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Para empresas se tornarem NetZero até 2050 são necessários esforços sem precedentes, afirma Zurich

Relatório traz novos dados sobre como as empresas têm enxergado as metas e ambições NetZero. A pesquisa ouviu mais de 660 executivos

Ambições NetZero: dentre os maiores desafios para alcançar o net zero, estão as habilidades, a competição com prioridades de curto prazo e a adesão interna das companhias (Getty Images/Getty Images)
Fernanda Bastos

Repórter de ESG

Publicado em 14 de setembro de 2023 às 10h00.

Última atualização em 20 de setembro de 2023 às 10h42.

Mais de 42% das empresas Fortune 500 tem planos de alcançar a meta de zero emissões líquidas. Este cenário corporativo é animador mas ainda existem dificuldades a serem superadas, visto que o aquecimento da Terra possivelmente excederá a marca de mais de 1,5ºC em 2040. Por esse motivo, a pesquisa global Acelerando a Transição Climática 2023 da Zurich afirma que se empresas que buscam se tornar NetZero até 2050 precisam se adequar a um processo "sem precedentes", que deve contar também com a realocação de capital de cerca de US$ 275 trilhões de investimento em ativos físicos, globalmente.

A pesquisa ouviu mais de 660 executivos de sustentabilidade sobre suas impressões com relação ao mundo corporativo, estratégias de mitigação e adaptação climáticas de seis setores.Dos dados mundiais, 70% dos entrevistados pontuaram metas NetZero e planos de desenvolvimento em relatórios anuais e 77% já têm um plano net zero em andamento. A pesquisa também traz dados sobre o Brasil. Do total de entrevistados da América Latina, 31 eram brasileiros e 30, mexicanos.

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De acordo com o relatório, 74% das empresas brasileiras entrevistadas têm planos e ambições NetZero. Mas, os maiores desafios para alcançar esse marco são as habilidades, a competição com prioridades de curto prazo e a adesão interna (as três com 45% dos respondentes). Mesmo assim, 65% das companhias ouvidas afirmam que já foram definidas metas net zero. Nessa parte de definição de metas, 52% afirmam que a empresa definiu metas de eficiência energética nas plantas, substituição de combustível e projetos de compensação de carbono .

Ainda segundo o estudo, 48% das empresas disseram que estabelecem metas provisórias de NetZero para o período de 1 a 3 anos. E também 48% afirmam que proteger os negócios dos riscos climáticos para os próximos 5 a 10 anos, ou seja, existe uma visão mais a longo prazo por parte das empresas envolvidas na pesquisa.

Mesmo com essa visão mais longeva, existem algumas “alavancas” para que as empresas consigam reduzir suas emissões , ou seja, pontos que podem facilitar este processo. Dentre eles, estão: o investimento em novas tecnologias e processos ligados às fábricas, equipamentos e frota (23%), a redução de emissões através das cadeias de abastecimento e o incentivo em ações e comportamentos de mudança por parte dos funcionários (ambas em 19%).

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O processo de redução de emissões

Apesar do processo de redução das emissões contar com um investimento financeiro grande por parte das companhias, os entrevistados brasileiros afirmaram que os investidores (29%) são os mais interessados na aplicação dessas medidas – seguido do conselho de gestão (26%) e dos reguladores (26%).

Já levando em consideração, os motivadores externos capazes de fazer com que as companhias apoie a redução das emissões, 36% delas apontam as diretrizes políticas ou legislativas e a questão de intervenção ou estratégia (como a precificação do carbono ou metas de emissões). Enquanto 19% afirmam dois pontos: que existem motivos econômicos (como isenções fiscais) e tecnológicos (como tecnologias em eficiência ou mudanças na produção e fabricação, biomassa , por exemplo) e que é necessário se preocupar com o net zero porque essa seria a coisa certa a fazer.

Os entrevistados consideraram de maior risco  para as empresas relacionado ao clima os seguintes fatores: risco de transição (23%), risco da cadeia de abastecimento, de pessoas, de não-conformidade com os requerimentos dos relatórios e risco de litígio – todos esses quatro pontos empatados em 16%. Ao final, a pesquisa traz opiniões sobre como o setor de seguros é visto e pode auxiliar as empresas nos processos das agendas sustentáveis . 74% afirmaram que o ramo de seguros pode auxiliar na gestão de risco, enquanto 71% pontuou a avaliação de risco como uma opção e outros 61% disseram que o setor de seguros pode assegurar em processos de colaboração e formações de parcerias pensando no contexto NetZero.

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