Esporte

Everton inova e lança uniforme para promover inclusão no futebol

Objetivo visa promover a inclusão e a equidade no futebol, e também vai levantar fundos para um programa social do clube voltado para Liverpool

Uniforme conta com dez cores distribuídas em listras (Everton/Reprodução)

Uniforme conta com dez cores distribuídas em listras (Everton/Reprodução)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 27 de setembro de 2023 às 16h30.

Última atualização em 27 de setembro de 2023 às 16h53.

O Everton, da Inglaterra, apresentou, nesta terça-feira, 26, sua nova terceira camisa para a temporada, com dez cores distribuídas em listras muito finas. O objetivo é promover a inclusão e a equidade no futebol, e também vai levantar fundos para um programa social do clube voltado para a comunidade de Liverpool.

O clube comunica por meio de seu site oficial que o lançamento oficial da camisa vai acontecer nesta sexta-feira, 29. Vão participar da campanha os jogadores dos times masculino, feminino e também do sub-21, além de atletas da equipe de futebol de amputados do clube, e fãs escolhidos para representar a diversidade da torcida dos Toffees.

Fique por dentro das últimas notícias no WhatsApp da Exame

"Uma parte do valor de cada camisa vendida vai ajudar o programa Everton na Comunidade a continuar realizando projetos vitais e educativos em áreas que incluem pessoas com necessidades especiais, engajamento da juventude, isolamento social, além de celebrar a diversidade cultural e a comunidade LGBT+", escreveu o Everton, em seu site oficial.

A camisa também faz parte das comemorações do centenário da fornecedora de material esportivo do clube, a dinamarquesa Hummels. Outros seis times europeus que têm contrato com a empresa também devem ter um uniforme parecido na temporada.

A Hummels informa que as listras pequenas foram inspiradas no icônico modelo usado pela seleção da Dinamarca na Copa do Mundo de 1986, no México. Naquele Mundial, a seleção dinamarquesa recebeu o apelido de 'Dinamáquina' ao vencer os três jogos da primeira fase, mas acabou eliminada nas oitavas de final pela Espanha.

"Os clubes entenderam que associar futebol com ações de cunho social vai além de meras divulgações, elas geram um tipo de engajamento que podem até mesmo salvar vidas ou impactar causas que atingem a sociedade como um todo. No Brasil também temos visto dezenas de ativações deste magnitude como essa do Everton, que é belíssima", conclui Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

Fornecedora de material esportivo que atende nove clubes no futebol brasileiro, a Volt lançou alguns uniformes voltados para causas sociais. No Vitória, por exemplo, a empresa apresentou uma camisa alternativa para fomentar a doação de órgãos. Na temporada passada, em conjunto com o CSA, a companhia produziu um manto que contava com as siglas da agremiação gravadas em Braille.

“Trabalhar a inclusão social por meio dos uniformes é um dos principais objetivos que temos na Volt. Os clubes são catalisadores importantes para chamar a atenção e incentivar campanhas importantes para o desenvolvimento da sociedade”, afirma Fernando Kleimmann, sócio-diretor da Volt.

"A inclusão social no futebol e esporte em geral, por meio da produção de uniforme como esse do Everton, e que outros clubes brasileiros também estão adotando, se intensificou no pós-pandemia e possui um poder enorme de fazer com que diferentes tipos de campanhas ou lançamentos ganhem a atenção até mesmo de quem não está inserido nestes movimentos, tamanho o impacto que clubes e atletas possuem perante a sociedade", analisa Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.

"O esporte deve e pode conectar paixão com ações práticas que proporcionam, além de conscientização, inclusão e pertencimento para os diversos tipos de público e consumidores. Transformar todos esses elementos em um produto é um ótimo exemplo a ser seguido e estimulado", explica Reginaldo Diniz, CEO e sócio-fundador da End to End, empresa que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo, e que é parceira do Palmeiras na execução desses serviços.

Clubes brasileiros realizam ações sociais com foco nas comunidades de deficientes físicos, visuais e auditivos

Depois de marcar gols, atletas como Pedro, Gabriel Pec e Thiago Galhardo têm feito celebrações em linguagem de sinais. Pelo lado dos clubes, em abril, com o desejo de tornar o Jaconi Tour um espaço mais adequado para a comunidade surda, o Memorial do Juventude teve a presença de uma profissional especializada em libras.

“O Juventude tem o projeto de buscar melhorias em relação a acessibilidade para o torcedor jaconero. Nosso objetivo é construir um local de ampla inclusão, que transmita aos apoiadores que almejamos a presença de todos neste espaço. Temos recebido crianças, adolescentes, idosos, PCDs no clube. Por meio do tour em Libras, estamos ampliando ainda mais a diversidade em nossa casa. Sabemos que ainda temos muito por fazer e seguimos firmes neste caminho”, conta Bárbara Lauxen, coordenadora do Tour Guiado do Alfredo Jaconi.

“No Internacional, cremos que o esporte vai muito além do que acontece dentro das quatro linhas. Temos em nosso DNA a inclusão social, pois somos o Clube do Povo. O objetivo é estar sempre conectado com temas que extrapolam o campo de jogo, exemplo de todas as ativações com impacto social que realizamos nos últimos anos”, aponta Victor Grunberg, vice-presidente de Administração e Patrimônio.

Outros clubes expressivos do esporte brasileiro, como Goiás, Fluminense, Vasco e Fortaleza também têm produzido ativações com foco na comunidade surda. Na última temporada, por exemplo, o Fluminense e a Betano, patrocinadora máster do Tricolor Carioca, realizaram a uma ação com ênfase neste público. Na oportunidade, o time das Laranjeiras disputou um duelo com o nome do patrocinador em libras e intitulou a campanha como “L de Libras”, por conta da celebração feita pelo argentino Germán Cano.

Em 2022, em razão do Dia Nacional do Surdo, celebrado em 26 de setembro, o Goiás organizou uma ação em prol da causa. No duelo contra o Botafogo, o Esmeraldino jogou com uma camisa especial, que apresentava os nomes dos atletas em libras.

“O futebol é uma das formas mais eficazes de incluir todos os segmentos da sociedade. O esporte apresenta muita força nos meios de comunicação e consegue influenciar diretamente a vida de milhões de indivíduos. Fazer parte da construção de um planeta melhor também é papel dos clubes”, explica Tiago Pinheiro, diretor de marketing do Goiás.

No ano de 2021, em setembro, mês em que é realizado ações de inclusão para a comunidade surda, o Vasco utilizou o momento para inserir um intérprete especializado em linguagem de sinais durante as transmissões das partidas. O clube carioca também mostrou a sigla do então patrocinador máster de maneira adaptada.

A empresa também é uma das líderes na venda da bola com guizo, produto essencial para a execução do futebol de cegos. O objeto, que deve ser diferenciado do modelo tradicional, conta com guizo para que os jogadores consigam se localizar e acertar o alvo. Com laminado de PU, 32 gomos e quatro guizos de orientação, o produto garante mais conforto aos atletas.

"A inclusão é um tema essencial para nós, da Penalty. Estamos atentos às necessidades daqueles que praticam esportes e, por meio da qualidade de nossos produtos e do uso da tecnologia, temos buscado oferecer uma experiência positiva de acessibilidade junto aos consumidores", diz Alexandre Allgayer, gerente de P&D da Penalty.

Acompanhe tudo sobre:LGBTDiversidadeFutebolFutebol europeu

Mais de Esporte

Jogos de domingo, 22 de dezembro de 2024, onde assistir ao vivo e horários

Manchester United x Bournemouth: onde assistir e horário pelo Campeonato Inglês

Real Madrid x Sevilla: onde assistir e horário pelo Campeonato Espanhol

À frente de Cristiano Ronaldo, Gabigol é o atleta mais pesquisado do Brasil