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Oppenheimer: o precursor da Idade Atômica

Oppenheimer e outros cientistas - como Enrico Fermi – superaram diversos desafios para o avanço da pesquisa: a separação de átomos de urânio, como obtê-los em quantidade suficiente, como funcionaria o reator, etc

J. Robert Oppenheimer (Bettmann/Getty Images)

Publicado em 9 de julho de 2023 às 08h00.

Última atualização em 20 de julho de 2023 às 11h22.

Por Gabriel Benegra*

Em 16 de julho de 1945, às 5h29’45”, a espécie humana adentrou em uma nova era: a Idade Atômica. Esse é o nome dado ao período da história após a detonação da primeira arma nuclear, no Novo México, como resultado do Projeto Manhattan. A transição foi marcada por grande pluralidade, por um lado, a euforia do possível fim da guerra, por outro, o medo fomentado pelo possível fim da humanidade.

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Quem foi Oppenheimer?

Nascido em 22 de abril de 1904, em Nova Iorque, Julius Robert Oppenheimer veio de uma rica família judia. Possuindo uma educação primorosa, se formou com 21 anos na Universidade de Harvard e, apenas dois anos depois, já havia se tornado doutor pela Universidade de Göttingen, na Alemanha.

Após voltar aos EUA, deu aulas na Universidade de Berkeley. Com isso, seu nome tomou notoriedade, sendo referência em Física e nos demais campos científicos.

No início dos anos 40, Oppenheimer foi convidado a trabalhar no Projeto Manhattan para ajudar no desenvolvimento de armas nucleares. Tal busca norte-americana se justifica pela advertência feita por Albert Einstein e Leo Szilard sobre a Alemanha estar com sua própria equipe para projetá-las.

O que foi o Projeto Manhattan?

O projeto foi realizado de 1942 a 1946 a fim de construir armas nucleares na época da Segunda Guerra Mundial. Durante os anos, Oppenheimer e outros cientistas - como Enrico Fermi – superaram diversos desafios para o avanço da pesquisa: a separação de átomos de urânio, como obtê-los em quantidade suficiente, como funcionaria o reator, etc.

Finalmente, em julho de 1945, houve a primeira explosão nuclear, em Los Alamos, no Novo México. No entanto, o cenário já havia mudado: os alemães tinham assinado a rendição. Ainda assim, a guerra continuava no Pacífico visto que os japoneses não se permitiam aceitar a derrota.

Nesse contexto, o presidente americano, Truman, decidiu utilizar as recém desenvolvidas bombas nucleares. Segundo ele, uma invasão por terra no Japão custaria, no mínimo, um milhão de baixas e incontáveis perdas materiais. Por conseguinte, seria mais fácil forçar a rendição usando a primeira arma nuclear do mundo.

Resultados do ataque

Com a explosão, um pequeno sol foi formado - a fusão nuclear do processo ocorre naturalmente no sol, por isso sua semelhança - e causou a destruição quase completa de Hiroshima. Apesar dos danos, o governo japonês se recusava a desistir, fazendo com que os Estados Unidos utilizassem sua segunda bomba – 50% mais forte - em Nagasaki.

Muitos foram vaporizados com o calor, outros, carbonizados, e, aqueles que sobreviveram, tiveram de viver com a dor de queimaduras. Além disso, o contato com a radiação também serviria como veneno para uma parcela considerável nos dias seguintes.

A Idade Atômica: A Era do Medo

Ao fim da Segunda Guerra Mundial, uma crescente onda de otimismo pairou pelo mundo de modo que toda a destruição causada se tornou majoritariamente esquecível. Contudo, restava uma dúvida: o que fazer com as bombas atômicas?

Após observar o potencial daquela tecnologia, a humanidade se convenceu de que seguir com os estudos seria o melhor caminho – novamente a curiosidade humana tomou controle sob a razão. Com discursos utópicos sobre a valorização da energia nuclear como uma forma de atingir a sustentabilidade, a renovação e a eficiência.

Certa vez, Nietzsche articulou: “quando você olha por muito tempo para um abismo, o abismo também olha para dentro de você”. Paralelamente, observa-se um cenário em que a humanidade se  perdeu na utopia deste ideal milagroso, falseando  os danos passados como inofensivos. Porém, para aqueles que não se deixaram cegar, o potencial destrutivo era razão o suficiente para descontinuar qualquer avanço no ramo.

Entre os supostos “pessimistas” da Filosofia, estava o próprio “Pai da Bomba Atômica”, Julius Robert Oppenheimer. Em profundo arrependimento, disse: “agora eu me tornei a morte, a destruidora de mundos”.

Evidentemente, Oppenheimer havia compreendido a grandiosidade maligna do que criou. Admitiu, assim, que aquela explosão representava muito mais do que apenas uma arma destruidora. Significava admissão de uma nova era: a Idade Atômica. Tempos em que a humanidade poderia se auto destruir ao apertar um “inofensivo” botão vermelho.

Da História para as telas de cinema

Sem dúvidas, 'Oppenheimer' é um dos filmes mais aguardados de 2023. Com direção de Christopher Nolan, o longa reproduz a intrigante história do Projeto Manhattan e a criação da bomba atômica .

A história resgata a trajetória de Oppenheimer como criador das armas nucleares: "Físico americano, Robert Oppenheimer (Cillian Murphy) era um estudioso. A frente do Projeto Manhattan, que desenvolveu a bomba atômica, o cientista sabia do poder de destruição que estava criando. Apesar de sua mente brilhante prever o impacto, a história da humanidade nunca mais foi a mesma após a explosão nuclear, em Hiroshima, Japão, durante a Segunda Guerra Mundial", destaca a sinopse do filme.

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