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Olimpíadas de Paris pode ter menos atletas LGBTQIAPN+ do que Tóquio em 2020

Ainda com seletivas em andamento, o número de atletas declaradamente assumidos é apenas 53. A delegação brasileira tem 16 atletas

Faixa LGBT ao redor da perna do Nike Lorenz nº 4 do time Alemanha do Pool Feminino (Alexander Hassenstein/Getty Images)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 21 de julho de 2024 às 07h00.

Dentro de dez dias, Paris será o palco da XXXIII edição dos jogos olímpicos da era moderna e os holofotes do mundo inteiro estarão voltados para a maior competição esportiva de 2024. Ao todo, são esperados 10.500 atletas. Este é o menor número desde Sydney, na Austrália. É a primeira vez que haverá a mesma quantidade de homens e mulheres , com 5.250 de cada sexo disputando as 48 modalidades esportivas. Mas e os jogadores assumidamente LGBTQIAPN +? Em Tóquio, foram 186 competidores, o maior índice registrado desde Sydney, na qual apenas 7 dos que pertencem ao grupo puderam representar seus países na briga pelo ouro na categoria. .

Ainda em seletivas para as Olimpíadas de Paris, há uma lista com 53 atletas declaradamente LGBTQIAPN+. Estima-se que o total pode ser menor do que o da última edição. Pelo Brasil, 16 nomes compõem a lista. Segundo dados obtidos pela revista OUT e pelo portal Guia Gay, ao todo, 41 atletas competem na categoria feminina. Duas são declaradamente não-binárias e um homem trans. Já entre a população masculina são até o momento 12 atletas; o dado reflete a dificuldade e o preconceito para se assumirem.

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Paris contará com a Pride House Party, um espaço dedicado à comunidade LGBTQIAPN+, que tem o objetivo de promover a inclusão e o respeito pela diversidade no esporte em competições internacionais. Pela primeira vez, uma atleta sul-americana integrará a lista de embaixadores, a nadadora paralímpica brasileira Edênia Nogueira Garcia, tetracampeã mundial e medalhista paralímpica.

A população brasileira deseja ver mais “diversidade”. Com o aumento da publicidade e de representatividade em eventos mundiais, como as Olimpíadas, o número de marcas e patrocinadores para atletas LGBTQIAPN+ tende a aumentar. Não só em propagandas esportivas, mas também em outras áreas, após o espetáculo. A identificação com propagandas que retratam a diversidade é maior entre os próprios públicos, mas o índice deu um salto de evolução também entre a população geral, de 49% para 58%, de acordo com estudo realizado pela Croma Consultoria.

As pessoas estão valorizando cada vez mais representações verdadeiras e inclusivas na propaganda.

Ainda segundo o Oldiversity, 64% dos respondentes gostariam de ver mais propagandas com elementos de diversidade. Edmar Bulla, CEO do Grupo Croma e idealizador do estudo, fala que “Incluir elementos e representar efetivamente a diversidade nas propagandas estampa o contraste que há na vida cotidiana, que é natural e deve ser valorizada. Marcas podem desempenhar um papel importante na desconstrução de estereótipos, preconceitos e discriminações”.

Um exemplo de publicidade com diversidade é o novo filme da Vivo, patrocinadora oficial do Time Brasil, que lançou uma nova campanha que resgata o tema da vitória de Ayrton Senna. Com a música que marcou gerações, a marca visa promover o engajamento do público com os atletas brasileiros às vésperas dos Jogos Olímpicos de Paris. O ponto alto da campanha, intitulada “Ouro é inspirar novos tempos”, é um filme que destaca a influência dos atletas na sociedade atual, incluindo a judoca Rafaela Silva. Além da judoca Rayssa Leal, Vini Jr, Gabriel Medina e Alisson dos Santos.

Se os 180 atletas declaradamente LGBTQIAPN+ que disputaram Tóquio em 2020 ganhassem uma medalha, representando um único país, eles ficariam em 7º lugar no ranking geral, com 32 medalhas (11 de ouros, 12 de prata e nove de bronze). O número de pódios foi superior ao de países como Holanda, França, Alemanha, Itália e Brasil, que conquistou 21 medalhas.

Danielle Vilhena, Diretora de Projetos e Operações de Marcas da Agência End to End. Recentemente, liderou projetos estratégicos e produção de conteúdo para o COB e o Time Brasil, incluindo os Jogos Pan-Americano de Lima 2019 e os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, declarou que o Jogos Olímpicos de Paris será um grande marco para muitas pautas sociais importantes e necessárias. Temos, entre outros, o empoderamento feminino, a equidade no número de mulheres participantes e também o envolvimento da comunidade LGBTQIAPN+ cada vez mais engajada nas conversas e propósitos. Com a busca da diversidade e da representatividade, iniciativas serão criadas durante os Jogos para estimular a inclusão e o respeito entre os mais diversos públicos, propagando de forma genuína os valores olímpicos dentro de uma esfera ampla e social”.

Uma das maiores vencedoras da história das águas abertas chega aos Jogos Olímpicos Paris 2024 em busca do segundo ouro. Mas a luta de Ana Marcela Cunha não se limita à maratona aquática. Em Tóquio 2020, ela dedicou a medalha “a todos aqueles que lutaram pela defesa dos direitos das mulheres e das pessoas LGBT”. Assim como Ana Marcela, Arthur Nory vai a Paris conquistar mais uma vitória, agora declaradamente assumida, quando manifestou a sua relação com João Otávio Tasso, em 2021

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