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(jannoon028/Freepik/Divulgação)
Depois de uma década entre as empresas mais bem avaliadas quanto às suas práticas de governança na B3, a TIM decidiu dar um passo adiante na agenda ESG. A empresa anunciou a criação de um comitê estratégico para assuntos sociais, ambientais e de governança que pretende tratar de temas como ética, diversidade e sustentabilidade com o alto escalão da companhia.
O grupo criado em 2021 é formado por membros do conselho de administração, incluindo o presidente Nicandro Durante e o CEO da empresa no Brasil, Pietro Labriola.
A ideia é que o comitê avalie o plano geral da empresa, revisando metas, garantindo a execução de projetos e estabelecendo indicadores para cada tipo de ação voltada para o universo ESG. “Entendemos que ESG, na dimensão econômica da empresa, deve ter tanta relevância quanto as demais letras e assuntos”, diz Mario Girasole, vice-presidente de assuntos regulatórios e institucionais da TIM.
Segundo Girasole, o grande desafio será conseguir, acima de qualquer análise quantitativa, métricas para avaliar o desempenho das ações. A dor é comum no setor, que ainda sofre com a carência de indicadores claros para avaliar a efetividade das ações socioambientais de empresas em todo o mundo.
No dia a dia, os temas relacionados a ESG funcionam em três diferentes níveis na TIM, segundo Girasole. O primeiro deles é no nível executivo, que sustenta a atuação ligada à diversidade e inclusão. O conselho de administração, por sua vez, tem responsabilidade exclusiva pela definição de todas as atividades socioambientais e de governança a nível estratégico. Isso significa que, com o recém-lançado comitê, o tema chega agora à esfera de tomada de decisão.
Em terceiro lugar está o braço operacional da empresa, que fica a cargo de executar o que é planejado nos patamares superiores.
A relação com o ESG não é uma novidade para a TIM. A empresa de telefonia já instituiu presença no índice de sustentabilidade da B3 (ISE) pelo 13º ano consecutivo. A carteira deste ano reúne 46 ações, de 39 empresas de 15 setores. Juntas, as companhias somam 1,8 trilhão de reais em valor de mercado. Junto com a Telefônica, a TIM é a única empresa de telefonia a compor o índice.
Além disso, a TIM tem 1,2% de participação no índice de carbono eficiente (ICO2) da B3 e declara ter emitido, 66.883 toneladas de carbono em 2020. O ICO2 é um dos principais índices para comprometimento ambiental e transparência na declaração de emissões de gases de efeito estufa das empresas, e contempla as 100 companhias mais líquidas da bolsa, ou seja, as empresas com as ações mais comercializadas do mercado.
Além da presença em índices ESG da B3, em 2021, a TIM completa dez anos no Novo Mercado, maior nível de governança corporativa da bolsa de valores brasileira.
Segundo Girasole, a TIM já possuía comitê consultivo voltado para o ESG há pelo menos dois anos, mas a criação de um comitê responsável por de fato definir as estratégias da companhia quanto ao posicionamento socioambiental surgiu das novas exigências do mercado financeiro. “Entendemos que recursos, pessoas e governança são a tradução empresarial do que de fato é o ESG. São atuações complementares”, diz Girasole.
Com a criação do comitê de alto escalão, o momento da empresa envolve agora não apenas a transparência na divulgação de informações ESG — atitude que tem estabelecido a presença da TIM nos últimos índices da B3 — mas também no desenvolvimento de uma série de ações que relacionam os fatores ambientais e sociais ao risco financeiro. “Não é possível ter um selo carimbado de ESG, esse é um percurso de evolução. Na TIM, isso também acontece", diz.
Os planos não param por aí: a empresa quer ater, até o fim do ano, 80% da energia vinda de fontes renováveis, produzidas nas 60 usinas próprias da empresa. Do ponto de vista da diversidade e inclusão, a TIM reserva metade das 300 vagas de estágios abertas em 2021 para candidatos negros, por exemplo.
Tendo o conselho de administração como o direcionador estratégico da empresa, a TIM espera que seja escrito um novo capítulo na estratégia da empresa e no seu posicionamento. “Teremos um posicionamento que é um conjunto de iniciativas, mas coerente em relação à nossa ambição de ser uma empresa que considera o ESG como prioridade”, diz.