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Remy Sharp
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A sustentabilidade dos negócios depende da equidade social, e as empresas estão percebendo isto

Executivos da Vale, Sigma Lithium, Engie e Water Equity compartilharam desafios e práticas em setores desafiadores. Debate aconteceu no primeiro dia de Brazil Climate Summit 2023, em Nova York

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Painel do Brazil Climate Summit 2023 (Leandro Fonseca/Exame)

Painel do Brazil Climate Summit 2023 (Leandro Fonseca/Exame)

De Nova York*

Todas as empresas dependem de um planeta saudável para existir. Para isto, é preciso um trabalho que considere o meio ambiente e as pessoas, especialmente nas operações mais críticas. Foi ao perceber essa lógica, que em jantar com o marido a executiva Malu Paiva, resolveu aceitar o cargo de vice-presidente na Vale. "Eu diza que nunca trabalharia numa empresa como a Vale, mas meu marido me incentivou a ser a pessoa que poderia ajudar a resolver os problemas da companhia a partir da minha experiência", disse em painel nesta quarta-feira no Brazil Climate Summit 2023, na Universidade de Columbia.

De acordo com Malu, seus dois anos e meio na companhia são marcados por mudança como maior transparência, diversidade, segurança e previsibilidade. "A tragédia de Brumadinho foi um ponto de inflexão que forçou uma estratégia para o endereçamento das questões ambientais e sociais. Hoje temos metas mais robustas de, por exemplo, preservação das florestas e retirada de pessoas da linha da pobreza".

Outra companhia que viu oportunidade num setor desafiador é a Sigma Lithium, que faz a extração de lítio no Vale do Jequitinhonha. "Trabalhamos com o lítio verde, que não utiliza reagentes químicos nocivos, não tem barragem de rejeitos e conta com uso de 100% de energia renovável e 100% de recirculação de água. Com isto, também tratamos e usamos a água do rio da região", diz Daniel Abdo, head de comunicação da Sigma Lithium.

Para ele, não é possível trabalhar questões ambientais sem envolver a comunidade e gerar empregos nas regiões de atuação. "Temos um programa que estimula o retorno das pessoas ao Vale por conta da empregabilidade, além de microcrédito para mulheres empreendedoras", diz.

A melhoria de qualidade de vida da população está diretamente associada ao acesso em serviços básicos, como saneamento. De olho nisto, Monica Altamirano, diretora na Water Equity, tem investido em projetos no Brasil, onde 35 milhões de pessoas sem acesso à água potável e cerca de 100 milhões sem acesso à coleta de esgoto. "Esta deficiência custa bilhões para os serviços de saúde do país e até mesmo para as companhias. Investir em saneamento é promover uma economia mais justa e igualitária", diz. 

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 Até abril deste ano, os projetos em curso no país previam injetar R$ 116 bilhões na área de saneamento. Contudo, seriam necessários investir R$ 893 bilhões de reais até 2033, nas contas da Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon Sindcon). "É necessário um engajamento proativo dos investidores e setores privados para ir além das demandas públicas. Os projetos de saneamento são de longo prazo e estão intimamente ligado às questões sociais e ambientais", diz Mônica. 

O setor privado deve contribuir para a mudança social a partir de transparência e ética, é o que acredita Flavia Teixeira, diretora de meio ambiente, responsabilidade social corporativa e transição energética. "As pessoas são o centro de tudo que estamos discutindo aqui e, sem essa consciência e educação sobre mudanças climáticas, não avançaremos", diz.

É por isto que a companhia investe em projetos como o "Meninas de 10 anos: Emergência Climática", em parceria com o Museu do Amanhã. Na iniciativa, são tratadas questões de empoderamento feminino e equidade de gênero junto às pautas de clima. "Geramos energia 100% renovável no Brasil, tratamos de créditos de carbono desde 2004, e sabemos que pautas como o desmatamento não é isolada da condição de vida das pessoas. O desafio é promover estratégias que enderecem melhorias de forma efetiva e acelerada", finaliza.

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