Copa Africana: a campanha da Costa do Marfim, então anfitriã do torneio, foi digna de filme (FRANCK FIFE/AFP Photo)
Repórter da Home e Esportes
Publicado em 14 de fevereiro de 2024 às 13h29.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2024 às 13h33.
A Costa do Marfim é a grande campeã da Copa Africana de Nações de 2024. Os "Elefantes", como são chamados carionhosamente pelos torcedores, conquistaram o tri-campeonato vencendo a Nigéria por 2 a 1 no último domingo. A conquista do título, marcada por diversos momentos de superação, ficará na história dos marfinenses por muitos anos.
A campanha da Costa do Marfim, então anfitriã do torneio, foi digna de filme. A equipe deixou um recado ao mundo inteiro que é jamais desistir nas dificuldades.
Na estreia, a seleção venceu a Guiné Bissau por 2 a 0, porém perdeu para Nigéria e posteriormente levou uma goleada da Guiné Equatorial, por 4 a 0. Com as derrotas, a confederação marfinense decidiu por demitir o técnico francês Jean-Louis Gasset, que estava na seleção desde 2022.
Com o auxiliar Emerse Faé, ex-jogador da seleção, os Elefantes acabaram se classificando em terceiro, após uma combinação de resultados.
Sem nunca ter treinado uma equipe profissional, Emerse Faé realizou algumas mudanças na equipe, para enfrentar o então favorito Senegal nas oitavas de final. Mais organizados e com 100% de aproveitamento na primeira fase, muitos apontavam que a classificação dos senegaleses era certa.
Habib Diallo abriu o placar para o Senegal logo aos quatro minutos de jogo. Os anfitriões, no entanto, não se deram por vencidos e buscaram o empate aos 41 minutos da segunda etapa. A disputa então foi para os pênaltis, onde os marfinenses se saíram melhor.
Nas quartas de final, mais um confronto histórico para a Costa do Marfim, dessa vez, diante da seleção de Mali. A equipe jogou todo segundo tempo com um a menos e venceu por 2 a 1, com gol no último minuto da prorrogação.
Na semifinal, a seleção venceu a República Democrática do Congo com outra vitória heróica por 1 a 0. O gol foi marcado por Sebastian Haller, atacante que venceu um câncer recentemente e pode ser considerado um dos símbolos desta seleção.
Resiliência é a palavra que pode explicar com exatidão toda a campanha da Costa do Marfim. Na final diante da Nigéria, a equipe começou dominando as ações no jogo e efetuou duas boas chances logo no começo.
Mesmo jogando melhor, os Elefantes saíram atrás no placar aos 38 minutos. A Nigéria pouco tinha feito no jogo, mas em uma final, um detalhe, uma jogada pode ser suficiente para conseguir mudar a história de um campeonato.
A Costa do Marfim foi para o “abafa” logo nos primeiros minutos do segundo tempo. O lateral do Barcelona, Kessié, acerta um lindo cabeceio e empata a partida aos 16 minutos.
A virada veio nos pés de Haller. Aos 36 minutos, Adingra levou a bola na linha de fundo e cruzou para o atacante que de biquinho virou o jogo a favor da Costa do Marfim.
Um dos grandes personagens dessa seleção é o atacante Sebastian Haller, autor de dois gols decisivos durante a campanha. O jogador foi diagnosticado com um câncer no testículo, logo após ter sido contratado pelo Borussia Dortmund em 2022.
Na ocasião, o time alemão deixou bem claro que pretendia preservar a intimidade do atleta durante o tratamento. Haller precisou fazer cirurgia e sessões de quimioterapia, evoluindo rapidamente no quadro.
Em 2023, ele retornou aos gramados na vitória do Borussia diante Augsburg, pelo Campeonato Alemão da temporada 23/24.