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Estruturas provisórias ganham espaço dentro do futebol

Estruturas ganharam destaques em campeonatos internacionais como a Copa do Mundo no Qatar por serem mais econômicas e eco friendly

Futebol: estruturas apresentam soluções sustentáveis e eficiência financeira (Lars Ronbog/Getty Images)
Vinicius Lordello

Especialista em Gestão de Reputação e Crises no Esporte

Publicado em 9 de agosto de 2023 às 17h36.

Com a crescente busca por soluções sustentáveis e economicamente viáveis, as estruturas provisórias têm ganhado espaço notável dentro do cenário do futebol .

Em destaque nos palcos dos campeonatos internacionais, como a recente Copa do Mundo realizada no Qatar, essas inovadoras instalações têm se mostrado uma alternativa promissora, que atrai olhares por sua eco friendly e eficiência financeira.

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O esporte que leva milhares de pessoas para estádios ao redor do mundo necessita possuir estruturas modernas e que atendam as necessidades do público, estando elas diretamente ligadas a infraestrutura futebolística do país. No Brasil, por exemplo, têm se tornado cada vez mais comum o uso de estruturas provisórias no setor, evitando-se gastos milionários na construção de novas arenas ou estádios que podem no futuro se tornar elefantes brancos.

“A modernização da construção civil nos permite equilibrar os ambientes urbanos com as necessidades da população. Não adianta realizar um projeto excepcional se ele não terá utilidade a longo prazo”, afirma Tatiana Fasolari, vice-presidente da Fast Engenharia, maior empresa da América Latina especializada em overlays.

O ponto positivo das estruturas provisórias é a forma como elas são desenvolvidas possibilitando que sejam desmontadas completamente ou parcialmente, como também, alguns de seus materiais serem reutilizáveis. O Estádio 974 é um perfeito exemplo da utilização desse tipo de material. Construído para a Copa do Mundo de 2022, no Catar, o estádio foi erguido utilizando estruturas modulares ao utilizar containers marítimos em sua montagem. Se tornando o primeiro estádio da FIFA com a opção de ser completamente desmontado após o campeonato.

“Estive na África do Sul em 2009, fui fazer uma visita técnica a alguns estádios da Copa do Mundo. Na cidade do Cabo me chamou a atenção o imponente Green Point, estádio com capacidade para 64.100 pessoas. Fiquei tão impressionado com o estádio que perguntei a um colega sul africano qual grande equipe local jogaria no estádio após a Copa do Mundo . Fiquei surpreso com a resposta, o time da cidade já tinha estádio próprio e possuía média de 5000 pessoas por jogo. Essa breve história, exemplifica que muitos estádios foram construídos sem qualquer planejamento responsável. Por isso, fico contente de notar que recentemente muitas estruturas temporárias vêm sendo utilizadas”, comenta Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports, agência de marketing esportivo que mais fecha patrocínios no esporte brasileiro.

Durante a Copa do Mundo de 2014 realizada no Brasil, a Neo Química Arena, em São Paulo, também utilizou estruturas provisórias. O estádio que recebeu seis jogos da competição, teve sua capacidade aumentada com a construção de arquibancadas provisórias que foram desmontadas após o evento. Ao todo foram construídos 19.800 assentos adicionais, sendo 8.800 disponibilizados no lado Norte, 8.800 no lado Sul, 1.200 no lado Leste e 1.000 no lado Oeste.

"Esse tipo de solução é extremamente sustentável porque garante a reutilização de praticamente todo material, redução de custo na construção e principalmente na manutenção após o evento. O grande desafio deste modelo de negócio é contar com empresas capazes de executar estes projetos dentro dos prazos estipulados pelos comitês locais, que normalmente são extremamente curtos”, pondera Fasolari.

A ampliação foi uma exigência da FIFA para que o estádio pudesse ser o local da abertura do evento, tendo iniciado a desmontagem das estruturas em 11 de julho do mesmo ano, após a semifinal da competição. A Arena Fonte Nova também optou por esse tipo de construção, tendo sido utilizada na Copa das Confederações ao construir arquibancadas adicionais no setor sul do estádio.

Ações sustentáveis são um caminho inevitável para o mundo dos negócios. Quanto maior a consciência da mudança, melhor será a imagem da empresa junto aos seus clientes e sociedade”, conclui Fasolari.

A grande vantagem das construções provisórias é o fato delas representarem uma alternativa mais econômica, como também, mais amigável ao meio ambiente já que possibilitam uma obra limpa, sem a produção de resíduos, e com materiais reaproveitáveis para outros projetos.

Tironi Paz Ortiz, CEO da Imply, empresa especializada em venda de ingressos e controle de acesso às partidas, comenta sobre a importância de um serviço especializado em entradas e saídas de um alto fluxo de pessoas e as vantagens obtidas pela modernização dos estádios nacionais.

"A modernização das estruturas dos estádios possibilita oferecer acessibilidade, segurança e conforto para o público. Além disso, a infraestrutura adequada permite que os estádios recebam grandes eventos esportivos, atraindo turistas e fomentando a economia local. Desenvolvemos projetos com a implementação de tecnologias avançadas para aumentar a segurança, facilitar experiências de compra, acessos e consumo; além de proporcionar experiências imersivas - como os telões de alta definição, que permitem que os torcedores acompanhem de perto todos os detalhes do jogo, mesmo estando distantes do campo. Com diversos estádios aderindo a novas tecnologias, o público é o maior beneficiado", afirma Tironi Paz Ortiz, CEO da Imply.

Atualmente, a companhia presta serviços para diversos estádios da primeira prateleira do futebol brasileiro, como Maracanã, Arena do Grêmio, Beira-Rio, Arena da Baixada, Arena Fonte Nova e Arena das Dunas.

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