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O suprassumo do ESG: este país tem 99% da energia renovável

País da América Central ganhou as manchetes em 2015 por gerar 100% da sua eletricidade a partir de energias renováveis

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 26 de abril de 2024 às 11h52.

Última atualização em 26 de abril de 2024 às 12h11.

Embora a maior parte do mundo ainda funcione com combustíveis fósseis sujos, a Costa Rica gerou quase toda a sua electricidade a partir de fontes renováveis ​​de energia durante quase uma década. Para efeito de comparação, em 2023, 93,1% de toda eletricidade gerada no Brasil veio de fontes renováveis, como hidrelétricas, parques eólicos, fazendas solares e usinas a biomassa. Nos EUA, a maior economia do mundo, esse número fica em pouco mais de 20%.

A Costa Rica ganhou as manchetes mundiais em 2015 por gerar 100% da sua eletricidade a partir de energias renováveis ​​durante 75 dias consecutivos. Hoje, cerca de 99% da sua eletricidade é proveniente de fontes renováveis. Mesmo assim, não é um sistema perfeito. As alterações climáticas representam novos riscos para a rede elétrica e a Costa Rica ainda tem muito trabalho a fazer para colocar mais parques solares e eólicos em funcionamento.

"O segredo está principalmente no planejamento. Identifique a capacidade das diferentes fontes de energia para que você possa ter uma visão geral de como os diferentes recursos podem trabalhar juntos para obter um sistema renovável. No inverno, que é um período de chuvas, muitas das usinas hidrelétricas obtêm fluxos excedentes. É quando temos pouco vento, mas temos mais energia hidrelétrica. E depois, no verão, temos pouca energia hidroeléctrica, mas as outras fontes de energia complementam esse fornecimento de electricidade – principalmente energia eólica, biomassa e geotérmica", explicou ao The Verge Kenneth Lobo Méndez, diretor de planejamento e sustentabilidade em gestão de eletricidade da Costa Rica.

Mesmo com esse planejamento, o país, como qualquer outro, enfrenta desafios quando falamos da mudança climática. "Este é um grande desafio: como gerir os recursos hidroelétricos no futuro. Os nossos próprios estudos demonstraram que, a curto prazo, não veremos um impacto significativo. A médio prazo, tal como em 2030, haverá uma diminuição da chuva. No longo prazo, o que vemos é um aumento na produção hidrelétrica, mas no oeste e no sul do país, principalmente porque as chuvas vão ficar mais fortes", explica Méndez.

No período de seca, o especialista diz que o país utiliza uma energia do tipo suja, mas apenas como reserva de emergência. "Precisamos de ter seguro para o período em que não tivermos energia verde, não tivermos energia hidroeléctrica. Então, obtemos uma pequena porcentagem de eletricidade de usinas termelétricas a diesel, mas apenas como reserva. É possível que o uso de usinas termelétricas a diesel aumentará em 2024 devido à baixa na energia hidrelétrica. Outro recurso que podemos aproveitar é a eletricidade proveniente do mercado regional com os países da América Central. Porém, por estarmos na mesma região, eles também têm os mesmos problemas. Eles também têm pouca energia hidrelétrica. Não há muitos recursos na região para compartilhar", diz Kenneth Lobo Méndez ao The Verge.

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