições de Refn e assina um filme atmosférico, habitado pela morte, pelos fantasmas e pela loucura", escreveu Christophe Narbonne, um jornalista da revista de cinema Premiere.

Alguns também falam da influência do cineasta britânico David Lynch no filme de Gosling, pelo ambiente, entre sonho e pesadelo, que habita sua obra, e pelas luzes de neon que o inundam.

Ryan Gosling é "um diretor formidável" e "seu filme de pesadelo" é um "produto experimental, que promete", considera o site Les Cinévores, ressaltando a sombra de Lynch, como muitos outros.

Mas o jornal britânico The Times critica todas essas influências, criticando a "miscelânea de Lynch, Refn e Edward Hooper."

Alheias às considerações cinematográficas, muitas mulheres estavam postadas em frente ao hotel de Gosling, ansiosas pela oportunidade de encontrar o ator: "Levarei café da manhã para você na cama, lavarei suas cuecas, farei tudo", estava escrito em um cartaz exibido por uma jovem fã.

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