Mercado deve avançar na padronização de informações sobre práticas ESG
Dispor de métricas para comparar as atividades e o impacto de empresas e setores vai favorecer a alocação de recursos por investidores institucionais e pessoas físicas
Da Redação
Publicado em 1 de janeiro de 2022 às 08h15.
A indústria de ativos financeiros atrelados aos princípios ESG continuará a ganhar tração e a atingir marcas históricas em 2022. A emissão de green bonds , títulos cujos recursos captados são destinados a atividades que mitigam o impacto ambiental, por exemplo, deve alcançar a marca inédita de 1 trilhão de dólares no mundo, segundo projeção da Climate Bonds Initiative.
O salto de mais de 200% em relação a 2020 contará com o impulso da formulação de métricas que permitam a padronização dos impactos em diferentes indústrias.
Como mensurar e, mais importante, comparar as práticas e a aderência aos princípios ambientais, sociais e de governança de empresas que atuam em atividades distintas, como o varejo e o agronegócio?
No ano de 2022 os stakeholders da comunidade ESG e da indústria de investimentos vão avançar nessa frente regulatória.
Especialistas dizem que esse será um passo fundamental para que um número maior de grandes investidores institucionais, de fundos de pensão a family offices, possam incorporar ativos que atendam às exigências de governança. É algo que vai também beneficiar investidores pessoa física, que terão parâmetros para adotar esses ativos.
Um passo importante foi dado na COP26 em Glasgow, na Escócia, em novembro: a Fundação IFRS criou um conselho para estabelecer um padrão global de medição dos impactos ambientais causados pelas empresas. Uma nova indústria toma forma.
Na sequência, no último dia 23, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou resolução que orienta que, a partir de 2023, as empresas de capital aberto no mercado brasileiro divulguem informações relacionadas a práticas ESG, da preparação de relatórios específicos de atividades com esse fim até o cálculo de inventário de emissão de gases de efeito estufa.
O foco ainda está nas questões climáticas, mas especialistas dizem que naturalmente a CVM e as companhias serão impelidas a determinar e a adotar padrões para as práticas sociais e de governança também.
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