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Contra o Flamengo, Botafogo pode vencer 12ª seguida em casa e superar marca de rival com Jorge Jesus

Entenda por que grama sintética tem feito a diferença para o Botafogo no Nílton Santos

Botafogo: No Nílton Santos, a equipe já conquistou 33 dos 51 pontos que obteve até o momento (Alexandre Schneider/Getty Images)

Botafogo: No Nílton Santos, a equipe já conquistou 33 dos 51 pontos que obteve até o momento (Alexandre Schneider/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 2 de setembro de 2023 às 04h00.

Neste sábado, 2, o líder Botafogo recebe o Flamengo no Estádio Nílton Santos, às 21h, pela 22ª rodada do Brasileirão, podendo atingir um feito inédito. Caso vença o rival, o alvinegro chegará à sua 12ª vitória em 12 jogos em casa nesta edição do Brasileirão.

Em 2019, o rubronegro venceu os dez primeiros compromissos atuando como mandante até empatar contra o São Paulo, na 22ª rodada. Apesar do Botafogo já maior sequência de vitórias, poderá tornar-se a primeira equipe da era dos pontos corridos do Brasileirão a terminar a 22ª rodada com 100% de aproveitamento em seus domínios.

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Domínio no Nilton Santos

No Nílton Santos, a equipe já conquistou 33 dos 51 pontos que obteve até o momento. Considerando todas as competições, o aproveitamento em casa é de 86% desde a troca do gramado natural para o sintético, antes do início do campeonato nacional.

Na visão de Thiago Freitas, sócio da Roc Nation Sports Brazil, empresa que agencia atletas como Vini Jr, Gabriel Martinelli, e Endrick, o campo sintético é um dos fatores que influenciam na boa sequência do alvinegro, e também garante outros benefícios: "Além da já percebida vantagem técnica dos primeiros clubes que adotaram esse piso, também geraram-se benefícios econômicos evidentes, tais como a redução de custo de manutenção, a maior praticidade no uso dos estádios para eventos e shows, e a eliminação dos riscos das lesões causadas por falhas no gramado natural”, afirma.

Além do clube da Estrela Solitária, outras equipes como o Atlhetico e o Palmeiras também são conhecidos pela força quando atuam dentro de casa, onde também mantêm campos artificiais.

“Creio que veremos pelo menos mais dois gramados artificiais a cada ano nas duas primeiras divisões do futebol brasileiro”, pontua Freitas, que também ressalta a existência de outros fatores que influenciam na partida.

-“Esse tipo de campo altera, mas também não desconfigura o jogo. Nesse sentido, ainda há de se levar em consideração que agentes como uma longa chuva, calor excessivo, umidade mínima, altitude incomum, ou ventos fortes, também alteram aspectos da partida. Seja no contato direto com a bola, na resistência, ou na definição por algum movimento”, avalia.

Apesar da liberação desse tipo de piso pela CBF, a adoção desta alternativa na elite do futebol brasileiro também tem sido alvo de críticas. A principal delas veio dos dirigentes do Flamengo, Marcos Braz e Bruno Spindel, no início de julho.

Na época, ambos já falavam sobre o estado deteriorado da grama do Maracanã devido ao excesso de partidas, mas rechaçaram a possibilidade da instalação do sintético para resolver o problema. Spindel chegou a comentar que o jogo no sintético “é outro esporte” e criticou a adoção desse tipo de piso pelo Brasil.

Vantagem do gramado

Considerando os pontos positivos e negativos de cada tipo de gramado, Sandro Orlandelli, Membro da UEFA Academy e com trabalhos em clubes como Arsenal, Manchester United, Santos e Athletico, analisa as duas opções.

“A grama natural tem a característica de romper quando há algum atrito ou desaceleração. Isso proporciona uma melhoria na condição de jogo, assim como a redução do risco de lesões. Além disso, também não se cria um grande impacto com esse gramado uma vez que ele tem um solo mais fofo e que dá mais aderência aos saltos e aos movimentos. Entretanto, caso seja muito irregular, o mais adequado é que seja sintético, pois poderá garantir a estabilidade para o jogo em todas as áreas do campo e evitará lesões causadas por um eventual desnível”, afirma.

Já Sergio Schildt, presidente da RECOMA, empresa especializada em pisos, infraestruturas e construções esportivas, que forneceu e instalou mais de um milhão de metros quadrados de gramados sintéticos esportivos, certificados pelas mais diversas Federações Esportivas Internacionais, afirma que os resultados são muito similares aos do campo natural, e também destaca que o custo-benefício do piso artificial pode ser melhor para os clubes, no longo prazo.

“O que não podemos comparar é o curso de implantação com o curso de utilização. Por exemplo, o gramado sintético do Athletico tem seus sete anos de uso. O mesmo piso, se fosse natural, já teria que ter sido substituído algumas vezes. E mais, se você quiser jogar uma partida e no dia seguinte receber um show de rock and roll, você pode, pois a estrutura está preparada para isso.

Com uma simples escovada, em um processo feito em três ou quatro horas, estará tudo em ordem. Além disso, uma grama natural também exige adubo e água. São trinta, quarenta mil litros por dia em campo natural. Nem sempre é possível ter água de reuso para fazer isso. Então, tem-se uma questão ambiental também”, afirma o especialista.

Visando preparar-se para os novos campos artificiais, no Brasil ainda há outros clubes brasileiros investindo neste tipo de piso com o intuito de ampliar o leque de opções durante a preparação. O Sport, por exemplo, assinou, no início de julho, um contrato com a empresa responsável por implementar piso sintético em um dos campos do CT José de Andrade Médicis.

O Leão busca diversificar as opções no local, tanto para os profissionais quanto para as categorias de base. A previsão é que a reforma dure até outubro.

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