Racismo: a Confederação Brasileira de Basquete repudiou o ato racista sofrido pelo jogador de 23 anos (Jurij Kodrun/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 8 de fevereiro de 2023 às 17h06.
Última atualização em 8 de fevereiro de 2023 às 17h11.
O armador Yago, ex-Flamengo e atualmente no Ratiopharm Ulm, da Alemanha, foi vítima de ataques racistas no ginásio Pavelló Olímpico de Badalona, na Catalunha. Na partida realizada ontem entre seu time e o Club Joventut de Badalona pela Eurocopa de Basquete, a transmissão flagrou uma torcedora chamando o jogador de mono — "macaco", em espanhol.
“Graças a Deus eu não ouvi na hora porque não sei qual seria a minha reação. Nunca havia passado por isso na minha vida, por uma situação como essa nem no Brasil, nem em outros países onde joguei com meus clubes e com a seleção brasileira. Não consigo entender o motivo disso. É revoltante e triste ver que isso acontece, é uma coisa recorrente no esporte, no mundo de hoje, e estamos muito longe ainda da conscientização e de um entendimento de que não há espaço para esse tipo de atitude“, afirmou Yago.
A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) repudiou o ato racista sofrido pelo jogador de 23 anos. Além disso, pediu que as autoridades espanholas atuem com o rigor da lei e demonstrou total apoio ao atleta.
Na partida, Yago marcou 16 pontos, deu oito assistências e pegou sete rebotes, mas não foi o suficiente para ajudar seu time a sair com a vitória. Ratiopharm Ulm foi derrotado por 82 a 76 para o Joventut Badalona, pela 14ª rodada, e agora ocupa a quarta colocação do grupo A.
Yago defendeu o Flamengo em 2020, 2021 e 2022. Pelo rubro-negro, conquistou a Copa Super 8 2020, o NBB 2021, a BCLA 2021 e a Copa Intercontinental FIBA 2022, entre outros. Em julho de 2022, o armador foi contratado pelo Ratiopharm Ulm, após o clube alemão pagar a multa estipulada na cláusula de rescisão do contrato.