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Summit ESG: diversidade ainda exclui os 50+

Para especialistas, mercado de trabalho ainda não valoriza a convivência entre diferentes gerações e seus efeitos no ambiente e nos resultados dos negócios

Mórris Litvak, fundador e CEO da Maturi, e Candice Pomi, psicóloga e pós-graduada em Gerentologia, no Summit ESG da Exame 2024 (Reprodução)
Paula Pacheco

Jornalista

Publicado em 11 de junho de 2024 às 20h12.

Última atualização em 13 de junho de 2024 às 13h31.

Em tempos de queda de natalidade e de aumento de expectativa de vida, o Brasil vive um fenômeno já enfrentado por exemplo, por países europeus: o envelhecimento populacional. Mesmo diante de evidenciais, será que a economia valoriza a experiência e o conhecimento? Será que as empresas estão preparadas para lidar com esses profissionais e consumidores que movimentam a economia prateada? Ou o etarismo ainda prevalece, principalmente na hora da contratação de quem é mais experiente?

Sob a mediação de Lia Rizzo, editora de Exame Plural, Mórris Litvak, fundador e CEO da Maturi, e Candice Pomi, psicóloga e pós-graduada em Gerentologia, debatem formas de combate ao etarismo, as alternativas para f omentar a inclusão e a necessidade de a experiência e o conhecimento serem valorizados.

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O tema integra a programação do Summit ESG 2024 , promovido pela Exame , a maior publicação de negócios do Brasil. Os encontros fazem parte da programação do “ Mês do ESG 2024 ”.

A diferença de países como França, Estados Unidos e Japão, segundo Candice, é que suas populações tiveram a chance de enriquecer. No Brasil, no entanto, o aumento da expectativa de vida - hoje de 76 anos - vem sendo construído de outra forma. O país já tem pelo menos 25% da população acima de 50 anos (ou cerca de 55 milhões de pessoas) e até 2030 ocuparemos a quinta posição entre as nações com maior percentual de pessoas acima de 60 anos.

Na Maturi foi adotado o recorte a partir dos 50 anos para o desenvolvimento de projetos. Segundo Litvak, é quando as pessoas estão no seu auge profissional e intelectual , "mas muitas vezes começam a ser descartadas até antes. A partir daí muitos se sentem no limbo, já que ainda não são considerados idosos, tampouco jovens, mas as empresas não me querem mais."

Mórris Litvak, fundador e CEO da Maturi, e Candice Pomi, psicóloga e pós-graduada em Gerentologia, no Summit ESG da Exame 2024 (Reprodução)

O especialista cita um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) para exemplificar como deverá ser o comportamento etário da população brasileiras nos próximos anos. Em 2040, 57% da força de trabalho no Brasil terá mais de 45 anos. "E as empresas seguem focadas em jovem, sendo que vai ter cada vez menos jovens. Tentamos mostrar para as empresas o quanto isso é estratégico", constata.

Consumo e trabalho

Não são apenas consumidores que não fazem parte da estratégia dos empreendimentos. Também os profissionais mais maduros estão fora do radar das corporações, apesar de trazem diversidade e melhorarem o clima e criatividade para o negócio, completa Litvak.

A d iversidade geracional, aponta Candice, é a última a chegar nos programas de diversidade e inclusão das empresas. "Hoje, é fato que temos pela primeira vez na história quatro gerações diferentes trabalhando na mesma empresa. É algo recente e sobre a qual temos de aprender. Vemos, por outro lado, pessoas com 50, 60 anos, que estão no pico da sua efetividade e produtividade", aponta. Isso acontece porque, segundo a estudiosa, muitos já não têm mais os filhos em casa, contam com mais tempo, são curiosas e têm acesso à informação.

A relação entre profissionais mais jovens e os mais experientes, com interação, é rica não só no convívio. Há pesquisas, segundo Litvak, que mostram os efeitos dessa combinação, desde a  melhora do ambiente até os impactos positivos nos resultados financeiros.

Apesar do que dizem os especialistas, Candice e Litvak concordam que as empresas ainda não incluíram em suas políticas de diversidade  os profissionais acima dos 50 ou 60 anos. A maioria tem optado por fixar e correr atrás de cotas raciais ou de gênero. Com isso, os mais experientes ficam de fora. "Por que não combinar a diversidade, por exemplo, contratando uma mulher negra com mais de 50 anos?", propõe o CEO da Maturi.

Summit ESG

O Summit ESG da Exame é considerado o maior evento ESG da imprensa nacional e promove debates que refletem a cobertura constante da Exame sobre os principais temas sociais e ambientais de interesse global.

Neste ano, serão realizados 21 painéis, organizados em oito blocos temáticos. Os temas abordados serão: Cadeias de Produção Sustentáveis, Inclusão e Empoderamento Econômico, Transição para uma Economia de Baixo Carbono, Financiando a Transição, Bioeconomia e Agro Sustentável, Soluções para a Transição Energética, Economia Circular e Adaptação e Transição Justa.

A cada semana, dois blocos serão veiculados, sempre às terças e quintas. Cadastre-se aqui para conhecer os detalhes da programação .

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