Toddynho sem canudo e plástico zero: a estratégia ESG da PepsiCo
A empresa anunciou compromissos ambientais e sociais que incluem ter 100% de embalagens recicladas, maior volume de investimentos em cooperativas e liderança diversa até 2025
Maria Clara Dias
Publicado em 21 de maio de 2021 às 14h23.
Última atualização em 21 de maio de 2021 às 14h53.
Na multinacional de alimentos PepsiCo , a reciclagem se tornou uma questão de negócios. Foi criado em 2018 um comitê, dentro da área de alimentos e bebidas, para ajudar nas decisões ligadas ao tema, e desde então a sustentabilidade chegou à governança da empresa.
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“A ideia é que a gente consiga ter times de marketing e vendas atentos. Além de ter o consumidor no centro, tentamos também unir essa questão da sustentabilidade — que muitas vezes não é a questão prioritária nas decisões de compra no consumidor, mas pode vir a ser no futuro”’, disse Cecília Dias, diretora de marketing foods da PepsiCo.
O primeiro exemplo está na extinção dos canudos de plástico do Toddynho, que ganhou uma nova versão do item em papel neste ano. Antes disso, as embalagens também já deixaram de vir envoltas em plástico no famoso pack com três ou mais unidades. Segundo a empresa, a mudança vai repercutir numa redução de 148 toneladas de plástico anualmente, e as primeiras unidades de Toddynho com canudinhos de papel devem chegar às gôndolas já nos próximos meses.
A mudança em um dos principais produtos da empresa vem na esteira de decisões que fazem parte de um plano ambiental ambicioso para 2025. A meta da companhia é ter, até a data, 100% das embalagens recicláveis, compostáveis e biodegradáveis — hoje esse percentual é de 90%, segundo a empresa.
Além disso, a companhia quer reduzir 35% da quantidade de plástico virgem usado em todo o setor de bebidas, o que equivale a 2,5 milhões de toneladas métricas, quantidade suficiente para lotar 17 estádios de futebol do tamanho do Maracanã. Outros projetos que envolvem redução no uso de plásticos e embalagens recicláveis também incluem aumentar para 25% o conteúdo reciclado nas embalagens de plástico e para 33% o uso de PET reciclável em embalagens de bebidas.
Para tornar tudo isso possível, a PepsiCo une um time de pesquisa e desenvolvimento formado por 19 cientistas, que trabalham em busca de componentes que possam servir de alternativa ao plástico. As mudanças ambientais também exigem uma conversa com diversos parceiros a fim de chegar num modelo economicamente viável — e boa parte desse diálogo acontece no ambiente acadêmico e no ecossistema de inovação e startups.
Há 12 anos a empresa mantém, em parceria com o Young America Business Trust (YABT) e a Organização dos Estados Americanos (OEA), um programa de inovação aberta que convoca startups e projetos com foco em sustentabilidade. Neste ano, o desafio vai premiar empreendedores da América Latina e Caribe com 5.000 dólares em forma de capital semente. “É uma maneira de trazer novidade para dentro da empresa”, disse Cecília.
Em outros pilares do ESG, a PepsiCo Brasil estabeleceu a meta de chegar a 30% de pessoas negras e 50% de mulheres na liderança até 2025. “Nossa estratégia de ESG vai além do plástico”, diz. “Mantendo diálogo ativo com diversos participantes e experts do mercado, vamos desenhando as melhores estratégias de forma contínua.”
Atuação social
As ações sociais da PepsiCo convergem com a estratégia sustentável a partir da parceria com cooperativas de reciclagem, segundo Cecília. “Nosso foco principal é a educação, com capacitação e treinamentos contínuos desses profissionais”, diz.
Durante a pandemia, a empresa também apoiou cooperativas por meio da iniciativa Reciclar pelo Brasil, que reúne 19 empresas de bens de consumo e que reverteram seus investimentos na cadeia de reciclagem em salários para os cooperados. Foram beneficiados mais de 3.500 cooperados em 21 estados, com um valor de 600 reais por dois meses.
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