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Carrie Fisher, atriz de Star Wars, morre aos 60 anos

Na última sexta-feira, Fisher havia sido internada depois de um grave ataque cardíaco durante um voo entre Londres e Los Angeles

Fisher: atriz é conhecida por interpretar a Princesa Leia (Paul Hackett/Reuters)

Fisher: atriz é conhecida por interpretar a Princesa Leia (Paul Hackett/Reuters)

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AFP

Publicado em 27 de dezembro de 2016 às 16h03.

Última atualização em 27 de dezembro de 2016 às 19h38.

 

Carrie Fisher, a emblemática princesa Leia na saga "Star Wars", faleceu aos 60 anos nesta terça-feira (27), depois de sofrer um infarto na semana passada - noticiou a imprensa especializada.

"É com profunda tristeza que Billie Lourd confirma que sua amada mãe, Carrie Fisher, faleceu às 8H55 desta manhã (14H55 de Brasília). O mundo a amou e sentirá profunda saudade", afirmou a família em um comunicado enviado à AFP.

Fisher foi hospitalizada de urgência na sexta-feira (23), após sofrer um infarto durante um voo entre Londres e Los Angeles, 15 minutos antes da aterrissagem.

"Obrigada a todos que abraçaram os dons e talentos da minha amada e maravilhosa filha. Sou grata pelos seus pensamentos e orações, que agora a estão guiando para a sua próxima parada", publicou no Facebook sua mãe, a atriz Debbie Reynolds.

Nascida em Los Angeles em outubro de 1956, Fisher ficou famosa como a guerreira rebelde princesa Leia da trilogia original de "Star Wars" (1977, 1980 e 1983), cujos filmes se tornaram um fenômeno cultural.

Sua personagem apareceu novamente no ano passado no aguardado Episódio VII da saga, intitulado "O despertar da força". O Episódio VIII está em período de pós-produção e estreará nos cinemas no fim de 2017.

"Sem palavras, #devastado", escreveu no Twitter Mark Hamill, que interpreta o aguerrido Luke Skywalker na famosa saga, ao lado de uma foto em preto e branco em que aparece com Fisher, nos seus legendários papéis.

A atriz estava na capital britânica promovendo seu oitavo livro, "Princess Diarist" (2016), baseado em anotações feitas em diários de quando filmava a trilogia original de "Star Wars".

A obra ganhou repercussão por conter a informação de que ela teve um caso de três meses com o ator Harrison Ford, enquanto filmavam "Star Wars: Episódio 4 - Uma Nova Esperança", em 1976.

Na época, Fisher e o ator tinham respectivamente 19 e 33 anos, e Ford, atualmente com 74, era casado com sua primeira mulher, Mary Marquardt.

Intérprete de Han Solo, par romântico de Leia na primeira trilogia, o ator rendeu uma homenagem emotiva à atriz, recordando seu humor e sua audácia.

"Carrie era única, brilhante, original. Divertida e emocionalmente intrépida, viveu sua vida com coragem", expressou.

A coragem de se expor marcaram a obra literária de Carrie. As autobiografias da atriz se caracterizaram por sua acuidade e honestidade. Seu maior sucesso, "Lembranças de Hollywood", foi transformado em filme em 1990.

Ao longo dos anos, ela deu diversas entrevistas falando a respeito de seu diagnóstico de transtorno bipolar, dependência em remédios controlados e cocaína, droga que ela admitiu ter usado durante as filmagens de "O império contra-ataca" (1980).

Em 2006, a atriz foi questionada pela Vanity Fair sobre como havia convencido o diretor George Lucas a escolhê-la para o papel de Princesa Leia na saga Star Wars, e ela disse: "Eu dormi com algum nerd. Eu espero que tenha sido com o George". Ela disse ter usado "drogas demais para não lembrar" com quem foi, acrescentou.

Fisher também falou sobre seu tratamento para a depressão com terapia eletroconvulsiva, na qual pequenas correntes elétricas percorrem o cérebro com o objetivo de provocar breves convulsões.

"Força da natureza"

Nas redes sociais, centenas de fãs expressaram seu pesar pela morte da "princesa". "Que a força esteja com você" foi uma das frases mais repetidas, usada também pela conta oficial do Globo de Ouro.

"Era uma amiga querida, pela qual tive grande respeito e admiração. A força está obscura hoje", expressou Billy Dee Williams, o Lando Calrissian da saga galáctica.

Anthony Daniels, o legendário C-3PO, disse que estava "muito triste". "Pensei que tinha recebido o que pedi de Natal. Não foi assim, apesar dos bons pensamentos e orações de tantos", expressou.

"Carrie Fisher era uma em um milhão, com muita personalidade, e compartilhou seu talento e sua verdade com todos nós, com seu engenho e sua irreverência", afirmou em um comunicado o presidente da The Walt Disney Company, Bob Iger.

"Milhões se apaixonaram por ela como a indomável Princesa Leia, e ela sempre terá um lugar especial nos corações dos fãs de Star Wars, assim como de todos nós que tivemos a sorte de conhecê-la pessoalmente", acrescentou.

"Carrie também definiu a heroína da nossa era há mais de uma geração", disse Kathleen Kennedy, presidente da Lucasfilm, que a Disney comprou em 2012.

"Não precisava da força, ela era uma força da natureza, de lealdade e amizade", expressou o diretor Steven Spielberg.

A atriz esteve ligada a Hollywood desde pequena. Era fruto do casamento entre Debbie Reynolds, conhecida pelo seu papel no clássico "Cantando na Chuva", e o cantor Eddie Fisher.

Mas o relacionamento dos pais de Carrie e seu lar feliz em Beverly Hills chegaram ao fim quando Eddie deixou Reynolds para ficar com sua melhor amiga, a atriz Elizabeth Taylor.

Na década de 1980, Fisher foi casada por pouco tempo com o cantor Paul Simon. Sua filha Billie, que também é atriz, é fruto do seu relacionamento com o agente de talentos Bryan Lourd.

Além de "Star Wars", a crítica a elogiou por seu trabalho na comédia "Harry e Sally - Feitos Um para o Outro", de 1989.

Fisher foi também uma talentosa roteirista. Editou vários scripts, incluindo os de "Mudança de Hábito" (1992), "Epidemia" (1995) e "Afinado no amor" (1998).

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