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Mercado regulado de carbono abre oportunidades ao Brasil

Compensações, porém, não devem ser a única alternativa na jornada para a redução de emissões

A Amazônia é uma das grandes reservas de carbono brasileiras, que fazem do país uma potência ambiental (Leandro Fonseca/Exame)
André Barros

Jornalista

Publicado em 27 de junho de 2023 às 15h03.

O estabelecimento do mercado regulado de carbono no Brasil, tema que está em fase de elaboração no governo federal, abre diversas oportunidades para o País. Recentemente o vice-presidente e titular do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) afirmou que pode gerar um ganho de 5% no PIB, em torno de US$ 120 bilhões, e prometeu para as próximas semanas a apresentação de um projeto.

Segundo João Daniel de Carvalho, head de estratégia da ERA (Ecosystem Regeneration Associates), o mercado regulado extrapola a esfera privada, onde hoje estão concentradas as negociações de crédito de carbono dentro do mercado voluntário.

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“A complexidade é maior porque abre espaço para que sejam feitas negociações transnacionais, com vendas entre os países signatários do acordo de Paris”, disse o executivo durante apresentação que integra o especial Mês do ESG, realizado por Exame durante o mês de junho.

O tema foi debatido em painel do Mês do ESG, mediado por Talita Assis, head da attestESG, empresa de certificação ambiental da EXAME. Todo mês de junho, a EXAME reúne líderes, especialistas e profissionais renomados para falar sobre as práticas ESG no Brasil e no mundo.Cadastre-se emhttps://mesdoesg.exame.com/2023e fique por dentro dessa série que contará com mais de 50 palestrantes, reunidos em temas centrais para o desenvolvimento de nossa economia.

Carvalho explicou que as negociações podem ocorrer entre indústrias de diferentes setores, compensando as emissões de um setor com os créditos de outro.

Para Roberta Cantinho, coordenadora de Clima da Amazônia Brasileira na TNC (The Nature Conservancy), o mercado regulado traz segurança jurídica e um ambiente de negócios melhor estruturado, o que ajudaria a alavancar as boas práticas ambientais. “Os maiores mercados internacionais já têm seu mercado regulado estabelecido”, lembrou.

Mas Cantinho fez um alerta: “Os créditos de carbono não resolverão todos os problemas do mundo: é um instrumento que ajuda a combater as mudanças climáticas, mas precisa ser usado com cautela. Ainda precisam ser definidas e seguidas as metas, baseadas na ciência, e as boas práticas ambientais. Não basta plantar árvores e compensar as emissões”, disse.

O head de estratégia da ERA concordou: “Não dá para um setor compensar a emissão de todos os outros. Todos eles devem ter e seguir também suas metas de redução”.

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