Cruzeiro fecha patrocínios pontuais para final da Copa Sul-Americana
Apesar de preferirem contratos longos, especialistas elogiam estratégia
Redação Exame
Publicado em 20 de novembro de 2024 às 12h52.
O Cruzeiro anunciou dois patrocínios pontuais para a final da Copa Sul-Americana, que será disputada no próximo dia 23 de novembro, em Assunção, contra o Racing-ARG. As marcas Hellmann's e Perdigão estamparão o uniforme celeste durante o confronto, que promete alta visibilidade. A logomarca da maionese Hellmann's estará na parte de trás da camisa, enquanto a Perdigão ocupará a parte frontal.
Patrocínios pontuais, como os do Cruzeiro, são uma prática comum no futebol e muito elogiada por especialistas. “O futebol é um canhão de visibilidade”, afirma Renê Salviano, CEO da Heatmap, destacando o potencial de engajamento e valorização dos uniformes em fases decisivas. Salviano também ressalta que ações adicionais de ativação ajudam a fortalecer a conexão entre marcas e público.
Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports, vê esses patrocínios como oportunidades de longo prazo. “É um belo test drive”, observa, sugerindo que acordos pontuais podem evoluir para parcerias duradouras.
Casos Recentes no Futebol Brasileiro
Outros clubes também têm aproveitado momentos de alta audiência para fechar patrocínios pontuais. Em agosto, o Botafogo, finalista da Copa Libertadores, fechou com a MedSênior para jogos importantes. O Internacional, por sua vez, utilizou a visibilidade da semifinal da Libertadores de 2023 para estampar a marca da Imply, parceira de longa data do clube.
O Fortaleza seguiu estratégia semelhante nas quartas de final da Sul-Americana, negociando com Baterias Pioneiro e Poloar. Segundo Marcelo Paz, CEO da SAF do Fortaleza, as parcerias pontuais geram receitas importantes que ajudam no planejamento financeiro do clube.
Tendências no Mercado de Patrocínios
Apesar do impacto positivo, o mercado de patrocínios pontuais tem diminuído. De acordo com o IBOPE Repucom, em 2023 houve apenas 7 patrocínios pontuais, uma queda em relação aos 20 registrados em 2022 e 48 em 2021. Essa redução reflete um movimento em direção a parcerias de longo prazo, mais consistentes e rentáveis.
Bruno Brum, CMO da Agência End to End, ressalta que essa estratégia deve ser usada com cautela. “Embora eficaz no curto prazo, pode desvalorizar os ativos do clube se não for aplicada estrategicamente, afirma. Ele reforça que o ideal seria priorizar acordos de médio e longo prazo, garantindo maior sustentabilidade financeira.
Com a final da Sul-Americana, o Cruzeiro demonstra o poder de adaptação dos clubes brasileiros em buscar alternativas para gerar receitas e potencializar sua visibilidade no mercado esportivo.