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Renner fecha contrato com a Enel e compra energia eólica para 170 lojas

O parque em Pernambuco deve abastecer as lojas e o centro de distribuição da Renner. O contrato é de 15 anos

Renner inaugura loja omnichannel no Shopping Serramar, em Caraguatatuba (Fabio Pedro/Renner/Divulgação)

Renner inaugura loja omnichannel no Shopping Serramar, em Caraguatatuba (Fabio Pedro/Renner/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de julho de 2021 às 13h55.

Última atualização em 13 de julho de 2021 às 13h55.

A Lojas Renner fechou contrato com a Enel para a compra de energia eólica para atender a demanda de 170 lojas, além de seu novo centro de distribuição. A parceria é inédita, já que o contrato é de longo prazo e a energia fornecida virá de um parque eólico já determinado da Enel que entrará em operação no fim deste ano.

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Nos próximos meses, enquanto a usina da Enel no município de Tacaratu (PE) não fica pronta, parte do consumo da Renner já começa a ser atendida por energia de fonte renovável vinda de outras usinas da companhia de energia elétrica. Assim que o projeto ficar pronto, o fornecimento migrará para o parque em Pernambuco, diz o presidente da Lojas Renner, Fabio Faccio. A duração do contrato é de 15 anos.

Segundo o executivo, o acordo ajudará a companhia a encerrar o ano com 80% do seu consumo corporativo, ou seja, considerando seus prédios administrativos, centros de distribuição e lojas, vindo de fontes renováveis, ante 65% no fim do ano passado. Isso afirma Faccio, representa ainda um avanço da meta estabelecida para o fim de 2021 - o objetivo era fechar este ano com 75%.

O presidente da Renner diz ainda que, além de a companhia dar mais um passo frente ao seu compromisso ambiental, esse tipo de contrato, de longo prazo, funciona também como um incentivo para investimentos em energia renovável no Brasil. "Com isso, estamos aumentando a geração de energia no Brasil e de forma muito mais sustentável", afirma Faccio, em entrevista ao Estadão. Hoje, a varejista já consome energia de fazendas solares e de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

A diretora de Arquitetura, Engenharia e Expansão da varejista, Alessandra Shargorodsky, acrescenta que esse contrato também cumpre o papel de dar maior previsibilidade e estabilidade ao custo de energia, algo ainda mais evidente em um momento de crise hídrica.

Já do lado da Enel, esse tipo de contrato garante compra de longo prazo para um investimento bilionário que está saindo do papel. Ao todo, serão construídos cinco novos parques de energia renovável - quatro eólicos e um solar, todos no Nordeste -, que consumirão um total de R$ 5,6 bilhões em investimentos, comenta o diretor-geral da Enel no Brasil, Nicola Cotugno.

"Temos visto os clientes cada vez mais tomando uma posição de responsabilidade e, a cada dia, há mais interessados nesse tipo de contrato", comenta o executivo da Enel. O aumento da demanda vem também de compras de energia por empresas, mas sem uma usina específica que gerará a energia a ser fornecida, como o caso da Renner. Uma das diferenças, nesse caso, é que, quando o contrato faz essa previsão da origem da energia, a comercialização inclui certificados internacionais de energia renovável que atestam a origem da energia prevista no acordo. Na prática, funciona como um rastreamento de atributos ambientais de energia, algo que tem se tornado relevante para as empresas no momento em que precisam gerar confiança na contabilidade do carbono, diante da meta de zerar emissão do gás.

Para o coordenador do curso de economia da FGV, Joelson Sampaio, esse tipo de contrato é uma tendência muito por conta da necessidade de diversificação de matriz energética no País. "Quando vemos uma crise hídrica como essa que estamos vivendo, principalmente, aumenta o incentivo das empresas para compra de energia de fontes renováveis", frisa Sampaio.

Recursos de oferta estão sendo usados

No centro de uma roda de apostas no mercado sobre quem poderá ser o alvo da Renner para aquisição, após a companhia levantar em oferta de ações cerca de R$ 4 bilhões, o presidente da varejista, Fabio Faccio, diz que parte do valor já começou a ser utilizada com o desenvolvimento de iniciativas internas - digitalização, inovação e ampliações do ecossistema de produtos e serviços com viés de sustentabilidade. Esses mesmos pilares, frisou, também orientarão futuros movimentos de aquisições, mas que neste momento não há novidades. "Estamos estudando algumas possibilidades."

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