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Premier League investe 3 bilhões de euros e mantém hegemonia na janela de transferências

Gasto bruto da temporada 2023/24 bate recorde e já é o segundo maior de todos os tempos

Premier League:  (OLI SCARFF/Getty Images)

Premier League: (OLI SCARFF/Getty Images)

Antonio Souza
Antonio Souza

Repórter da Home e Esportes

Publicado em 14 de setembro de 2023 às 16h37.

A última janela de transferências do verão europeu, encerrada no final de agosto, chamou a atenção pela forte movimentação no mercado, principalmente na Premier League. De acordo com um levantamento recente feito pela empresa Deloitte, o campeonato liderou como a competição que mais gastou no mundo, com investimento de 2,36 bilhões de libras (cerca de 2.8 bilhões de euros e R$ 14,7 bilhões). Esse valor é R$ 2,7 bilhões maior do que o último recorde batido no período anterior (1,92 bilhão de libras).

Essa quantia gasta pelos clubes da elite inglesa é muito superior às outras competições, representando 48% do valor total nas cinco principais ligas europeias. A Ligue 1 aparece em segundo lugar, sendo responsável por 16% das despesas, com valores que chegam perto de 900 milhões de euros, pouco mais de R$ 4,7 bilhões. Logo em seguida estão a Serie A (850 milhões de euros), Bundesliga (745 milhões de euros) e LaLiga (440 milhões de euros) totalizando 15%, 13% e 8% de gastos, respectivamente.

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O reforço mais caro entre as cinco grandes ligas foi Moisés Caicedo, que deixou o Brighton para se juntar ao Chelsea, por 133 milhões de euros (R$ 707 milhões na cotação atual). Na Ligue 1, Serie A, Bundesliga e LaLiga, as transferências mais caras foram as de Randal Kolo Muani, Benjamin Pavard, Harry Kane e Jude Bellingham, respectivamente. As contrataçãos de Declan Rice, pelo Arsenal, por 116 milhões de euros, e de Jude Bellingham, pelo Real Madrid, por 103 milhões de euros, fecham o top-3 da atual temporada.

As diferenças de investimento entre as ligas englobam diversos fatores, como direitos de transmissão, sucesso de bilheteria e alto nível técnico. De acordo com Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, que gerencia as carreiras de Vini Jr, Lucas Paquetá, Endrick e Gabriel Martinelli, a reputação da Premier League segue atrativa para atletas de todas as partes do mundo.

“Os clubes ingleses estão na Inglaterra, que é o país mais rico, entre os que têm o futebol como esporte predileto de sua população, e por isso, são os que arrecadam mais com bilheteria. Além disso, por conta da reputação de sua liga, são os que arrecadam mais com direitos de transmissão fora do seu próprio país, no resto do mundo. Por isso, são, em conjunto, os clubes que receberam mais aportes, também, de investidores estrangeiros. Com mais dinheiro, e competindo, não somente por títulos, vagas em competições europeias, mas também pela manutenção nesta liga, é necessário gastar cada vez mais, direcionando cada vez mais dinheiro para contratações e salários de atletas, na mesma proporção em que cresce a arrecadação, ou maior. Quem não o fizer, não vence, não se classifica, ou não permanece”.

De acordo com Sandro Orlandelli, diretor-técnico que esteve por mais de uma década em times como Arsenal e Manchester United, destaca toda a estrutura ofertada pela liga. “O trabalho feito dentro e fora dos gramados pela Premier League é crucial para o desenvolvimento da competição no âmbito técnico, financeiro e de análise de recrutamento de talentos. Os clubes estão de olho em todas as oportunidades para se reforçarem, aproveitando as receitas obtidas ao longo das temporadas para melhorar os elencos e manter a liga no mais alto nível diante da concorrência”, analisa Orlandelli, que também soma passagens por Internacional, Red Bull Bragantino e Seleção Brasileira.

“A infraestrutura proporcionada pela Premier League é fundamental para que mais jogadores queiram atuar por esta competição. Atletas jovens e experientes, de mercados periféricos, em ascensão ou mesmo já consolidados, olham para o campeonato inglês como referência competitiva e estabilidade de carreira, com a possibilidade de disputar partidas em grandes centros do futebol”, complementa Júnior Chávare, diretor executivo de futebol da Ferroviária S/A.

Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports, reitera que a presença de grandes estrelas contribui para o crescimento e o sucesso da competição mundo afora. “Com a contratação de astros e grandes nomes do futebol para a Premier League nos últimos anos, o campeonato sobe o nível, aumenta a atratividade e gera maior audiência internacional. Assim, a liga mantém o status de referência dentro e fora das quatro linhas”.

Arábia Saudita chega a quase 1 bilhão de euros em gastos e tenta rivalizar com grandes ligas

Outro destaque é a participação das equipes da Arábia Saudita, que investiu cerca de 957 milhões de euros na última janela - segunda maior marca no mundo - e atraiu talentos do futebol mundial. No início do ano, o cenário começou a mudar com a chegada de Cristiano Ronaldo ao Al Nassr, clube liderado por Luís Castro. Após a transferência do português, outros grandes nomes se juntaram à Liga Saudita. Neymar, contratado pelo Al-Hilal, se tornou a compra mais cara da história do país. O salário do brasileiro, terceiro maior do futebol saudita, será de 160 milhões de euros, cerca de R$ 867 milhões por ano.

Desde então, jogadores renomados e grandes treinadores se juntaram ao futebol saudita e os reforços chamaram a atenção do mundo inteiro para a liga local. Para Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, a chegada do futebol árabe faz com que os clubes das principais ligas europeias continuem se reforçando com grandes contratações, aumentando o nível de competitividade do futebol e os salários dos jogadores.

“O desejo do futebol árabe por jogadores renomados da Europa é suprido pelos salários astronômicos oferecidos pelos clubes. A crescente influência da Arábia Saudita na janela de transferências impactou o planejamento dos clubes europeus. Com Cristiano Ronaldo abrindo caminho no início do ano, a chegada de outros craques é o ponto alto deste mercado. Essa movimentação intensifica a competição entre os clubes, eleva os valores das futuras negociações e cria uma nova rivalidade nas ligas”, analisa.

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