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Com joaninhas no controle de pragas, Suzano economiza R$ 3 milhões em pesticidas; entenda

Em dois anos de pesquisa, mais de 210 mil joaninhas nativas foram liberadas em 57 mil hectares, o que evitou o uso de 17,1 mil quilos de defensivos agrícolas

Estratégia evitou prejuízo a biodiversidade local a partir do uso de pesticidas

Estratégia evitou prejuízo a biodiversidade local a partir do uso de pesticidas

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 20 de março de 2025 às 18h10.

Última atualização em 21 de março de 2025 às 18h59.

A Suzano, produtora mundial de celulose e bioprodutos do eucalipto, está implementando uma abordagem inovadora no controle de pragas em suas florestas: o uso de joaninhas. Pela primeira vez no Brasil, a empresa utiliza a espécie como método biológico para combater o psilídeo-de-concha, uma das pragas mais prejudiciais ao cultivo de eucalipto.

A iniciativa, que abrange áreas de São Paulo, Maranhão e Mato Grosso do Sul, foi implementada em 57 mil hectares no ano passado. Essa estratégia integra o compromisso da Suzano com a sustentabilidade e o uso racional de defensivos agrícolas. Em 2024, a empresa evitou o uso de 17,1 mil quilos de defensivos, o que gerou uma economia superior a R$ 3 milhões.

Antes de adotar a técnica, a Suzano dedicou dois anos a pesquisas com um time de quatro entomologistas especializados no comportamento das joaninhas.

As pesquisas para a implementação da espécie começaram em 2022, após a identificação de populações nativas durante surtos da praga em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Tocantins. Em 2023, a técnica de multiplicação e liberação em larga escala foi desenvolvida e, no ano seguinte, 210 mil joaninhas foram liberadas.

Espécie ajudou na proteção ambiental e na economia com pesticidas

Controle de pragas

O equilíbrio natural das joaninhas no ambiente assegura que elas não se tornem superpopulosas, já que sua sobrevivência depende da disponibilidade da praga-alvo como fonte de alimento e elas também estão sujeitas a seus próprios biocontroladores na cadeia alimentar.

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Maurício Magalhães Domingues, pesquisador da Suzano, destaca: "Inovação e sustentabilidade caminham juntas na Suzano, e o uso de joaninhas como controle biológico reflete esse compromisso".

Segundo Domingues, ao evitar o uso de inseticidas, a companhia contribui para a preservação da biodiversidade, com benefícios que vão além dos materiais. “Há ganhos ambientais e sociais, como a valorização da ciência, a geração de empregos e o desenvolvimento de soluções mais sustentáveis para o setor florestal", conclui.

Embora essa estratégia com joaninhas seja inédita no Brasil, países como os Estados Unidos já utilizam o controle biológico com sucesso em plantios comerciais de eucalipto. O projeto foi desenvolvido em parceria com a Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP, a Embrapa Florestas e a Universidade Federal de Viçosa (UFV).

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