ESG

Tegra quer zerar o balanço líquido de emissões e avançar na economia circular

No ano passado, a Tegra se engajou em um profundo processo de revisão de sua estratégia ESG que originou o plano Cidades Regenerativas 2030

Angel Ibanez, diretor de suprimentos e ESG da Tegra: mais de 30 milhões de reais destinados a projetos de economia circular (Leandro Fonseca/Exame)

Angel Ibanez, diretor de suprimentos e ESG da Tegra: mais de 30 milhões de reais destinados a projetos de economia circular (Leandro Fonseca/Exame)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 23 de junho de 2022 às 20h21.

Quem passa diante de uma obra da construtora Tegra encontra um cenário diferente da maioria dos empreendimentos do tipo. A começar pelos tapumes, que não são de madeira, mas de plástico. A empresa utiliza um material totalmente reciclado para a produção dos chamados ecotapumes, que são, inclusive, mais bonitos do que os tradicionais. Agregado a eles, há um painel com uma série de indicadores. São números relacionados aos compromissos públicos assumidos pela Tegra, como redução do consumo de água e energia, uso de material reciclado e horas de treinamento, além do número de empregos gerados pelo empreendimento.

No ano passado, a Tegra se engajou em um profundo processo de revisão de sua estratégia ESG — a empresa abriu o capital no ano anterior. Desse processo, surgiu o plano Cidades Regenerativas 2030. “Buscamos descobrir o que faz uma empresa sustentável e o que era relevante para nós”, afirma Angel Ibanez, diretor de suprimentos e ESG da Tegra. O que surgiu, a partir das respostas, foram quatro compromissos: zerar o balanço líquido de emissões, impulsionar a economia circular, promover negócios transparentes e gerar impactos positivos na sociedade.

A Tegra colocou como meta reduzir em 50% suas emissões diretas e direcionar a redução de 15% das indiretas. O restante será compensado em 110% — ou seja, incluindo emissões de fora da atuação da empresa e de seus fornecedores. Para chegar ao objetivo, a Tegra está migrando sua matriz energética para fontes renováveis. Também trabalha para reduzir as emissões nos canteiros de obras e o consumo de energia por metro quadrado. “Um empreendimento leva dois anos para ser concluído, mas sua vida útil passa de 50 anos. Precisamos pensar em todo esse ciclo”, afirma Ibanez.

Nesse sentido, a Tegra tem instalado painéis solares em seus condomínios. Na economia circular, Ibanez afirma que a construtora envia apenas 3% do entulho para aterros, e a maior parte dos resíduos é reaproveitada. Uma das metas relacionadas ao tema é investir 30 milhões de reais em inovação, com o apoio a práticas acadêmicas e o desenvolvimento de programas e projetos circulares. Um exemplo de como se dá essa circularidade nas obras da Tegra está nos ecotapumes.

O plástico que sobra da construção é destinado à produção do polipropileno reciclado. A preocupação com a sociedade obriga a empresa a olhar para fora da obra. A Tegra reconhece que seus canteiros geram transtornos como barulho e sujeira. Por isso, realiza integrações com as comunidades no entorno, promovendo o que chama de gentilezas urbanas. Há também projetos para adotar praças e realizar ações em escolas públicas. A meta é impactar 2,4 milhões de pessoas com práticas sociais, educação, cultura, capacitação, voluntariado e filantropia. Outra preocupação é realizar projetos integrados com a região, olhando para a disponibilidade de transporte público, por exemplo. No campo da diversidade, a Tegra quer aumentar a presença feminina nos canteiros de obras. Há também um programa com refugiadas, que já empregou 16 venezuelanas.

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