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Atlético Mineiro tem a SAF mais valiosa do país, indica estudo

Levantamento foi realizado pela Sportsvalue e divulgado nesta semana

Atletico Mineiro's forward #07 Hulk gestures during the Brazil Cup final second leg football match between Atletico Mineiro and Flamengo at the MRV Arena Stadium in Belo Horizonte, Brazil, on November 10, 2024. (Photo by DOUGLAS MAGNO / AFP)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 5 de dezembro de 2024 às 10h47.

Um estudo realizado pela Sports Value, especializada em branding, avaliação de marcas e de propriedades esportivas, apontou a SAF do Atlético Mineiro como a mais valiosa do país, estimada em 3,387 bilhões.

A transformação dos clubes em Sociedade Anônima do Futebol completou três anos de vigência neste mês de agosto no Brasil, que surgiu como um novo modelo de negócios, disposto a melhorar a gestão administrativa e financeira das agremiações.

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Seguido pelo time mineiro, aparece o atual campeão da Copa Libertadores, o Botafogo, com um valor de mercado de R$ 1,857 bilhões, seguido pelo Cruzeiro, avaliado em R$ 1,472 bilhões. O Vasco aparece na sequência, com R$ 1,207 bilhões.

A lei, que passou a vigorar no Brasil em agosto de 2021, teve como um dos autores o advogado José Francisco Manssur, atualmente sócio da CSMV Advogados. Autor do livro 'Futebol, Mercado e Estado', ao lado de Rodrigo Monteiro de Castro, ele detalha o projeto de recuperação, estabilização e desenvolvimento sustentável do futebol brasileiro. A partir deste projeto de pesquisa e estudo, é possível afirmar que essa é a primeira vez primeira vez que três dos quatro finalistas são empresas constituídas e no modelo SAF dentro da América do Sul.

"Sempre dissemos que a SAF é um instrumento para atrair dinheiro novo para os clubes que escolherem esse modelo. Já na janela do meio do ano foi possível perceber que o nível de investimento dos clubes em geral teve um crescimento relevante impulsionado pelas SAFs. É gratificante ver clubes que estavam em situação difícil no cenário nacional nos últimos anos, como Cruzeiro e Botafogo disputando títulos internacionais e recuperando a auto estima dos seus torcedores", afirma Manssur.

"Desde a implementação das SAFs, observamos um aumento significativo nos aportes de capital local e internacional nos clubes brasileiros. Esse influxo de investimentos não apenas estabiliza financeiramente as equipes, mas também abre portas para um crescimento sustentável a longo prazo. A rentabilidade potencial é imensa, dado o mercado brasileiro de futebol, que é um dos mais apaixonados e engajados do mundo. Com uma gestão profissionalizada e transparência financeira, as SAFs têm a capacidade de transformar o cenário esportivo no Brasil, tornando-se altamente atrativas para investidores globais", afirma Fernando Lamounier, Head de Marketing da Multimarcas Consórcios, empresa que é uma das patrocinadoras do Galo.

Na avaliação geral, o Atlético-MG é o quarto colocado. Assim como em anos anteriores, os três primeiros continuam sendo o Flamengo, com valor R$ 4,8 bilhões; o Palmeiras, avaliado em R$ 3,9 bilhões, e o Corinthians, com R$ 3,7 bi.

Para Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, o dinheiro somente não garante sucesso. "Já tivemos muitas provas de que os aportes das SAFs podem gerar resultados já no curto prazo no Brasil, mas nem sempre isso vai acontecer. O Vasco, que está muito próximo do Botafogo, é um ó exemplo disso. Muito foi gasto, e com um retorno esportivo no mínimo questionável. Dinheiro muda o número de pessoas às quais você tem acesso. Se não souber as escolher, pode fracassar com muito. Mas ter um "dono" já faz com que o clube deixe de se planejar como uma prefeitura. Um ambiente aberto a oportunistas, que fazem dele palanque para elevar sua exposição e influência, sem responsabilidade com o que se dará no mandato seguinte. Essa é a principal mudança. O quanto vai ser aportado com a mudança não é nem um dos três fatores mais importantes, ou pode demandar tempo para ser refletido em títulos", aponta.

Com a possibilidade de mudança na maneira de administração de instituições do futebol, algumas delas se destacaram não só pelo investimento em contratações, mas também em áreas como infraestrutura e profissionalização. Nesse sentido, especialistas avaliam como a transformação de clubes em SAFs mexe com a indústria do maior esporte do país e impacta no mercado brasileiro.

"O modelo SAF no país deve trazer junto uma exigência básica de gestão, gastar menos do que recebe. Depois se pensa em inovação, criação de projetos especiais e qualquer outra frente que seja bonito de se falar. Obviamente que a SAF vem num primeiro momento para salvar esses clubes mais endividados, mas sem boa gestão, as coisas continuarão como estão. Por isso que algumas instituições que já estão bem estruturadas estão tendo esse cuidado e esperando o momento certo para a concretização deste modelo que, de fato, deve ser uma realidade em nosso país", pontua Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

“Além dos impactos positivos que observamos no departamento de futebol de alguns times no Brasil, as SAFs têm obtido êxito em influenciar a indústria do esporte no país como um todo. Quando observamos a valorização financeira de clubes ao adotarem esse modelo de gestão, não estamos vendo apenas um único benefício a essas instituições. O que realmente estamos presenciando é uma movimentação em todo ecossistema, desde o engajamento com o público até a reformulação estrutural do clube”, avalia Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, destaca alguns dos ganhos.

O discurso acima vai de encontro ao que pensa Claudio Fiorito, CEO da P&P Sport Management, empresa que atende centenas de jogadores em todo o mundo, entre eles o zagueiro Bastos, com passagens pelo futebol europeu e que hoje é um dos principais destaques do Botafogo.

De acordo com o executivo, a modernização do clube carioca, estruturando e modernizando seus departamentos por meio da SAF, fez o clube descobrir o defensor. Segundo ele, essa deve ser uma nova tendência para aqueles que se tornaram Sociedade Anônima do Futebol e seguem estruturando seus departamentos.

"Todas as áreas passam pelo processo de modernização com a SAF, e isso tem a ver com a profissionalização em análise de desempenho e scout, que conhece de forma ampla o mercado nacional e internacional. O Botafogo se encaixou exatamente dentro desta filosofia e o mérito é todo do clube, que enxergou essa oportunidade", conta.

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